Capítulo 11

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Christopher...

   _ Eu não entendi porque o Max tem que fazer terapia?_ pergunto pra Deborah enquanto dirijo rumo a escola do Max.

   _ Não é que ele tenha que fazer e sim porque ele precisa._ ela responde, paro o carro no farol e olho seus olhos que brilham toda vez que fala do irmão_ O Max tem certa dificuldade em se comunicar com as pessoas. Sabe, até dois anos atrás ele só se comunicava por gestos.

   _ Sério?!_ fico abismado até porque ele foi bem carinhoso comigo, não que ele seja de falar muito_ Ele deve ser muito tímido, só isso._ volto a dirigir.

   _ No início também achávamos isso, mas quando meus pais levaram ele ao médico o encaminharam para uma psicologa e só depois descobrimos que... o Max é autista._ olho-a de relance e demoro um pouco pra digerir tudo.

   Paramos em frente a escola do Max, ela desce do carro e eu fico lá apenas observando a cena. Max vem correndo e abraça irmã, que o pega nos braços e o traz até o carro.

   _ E ai amigão!_ o cumprimento pelo retrovisor_ Como foi a escola?

   _ Legal._ noto que ele não sustenta muito o olhar.

   Vamos o resto do caminho em um silêncio que chegava a doer nos ouvidos. Assim que chegamos ao consultório, Max praticamente me arrasta pra dentro da sala onde uma psicologa bem vestida, com cabelos loiros em uma trança, não muito alta mas também não era uma anã.

   Muito gentil sorriu para nós quando entramos. Por conta da grande ligação existente entre o Max e eu, fiquei junto com Deborah e juntos participamos dos exercícios terapêuticos. Como prometido levei os dois pra tomar sorvete, tentei várias vezes puxar conversa com Deborah mais ela se esquivava e dava respostas curtas como fazia a alguns dias atrás. Levei os dois pra casa, como o Max dormiu no caminho de volta peguei ele no braço e levei até a cama.

  _ Podemos falar um minuto?_ sussurro pra não acorda-lo, ela assente e faz sinal para sairmos do quarto_ Notei que você ficou bem fria comigo desde que buscamos o Max na escola. O que houve?

   _ Você age assim com o meu irmão por dó?_ ela me encara com um olhar severo_ Eu tô perguntando porque depois que eu falei o que ele tinha você também mudou.

  _ Não, eu não sinto dó dele._ respiro fundo e seguro gentilmente o seu queixo_ Eu só precisava de um tempo pra digerir a informação._ abro um sorriso_ Seu irmão é muito especial pra mim, ele é digno de admiração e não de pena.  

   _ Acho melhor você ir embora agora._ a sua voz é suave e terna_ Daqui a pouco os meus pais vão chegar e não é bom que esteja aqui.

   _ Eu só vou depois que você me der um beijo._ eu a puxo pra mais perto e lhe dou um beijo delicado.

   _ Pronto._ ela se afasta um pouco_ Agora já pode ir.

   _ Eu vou._ dou mais um selinho nela_ Mas amanhã volto pra irmos juntos pra escola de novo.

   Ela me leva até a porta, me despeço dela com um beijo na bochecha. Dirijo até em casa ao som de Jessie J com a música Bang Bang, começo a cantar e a bater de leve no volante. Quando cheguei em casa os meus pais não estavam, fui até a cozinha e encontrei um bilhete pregado na geladeira dizendo que ia encontrar a minha avó na casa de repouso.

  Tomei um pouco de água e depois fui tomar uma ducha rápida. Depois me joguei no sofá e fui assistir ao jogo de basquete na TV. Assim que os meus pais chegam peço uma pizza e jantamos.

   _ Alguma novidade filho?_ pergunta a minha mãe quando recolhe os pratos_ Parece que até que está apaixonado.

   _ Pois é._ meu pai concorda me encarando.

   _ Talvez eu realmente esteja apaixonado._ sorrio um pouco sem graça.

   _ É a Deborah, não é?!_ minha mãe fala toda entusiasmada e eu assinto_ Eu sabia!

   _ Olha filho, ela é uma garota especial._ meu pai coloca a mão no meu ombro_ Por isso seja um bom garoto e faça tudo direito.

   Fico pensativo depois da conversa com meus pais. Subo e vou pra o meu quarto, me jogo na cama mais não caiu de imediato no sono.

   _ Meu pai tem razão._ penso em voz alta_ Eu tenho que fazer tudo certo com a Deborah.

Um Amor InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora