Capítulo 6 - Sede de Amor

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POV *Lilian

O meu coração, não parava de bater devido à adrenalina. Se eu não tivesse saído de perto do Dominic, provavelmente eu teria feito algo de que me iria arrepender mais tarde. Sentir as caricias dele...aquelas caricias destruiram as minhas barreiras e deixaram-me rendida ao seu encanto. Mas fugir foi a melhor solução. O facto de o meu pai odiar os culpados pela morte da minha mãe e da minha irmã, põe muitos vidas em risco de vida. Inocentes ou não. Mesmo eu...eu não posso amar o culpado desse crime. Mesmo que não tenha sido ele o culpado, Dominic é filho da pessoa que cometeu esse crime.

Sentia-me vazia. Como se uma grande parte de mim, tivesse ficado naquele cemitério. Sentia-me triste por não poder aceitar Dominic.

Olhei para todos os lados e, não vendo ninguém, abocanhei as minhas roupas, deixadas perto da porta da minha casa e, corri para o meio de duas árvores, transformando-me em humana. Vesti-me à pressa, limpando as lágrimas que teimavam em cair e entrei em casa, seguindo para o meu quarto. Tirei os sapatos e sentei-me no parapeito sa janela, olhando para o céu, perdida nos meus pensamentos.


***


DOIS MESES DEPOIS

Tomei um banho refrescante e vesti uns calções de ganga, curtos, com rendas brancas e um top azul claro. Deixei o meu cabelo solto, completamente liso, apenas com uma bandelete de veludo azul. Vesti um casaco preto de cabedal e desci, encontrando a Sílvia na sala, arrumando a mesa. 

- Bom dia Sílvia. 

- Bom dia menina Lilian e parabéns.

- Obrigada Sílvia.  - Hoje, eu finalmente saía da minha adolescência e me tornava uma adulta. - O meu pai já saiu?

- Sim menina Lilian. Foi agora mesmo para a empresa, assim como todos os outros... nunca sei como os chamar, mas vou dizer felinos.  Eles tomaram o pequeno-almoço aqui e depois saíram. Acho que eles têm algum tipo de reunião importante hoje. Não me pergunte o assunto da reunião. Eu também não sei.

- O mesmo de sempre...

- Menina Lilian, o seu pai apenas não pôde ficar hoje em casa até a menina acordar. Acredito que ele saiba que a menina faz anos hoje.

- Sílvia, é a mesma coisa todos os anos. Já não espero outra reação do meu pai. Ele sabe que eu faço anos este mês, mas quase de certeza que não se lembra que o dia é hoje. Aliás, se ele se lembrar, é por causa do casamento com o Marius, ao qual eu sou contra. A minha mãe era a única que se importava comigo.

- A senhora Selina amava a menina de coração. Isso não posso contrariar. É a mais pura verdade.

- Eu sei. Bem, Sílvia, dá para eu tomar o meu pequeno-almoço?  - Perguntei sorrindo.

- Claro. Irei agora preparar.

- Basta um croissant com compota de morango e um sumo de frutas natural. Hoje irei almoçar com o Daniel e conhecendo-o bem, vai ser um almoço em grande. - Sílvia assentiu sorrindo e foi para a cozinha, trazendo uma bandeja com o que eu tinha pedido. Sentei-me à mesa e dei uma trinca no croissant.

- O que... - Pousei o croissant e olhei para o meu pulso. Uma tatuagem de uma pata felina e uma pata canina, marcava a minha pele. - Não pode ser...Meu Deus. - É igual à de Dominic. A tatuagem que me marca como companheira de Dominic... faz dois meses que não o vejo. Às vezes sinto a presença dele. Como exactamente neste momento. A presença dele está muito perto. Quando digo muito perto, é mesmo muito perto. Entrei no meu estado alerta, olhando para todos os lados da divisão da casa.

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