Capítulo 16

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Deborah...

   Depois de uma vida inteira morando em Nova Jersey agora tenho que me adaptar a um novo ambiente, novas pessoas. A única parte boa de tudo isso é que lá eu não corro o risco de cruzar com o Chris.

   Resolvi não contar nada para os meus pais sobre as mentiras dele. Pedi para o Eddie devolver o carrinho que ele deu para o Max, assim não vamos levar nada que me lembre dele. No aeroporto Eddie vem se despedir, pedi que ele se cuidasse e que fosse feliz.

   Vamos para perto do nosso portão de embarque e esperamos até que uma moça no interfone avisa que o nosso voo sairá em alguns minutos. Assim que embarcamos e que me sentei na minha poltrona respiro fundo e me preparo para a minha nova vida.

   O Max ficou um pouco agitado durante o voo por causa do barulho das turbinas. Aos poucos ele foi se acalmando e caiu no sono, decido fazer o mesmo assim o tempo passa mais rápido. Quando chegamos a Argentina já estava escurecendo, as luzes da cidade já estavam ascendendo e deixando tudo ainda mais lindo.

   Fomos direito para a nossa casa nova que fica em uma das melhores ruas da cidade. Meu pai já  havia mandado mobiliar a casa à uma semana antes de nos mudarmos. Demorou um pouco pra me acostumar com tudo mais aos poucos foi melhorando.

   Como eu já estava quase me formando consegui uma vaga em uma das melhores universidades de psicologia de Buenos Ares.

   Sete anos depois...

   _ Bom dia Rita!_ cumprimento a nossa governanta, mamãe à contrato para ajudar já que ela tinha muitos compromissos com meu pai.

   _ Buenos dias._ fala Max, ele logo aprendeu o idioma daqui e fala fluentemente_ O que vamos ter para o café da manhã?_ ele hoje tem 13 anos e toca violão e guitarra como ninguém.

   _ Seja o que for sei que vai estar delicioso como sempre._ responde mamãe se juntando a nós_ Filha o Ruan passou aqui mais cedo, queria falar com você mais surgiu um problema no escritório e ele e seu pai tiveram que correr pra lá.

   _ Tudo bem._ falo bebericando o meu café_ De todo jeito íamos nos encontrar à tarde pra almoçar.

   _ Eu não gosto desse cara._ o Max nunca foi com a cara do Ruan mais depois que ele entrou na adolescência parece que piorou_ Ele não é legal.

   _ Para de implicar com o noivo da sua irmã, Max._ repreende mamãe.

   Terminamos o nosso café em silêncio, depois pego o meu carro e dirijo até o hospital onde sou voluntária. Escolhi essa profissão para ajudar outras famílias como a minha que precisam de atenção para seus filhos especiais.

    Durante a minha residência encontrei várias crianças autistas e de diversos graus de autismo, a todos os pais eu conto a história de vida do meu irmão e que com fé e perseverança eles podem superar todos os seus limites.

   Quando já estava quase na hora do almoço Ruan liga para me avisar que está me esperando no restaurante que fica perto do hospital. Pego o carro e dirijo até lá, assim que chego a recepcionista me índica a mesa onde ele está sentado.             

   _ Boa tarde, mi amor._ ele levanta e puxa a cadeira para que eu sente.

   _ Boa tarde. Então conseguiu resolver o problema no escritório?_ assim como meu pai Ruan é advogado e trabalha para uma filial da empresa que o Eddie herdou do pai assim que o mesmo morreu.

   _ Ah, sim._ fala com o sotaque carregado_   Tudo está caminhando muito bem._ ele chama o garçom e faz os nossos pedidos.

   _ Então animado com a nossa viagem?_ pergunto enquanto nos servem o vinho_ Mal posso esperar pra rever a minha tia e a minha prima Renata. Sem contar que a minha mãe tá morrendo de vontade de te apresentar pra todos os nossos parentes e amigos que ainda moram lá._ continuo animada.

   _ Mas é claro mi amor._ ele sorri e acalenta a minha mão, mas perco logo sua atenção quando o seu celular começa a tocar_ Só um segundo, eu preciso atender está ligação.

   Os nossos pedidos chegam e fico esperando que ele volte para começar a comer. Minutos depois estamos terminando de comer e fazendo planos para a nossa viagem e para o casamento que está próximo.

   Depois do almoço vou para casa, prometi a minha mãe que iria ajuda-la com os preparativos para a nossa viagem amanhã para passar o natal e ano novo. Como ainda tinha algumas coisas para resolver o Ruan vai nos encontrar depois.

   A noite passou voando. Acordei com despertador, levantei, fiz minha higiene matinal, tomei um bom banho quente e depois de pronta desci para tomar o café da manhã com a minha família. Enquanto fazemos o caminho até o aeroporto por alguma razão tive a sensação de que vai acontecer algo inesquecível e inesperado nessa viagem de volta ao meu passado.

   Sem que eu pudesse evitar sou atingida pelas últimas recordações que tinha daquele lugar. Trato logo de afugenta-las, não demorou muito para chamassem o nosso voo. A viagem foi tranquila sem grandes turbulências e quando desembarcamos tia Helena, o tio Marco e a Renata estavam nos esperando animados.

   _ Nossa, como você cresceu Max!_ fala tia Helena indo abraça-lo_ E você está ainda mais linda Debbie.

   _ Você também está linda tia._ a abraço.

   _ E onde está o seu noivo bonitão que sua mãe tanto fala?_ ela pergunta me cutucando.

   _ O Ruan não pôde vir com a gente hoje por conta do trabalho._ justifico e ela assente.

   Marco ajuda o meu pai a colocar as malas no carro, Max e Renata conversavam sobre as férias e como gostavam do natal, enquanto tia Helena, mamãe e eu trocamos informações sobre  os últimos acontecimentos.

   Quando chegamos na casa de tia Helena encontramos o irmão mais velho da minha mãe que mora em Manhattan veio nos ver, os amigos do meu pai e até mesmo o Eddie estava aqui com sua esposa, embora não possa comer quase nada por conta da sua rígida dieta para manter a sua diabetes controlada.

Um Amor InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora