Capítulo 28

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                           Karol:

     Eu já estava em casa. A minha vida estava indo tão bem. Eu novamente me sentia, de uma forma difícil de ser compreendida por mim, eu me sentia feliz.

     O Italiano, por mais que, no passado havia me feito triste, ainda existia sentimento entre nós...Eu o amava, muito mesmo. Muitas vezes, enquanto estava a me cortar, estava a ver meu sangue escorrer pelo meu corpo, juntamente a água fervente do chuveiro, eu me questionava..."Será que algum dia, alguém irá me amar, com todos os meus defeitos?"

      Esta indagação para mim era impossível de ser argumentada, afinal, por muitos anos, acreditei que, eu era feita de defeitos. Uma pessoa horrível, alguém que, merecia ser afastado do mundo e sociedade...Aqui não era o meu lugar. E eu me tratava como uma aberração.

     Sabe como é sentir-se deslocada, como se a sua vida não se encaixa no cotidiano...Eu sentia uma confusão na minha mente e coração...Era como se, tudo fosse dar errado ou, como se eu fosse a errada em toda a história. Milhões de péssimos pensamentos rodeavama minha mente e, aquelas vozes que ecoavam pela minha cabeça eram torturantes, até mesmo a morte seria mais simples e calma, do que aquela situação.

      No meu coração eu me sentia usada. Quem eu acreditei ser meu amigo, me deixou quando eu precisava, no caso, a Bianca. A pessoa que eu amava, ficou com a minha inimiga quando criança. A minha mãe morreu e me deixou só neste mundo cruel, e ainda foi morta pelo meu próprio pai. O meu pai, mesmo sabendo que eu estava sozinha, não se importou e, me abandonou. Eu nunca tive contato com a família, pois de acordo com a mamãe eles não eram agradáveis, mas na verdade também me rejeitaram. Eu convivia com as provocações de Franchesca e, com as risadas da escola sobre mim. Tudo isto fazia com que eu me senti-se confusa, sobre os meus sentimentos, sobre os meus pensamentos, sobre o mundo, sobre a vida, sobre MIM mesma. E tudo isto junto, me matava dia por dia, e a morte lenta é a pior existente. Eu estava cansada, descontava tudo nas lâminas, eu queria morrer, mas não tinha coragem, por isto apenas pedia, com todo o meu ser, que quando eu acordasse, uma tela preta estivesse sobre meus olhos.

      Toda esta sensação me tornava um ser humano péssimo, até que ele voltou em minha vida e, tudo voltou a se colorir, e uma vez em anos, eu acreditei que os sonhos realmente existissem e, a vida ainda pudesse haver esperanças.

      Eu o adorava, realmente me fazia muito bem estar junto a ele. Os meus sorrisos se tornaram sinceros. Eu me sentia especial, única.

     Estava em meu quarto, pensando em tudo que ocorreu, e comecei a cantar.

Isto é de verdade, eu posso sentir
Chegou a mim e tudo mudou
E agora, afinal, sei o que é amar
Meu destino é este, ao seu lado voar
Seu olhar, me balança a alma

É para mim

Um verdadeiro amor, que chegou ao coração
É para os dois e para sempre
Sem tempo nem razão, você é a minha inspiração
Por que o destino foi mais forte

Minha felicidade chegou com você
E meu coração é pura emoção
A luz que me dá, pode me iluminar
Este caminho a dois, começamos a trilhar
Os seus olhos são a luz do meu céu

É para mim

Um verdadeiro amor, que chega ao coração
É para os dois e para sempre
Sem tempo nem razão, você é a minha inspiração
Por que o destino foi mais forte
Foi mais forte!

( Solo Para Ti - Soy Luna )

Entre tantos pensamentos, ouço a porta abrir, coloco um short de malha cinza e um moletom também cinza do Rugge, que estava em casa e, fui a sala.

Rugge: Olá meu amor, saudades? - disse me abraçando.

Karol: Muita. - disse depositando um beijo em sua bochecha.

Rugge: Que tal irmos lá em casa, e fazemos uma maratona de filmes?

Karol: Gosto da ideia. Pode ser. - ele me pegou pela mão e, seguimos em direção a sua casa. Eu iria passar o final de semana na casa dele.

Rugge: Karol, não trouxe roupas?

Karol: Não, Rugge. Vou usar as suas roupas, já que são muito estilosas, e servem em mim. - ele revirou os olhos.

Arrastamos um colchão de casal para a sala, travesseiros e cobertas, já que estava um dia chuvoso. Fizemos pipoca e, começamos a assistir Anabelle 2, ele adorava assistir filmes de terror comigo, afinal eu era pouco medrosa e, sempre me agarrava a ele, e o mesmo me abraçava, enquanto gargalhava da minha expressão facial.

Rugge: E então, gostou baixinha?

Karol: C-claro, eu amei. - disse ainda tremendo. - Você não tem nenhuma boneca aqui? - disse com um sorriso de canto.

Rugge: Não tenho não. E se tivesse também, eu iria te proteger de qualquer maneira. - disse depositando um beijo em minha testa, e eu apenas sorri.

Karol: Te amo, mauricinho.

Rugge: Eu te amo mais, menina delivery. - disse me apertando ainda mais no seu abraço.

Estávamos lá, curtindo o momento, quando a porta se abre bruscamente. Surgiu um ser com os olhos tapados.

Mike: Estou atrapalhando algo, casal?

Valen: Se quiserem, a gente da licença para vocês. - disse com um sorriso malicioso, que ela adorava dar.

Karol: Não está atrapalhando nada Valen. - disse me levantando. - Que saudade de você amiga! - disse a abraçando.

Valen: E por quê? A gente se viu na semana passada.

Karol: Eu sei, mas mesmo assim, faz uma semana que não nos vemos.

Valen: Tem razão, mas que tal se a gente se juntar à vocês nestas cobertas em?

Rugge: Não!

Karol: Sim, claro que sim.

Valen: A Karol que manda, então vamos ficar! - disse se sentando ao meu lado e, Mike ao lado do Rugge.

Mike: Vamos fazer maratona de Jessie!

Karol: Sim!

Valen: Sim!

Rugge: Não!

Valen: Somos três contra um, então sim, vamos assistir Jessie!

Karol/Mike: Uhul!

Ficamos horas e horas assistindo a maratona de Jessie. Quando finalmente nos cansamos, resolvemos ir dormir, já que amanhã, eu deveria acordar cedo, pois seria a minha primeira aula do curso de teatro. Eu estava muito contente, pois finalmente as coisas começavam a se encaixar.
...

Todo Vuelve A Empezar - Ruggarol 💘Onde histórias criam vida. Descubra agora