Epifania. (Capítulo 1.)

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- Mãe, mas eu não quero ir!

Reclamei, enquanto via minha mãe correndo de um lado pro outro da casa jogando tudo dentro de uma mochila. Vi ela pegar uma caixa e retirar vários e vários bolos notas de dinheiro de lá, fiquei chocada, como eu nunca descobri esse esconderijo? Dei risada.

- Filha, eu ja pedi pra você não discutir e ir arrumar logo suas coisas. - minha mãe falou. -
- Tá, tá, que saco! - resmunguei. -

Saí da sala e fui direto pro meu quarto e peguei uma mochila, ela disse que eu não precisava levar muita coisa, que se precisássemos de algo, iríamos comprar lá, apenas concordei, sorte é que eu não era muito apegada a roupas, então só joguei algumas dentro da mochila e coloquei meu computador e celular dentro. Fui ao banheiro e tomei um rápido banho, vesti uma blusa de mangas compridas com um casaco por cima e vesti uma calça jeans e calcei meus vans preto. Botei a mochila no ombro e vi que ela não estava muito pesada. Quando cheguei na sala, mamãe estava com um ar de preocupação, revirei os olhos, ela que inventa essas viagens loucas do nada, e ainda fica com essa cara.

- Mãe, tem certeza que a gente não pode desistir dessa? Eu odeio essas trilhas que a gente faz. - falei sentando no sofá. -
- Não, você vai amar, é um local bem frio. - ela sorriu nervosa. -
- Então tá ne, já que não posso reclamar. Vou indo pra garagem. - levantei ja saindo da sala. -
- Entre na BMW sport, vamos usar ela. - mamãe falou. -
- Ok!

Falei e sai da sala e fui direto pra garagem, abri a BMW e joguei as coisas na parte de trás, mamãe deve esta querendo chegar la ainda hoje, por que ela escolheu o carro que mais corre. Ainda não estava entendendo o por que dessa "pequena" viagem. Nós sempre fazemos trilhas uma vez por mês e quase sempre mudamos de casa, tanto que eu estudo pela internet, por que não passo mais de dois meses numa escola, mas isso é por que o trabalho de mamãe exige que ela se mude bastante, ela me disse uma vez que trabalha como corretora de imóveis pra uma multinacional, e tinha que sempre está onde a empresa pedisse, eu não ligava muito, por que assim eu podia conhecer todos os lugares do mundo. Já estive em mais cantos que muita gente da minha idade. Mamãe entrou no carro e me mandou apertar o cinto, deu a ré e saiu da garagem.

- Ainda vamos voltar pra cá? - perguntei. -
- Claro que sim filha, por que a pergunta? - ela falou sem tirar os olhos da estrada. -
- Por que da última vez que viajamos pra fazer trilha, acabamos nos mudando. - falei revirando os olhos. -
- Não vai acontecer isso dessa vez. - ela sorriu. -
- Aonde estamos indo afinal? - perguntei meia sonolenta. -
- Forks, tenho amigos lá, é uma cidade pequena, acho que você vai gostar. - mamãe falou se virando e sorrindo pra mim. -
- Duvido muito, mas tudo bem. Vou dormir, vai demorar a chegar lá? - perguntei já fechando os olhos. -
- Não muito. - mamãe riu, lógico que não iria, com esse carro e do jeito que mamãe corre, iríamos chegar rápido. - Pode dormir, eu te aviso quando estivermos perto. - mamãe falou. -
- Ok!

Me ajeitei no banco e dormi e acabei tendo o mesmo pesadelo que está me fazendo perder o sono há semanas, é sempre a mesma coisa, estou perdida numa floresta, andando de um lado pro outro, meu corpo inteiro dói, minha garganta está queimando e mamãe não está comigo, então aparece um homem branco, quase da cor de gelo, de olhos amarelos, quase da cor de um camarelo e chama alguém e então eu sempre acordo. É agoniante. Abri os olhos sentindo meu corpo dolorido e minha garganta seca, meus olhos estão queimando.

- Mãe, tem água? - pergunto com a voz áspera. -
- No banco de trás. Pensei que ia dormir mais tempo. - mamãe comentou. -
- Minha garganta ta seca, por isso acordei. - falei. - E meus olhos estão queimando. - fechei os olhos com força. -
- Queimando? - mamãe perguntou e eu percebi o tom um pouco elevado da voz dela. -
- Sim, estão ardendo muito. - falei esfregando os olhos. -
- Beba um pouco de água, vai lhe fazer bem e fique com os olhos fechados um tempo, já já a ardencia vai passar. - ela falou me passando a garrafa de água. -

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