Phoenix.

Pesadelos. (Capítulo 22.)

Depois que comemos, resolvemos ficar assistindo filmes. A TV aqui era um sonho, parecia uma tela de cinema. Escolhemos por assistir Orgulho e Preconceito que é um dos clássicos que eu mais amo. Colocamos o filme e depois de alguns minutos assistindo a ardência na minha garganta não passava e só estava piorando. Levantei e fui em direção a cozinha, peguei um copo de água enorme e enchi de gelo, voltei pra sala e sentei no sofá voltando a prestar a atenção no filme, perdi a conta de quantos copos de água eu tinha bebido até Edward interromper mais uma ida minha a cozinha.

- Essa sede que você está sentindo não se mata com 10 copos de água. - Edward falou olhando pra mim. -

- Eu odeio essa sede, eu bebi um leão inteiro esses dias, como posso está com sede e você não? - perguntei. -

- Bom, você é mais ou menos como se fosse uma recém criada. Então sua sede é um pouco desenfreada no início, até você conseguir controlar a sede, vai querer beber sangue até 4x na semana, mas depois que a sede descontrolada passar, você vai conseguir passar até 2 semanas sem beber sangue. Eu já passei um mês, Carlisle já conseguiu mais e olhe que ele trabalha num hospital, a tentação é bem maior. - ele falou. -

- Uau! E eu já achava o Carlisle o máximo, depois disso então, uau. Mas eu não quero ficar com essa sede o tempo inteiro, odeio ter que caçar. Aqui não tem nenhuma reserva de sangue não? - falei sorrindo. -

- Não. - ele riu. - Quase não usamos essa casa, na verdade há anos não usamos ela. Tem o caseiro que vem aqui de vez em quando, foi ele que veio arrumar a casa e trouxe os alimentos. Mas vem, vamos caçar, aqui perto tem uma pequena floresta, só precisamos atravessar o mar.

- Ah, isso esclarece tudo. Estava me perguntando que horas você tinha comprado essas comidas. Tá, tá, vamos caçar. - falei irritada. -

Saímos para caçar, eu não era fã de ter que caçar, primeiro porque eu não sei direito e sempre me sujo, segundo porque sangue humano é muito mais saboroso, sangue de leão não chega nem perto e terceiro é porque eu não vejo problema algum em matar um humano pra satisfazer minha sede, mas esse último ninguém precisa ficar sabendo dele. Atravessamos o mar nadando, e é uma delícia nadar a essa velocidade toda, chegamos na floresta muito rápido, Edward me mandou seguir ele, já que não podíamos demorar, eu estava quase agarrando o meu enorme leão, quando o vento soprou e eu senti o cheiro de sangue humano no ar, um instinto feroz tomou conta de mim, saí correndo em disparada atrás do cheiro, quando cheguei mais perto do cheiro, havia um homem de uns 40 anos por aí, que estava fazendo trilha, cheguei perto dele sorrindo.

- Olá bonita, está perdida?

Ele falou sorrindo pra mim, com um sorriso nojento, e então eu o ataquei, cravando minhas presas no seu pescoço, o gosto do sangue quente e humano descendo pela minha garganta era maravilhoso e satisfatório e um tanto quanto inebriante, o homem até que tentou se debater mais foi em vão, em questão de minutos eu tinha bebido todo o sangue dele, deixando apenas uma carcaça vazia no chão. Fiquei em pé e vi Edward me olhando, mas o rosto dele era indecifrável.

- Eu posso explicar. - falei um pouco nervosa e atordoada. -

- Explicar o quê? Porque você acabou de matar um humano pra saciar a sua sede? Sendo que você estava quase dando um bote num leão. Você não é totalmente vampira pra não conseguir refrear os seus sentidos em relação a sangue humano, sendo uma híbrida você consegue se controlar. Porque não se controlou? - ele perguntou exasperado. -

- Eu não sei, eu só senti o cheiro no ar e sai correndo atrás, não consegui parar. Foi mais forte do que eu o instinto, eu juro, minha mente estava em branco, não conseguia pensar em nada além de sangue. E quando dei por mim eu já tinha bebido todo o sangue dele. - falei. -

- Você matou um humano, isso vai contra os nossos princípios, você sabe disso. - Edward falou com raiva. -

- São os seus princípios, não meus. Ele sorriu pra mim Edward, eu ouvi os pensamentos dele, não me arrependo do que eu fiz, saciei minha sede, se for preciso, farei de novo. Não vejo problemas em matar pessoas iguais a ele, sei que é errado, sei que tenho que aprender a controlar esse instinto, mas não me arrependo. - falei sincera. -

- Vamos embora.

