Olhos de Fera

Capítulo 3 - Atração

POV *LILIAN*

Quando me senti mais segura, voltei à minha forma humana e peguei as roupas do chão. Sentia-me esgotada mentalmente e fisicamente. No momento que me ia começar a vestir, ouvi uma batida no vidro. Virei-me e vi Dominic encarando o meu corpo nu. Tapei rapidamente o meu corpo com as roupas e virei-me de costas para ele. Nunca senti vergonha de mostrar o meu corpo quando me transformo em frente do grupo, mas com ele, com ele era diferente. Uma coisa eu tenho de admitir, ele realmente é um homem lindo.

- Eu já te vi nua antes. Não precisas de esconder.

- Importaste de não olhar? - Perguntei irritada. - Eu vou-me vestir, mas quero que te vires para o outro lado.

- Eu já disse que já te vi nua. Foi quando ganhei a nossa luta.

- Quando me viste nua, eu estava inconsciente. Não tive escolha, a não ser deixar-te ter o prazer de me ver despida. - Comecei a vestir rapidamente a camisola e depois as leggins, quando percebi que ele finalmente tinha virado o olhar para o lado. Quando me virei para ele, já vestida, assustei-me quando me bati com o corpo dele. Dominic tinha entrado na sala e agora, estava a centímetros de mim. Conseguia sentir a respiração dele, de tão próximo que estava. Uma respiração quente e excitante. Os meus olhos, estavam completamente presos nos olhos azuis dele. Aquela cor era única. Uma mão dele percorreu o meu braço, dando-me arrepios de prazer, até parar no meu pulso direito, puxando-o para o alto.

- Não tem nenhuma marca.

- Que marca? - Marca? Que tipo de marca?

- Não é nada. - Respondeu começando afastar-se. Detesto quando me deixam curiosa e se recusam a dar-me explicações. Este canino irrita-me.

- Que marca? - Perguntei mais uma vez, na esperança de matar a minha curiosidade.

- Pensei que fosses tu, mas enganei-me. - Fiquei a saber o mesmo!

- Que fosse eu o quê? 

- A minha companheira.

- Acho que...não entendi. Companheira?  Caso não tenhas percebido, eu sou uma felina e tu um canino.  - Ainda faz algumas horas que me conheceu e já me quer como companheira? Já não basta o Marius, agora tenho de levar com um cão!

- Eu sei, mas a minha marca apareceu hoje.  - Dominic puxou a manga da camisola e mostrou-me o pulso. Uma tatuagem preta, de duas patas. Uma de um cão e a outra de um gato.

- Bem, fico feliz por ti. - Disse sarcástica.  - Mas não sou a tua companheira. Eu não tenho a marca e, mesmo que tivesse, eu recusaria ser a tua companheira. 

- Não ia ser necessário recusares. Eu seria o primeiro a recusar. 

- Haja alguma coisa com que ambos concordamos. - Caminhei até à cama e deitei-me de barriga para cima, ainda sentido vergonha por ele ter me visto nua. Uma outra sensação estranha ardia no meu coração.  Uma sensação que eu nunca tinha sentido. - Já tens uma resposta para qual será o meu destino? - Tentei mudar de assunto.

- Achava que já tinhamos falado disso.

- Não acredito que me mantenham prisioneira para sempre. Se a minha família não me resgatar, o que irão fazer comigo? Soltar-me ou matar-me?

- Ninguém te vai matar. Pelo menos enquanto eu for o Chefe e tu estiveres à minha responsabilidade. 

- Eu não quero ficar trancada nesta sala. Não tem nada divertido aqui. Só uma cama e as paredes. Prefiro morrer do que passar sequer uma semana aqui.

- Também não posso te deixar sair e tu fugires.

- Eu não vou fugir. - Menti. Assim que tivesse a oportunidade, eu fugiria.