Desespero. Era o sentimento que crescia dentro de si. As pessoas continuavam a arrumá-la. Ninguém ali a entendia, já havia tentado, mas eles não compreendiam e a ignoravam cumprindo os seus deveres.
Em tempo recorde estava pronta foi colocada diante de um espelho e admirou seu reflexo. Não tinha deixado mexer no cabelo, se recusou a ficar parada quando algo perigoso como tesoura e prancha de cabelo aparecia nas mãos de alguém, amava seus cachos demais e não suportaria todo um processo para recuperá-lo, ainda sim eles estavam diferentes mais brilhosos e definidos, colocou as mãos de leve e os sentiu muito macios.
Um vestido vermelho caía em seu corpo perfeitamente. Sempre gostou do contraste do vermelho na cor da sua pele, assim como todas as cores quentes. Estava admirada com o resultado, provavelmente levaria dias para alcançar o mesmo resultado sozinha.
A parte final for a única que lhe desagradou. Saltos altos, o sapato era lindo como todo resto do visual, um salto agulha perfeito, mas não para seus pés. Contudo, sentia-se deslumbrante e agradecida.
- Obrigada! - Murmurou mesmo sabendo que não seria compreendida, só precisava ser grata.
Todos que estavam a sua volta, admirando seu reflexo junto com ela se curvaram levemente em uma mesura e se retiraram rapidamente. Sarah arregalou os olhos em espanto, eles estavam entendendo o tempo todo? Todas as murmúrios, reclamações e até xingamentos?
Uma mulher morena de pele clara e cabelos chanel castanhos escuros, entrou na sala sussurrando algumas reclamações. Sarah prestou atenção na mulher muito bem arrumada com um vestido preto acinturado que ia até os joelhos e era colado ao corpo.
Reconheceu as palavras da mulher, eram palavrões. Palavrões em inglês. Nunca imaginou que ficaria tão feliz em ouvir alguém xingando.
- Você fala minha língua? Aquelas pessoas que saíram daqui estavam me entendendo o tempo todo? - Não aguentou a inquietação e perguntou assim que mulher se pôs frente a ela.
- Uol! Calma querida, sim eu falo inglês. Sou uma americana trabalhando para os árabes, cá entre nós o pagamento é bem melhor. - A mulher era todo sorrisos e tinha uma voz suave, Sarah percebeu se tratar daquelas pessoas que são alegres o tempo todo e desatam a falar com qualquer um a sua frente. - E não, ninguém que serve a família real aqui dentro fala inglês. Eles são todos árabes, mas o turismo é muito grande aqui e acabam aprendendo algumas palavras como: obrigado, por favor, com licença. Essas coisas básicas.
- Mas você trabalha aqui e é americana. - Diz desconfiada.
- Ah, claro já iria falar sobre isso. Me chamo Norah, sou responsável por mediar algumas relações fora do palácio como recepcionar, acompanhar e instruir as noivas até o término da seleção. Como tivemos essa surpresa com o príncipe está tudo uma loucura. - A mulher revira os olhos e mal toma folego já retorna a falar. - Vamos a uma explicação básica, o próximo passo para a eliminação será uma avaliação dos pais do príncipe, como sabemos os árabes valorizam muito a família e são muito apegados e sentimentalistas, por isso a opinião da família é muito importante. Mas não define nada, a decisão final é reservada unicamente ao príncipe. Todas vocês serão apresentadas a eles agora, as outras noivas já estão cientes. Ai, como é bom falar a própria língua ao menos por um momento. Espera aí, você é americana seu sotaque é ótimo?
Ela parecia só então ter notado que Sarah a correspondia perfeitamente. Sarah sentiu seu ossos gelarem, lembrou da loira libanesa, não sabia quais consequências ela sofreu, precisava sair dali, mas tinha receio de revelar que não era nenhuma noiva e descobrirem que estava ali justamente como uma repórter, sem conhecer como funcionava a cidade e o que aconteceria.
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Dubai
ChickLit[LIVRO COMPLETO NA AMAZON] Uma atitude impulsiva e em questão de segundos a vida de Sarah Almeida muda por completo. Apaixonada pelo seu trabalho de repórter, Sarah não tem medo de se arriscar pela melhor matéria. E é esta ambição que traz a propost...