Ele saiu em disparada na frente, antes de ir, me virei pro homem e coloquei fogo em seu corpo usando os meus poderes, e então sai atrás de Edward, que já estava atravessando o mar, os pensamentos dele eram confusos e bem irritados, então evitei ler, me fechei no meu mundo. Não é tão errado assim matar, outros vampiros matam, vivem de sangue humano, porque eu também não posso ser assim? Será que mamãe gostava de sangue de animal? Cheguei na casa e fui direto trocar a roupa molhada, Edward não estava em canto nenhum a vista, então acho que ele não quer ser achado, respirei fundo, terminei de trocar de roupa e vi o celular tocar, atendi no terceiro toque, já que Edward não apareceu pra atender.

- Alô? - falei. -

- Perrie? É Carlisle, onde está Edward? - Carlisle falou. -

- Bom, não sei... nós meio que discutimos, e quando cheguei em casa ele não estava. - falei mordendo o lábio. -

- Discutiram? O que aconteceu? - Carlisle perguntou preocupado. -

- Bom, nós saímos pra caçar porque eu estava com sede, e no meio da caçada eu senti cheiro de sangue humano e sai correndo atrás e matei um humano pra beber o sangue, o Edward enlouqueceu e começou a dizer que não eram esses os nossos princípios. Mas eu disse a ele que não vejo problema algum em matar um humano pra beber o sangue, principalmente se esse humano estivesse com pensamentos sujos, que nem o que eu matei, aí ele surtou e sumiu. - falei sincera. -

- Hum... - Carlisle falou ficando calado por alguns segundos. - Acho que ele reagiu assim, porque quando eu transformei ele, ele começou a perseguir bandidos, estupradores e afins, pensando que matar eles não era problema, porque eles eram mal, depois que ele mudou essa visão e viu que eles eram humanos, mesmo sendo maus, ele desistiu de uma vez por todas de beber sangue humano, mas até hoje ele se arrepende, talvez seja por isso que ele reagiu assim. Bem, sua mãe também odiava sangue de animal, levou um bom tempo e alguns humanos até ela se acostumar, então não se preocupe, um dia você acostuma. - Carlisle falou rindo baixo. - Quando Edward aparecer diga a ele que me ligue, preciso falar com ele, ok? Agora vá descansar, você deve está cansada depois da caçada.

- Sim, pode deixar que eu aviso. Realmente estou um pouco cansada, vou dormir um pouco. Tchau Carlisle.

- Tchau Perrie, bom descanso.

Desliguei o telefone e anotei o recado de Carlisle pra Edward e deixei ao lado do celular, fui até a cama e me joguei, pegando no sono rapidamente e acabei tendo mais um pesadelo.

Tudo estava muito quente, pegando fogo, eu estava no meio de todo aquele fogo e por mais que queimasse, o fogo não me atingia. Então eu vi uma pilha de corpos com capas pretas queimando a baixo de mim, quando olhei pro lado, os Cullen e mamãe estavam lá.

- Você já conseguiu o que queria, você matou os Volturis, agora nos deixe ir filha, por favor. - mamãe falou chorando. -

- Não, minha vingança está apenas começando, você não sabe o que eu passei pra chegar até aqui, o mundo inteiro vai queimar, então só assim eu conseguirei ser feliz. -

Falei olhando pra Bella e Edward, então Bella começou a gritar de dor e quanto mais ela gritava, mas eu sorria.

Acordei aos gritos, sentei na cama assustada, coloquei a mão no peito e meu coração parecia que iria saltar do peito, Edward estava do meu lado, me olhando tão assustado quanto eu.

- O que significa esse sonho? - ele perguntou assustado. -

- Eu não sei, mas eu estou com medo, com muito medo.

Comecei a chorar e senti os braços dele em volta de mim, será que isso tinha sido só um pesadelo ou uma visão do futuro?