A Face da Guerra

Trust

Anteriormente...

Lauren pegou uma cadeira e colocou na frente de Camila. Lentamente foi puxando o capuz da jovem que teve dificuldades em se adaptar a forte luz da sala. Os olhos delas se cruzaram, juntos, pela primeira vez. Lauren pode observar a íris dilatada de Camila sendo engolida por um mar castanho. Engoliu o seco quando viu que Camila tinha o olhar fixado nos seus.

Os castanhos dos olhos de Camila pareciam brasa queimando o rosto de Lauren. Não pode deixar de lembrar de uma música que ouvira de um cantor brasileiro que gostava. Não sabia porquê, mas a música inundou os pensamentos de Lauren.

E não pode deixar de fazer uma última nota mental: Camila era louca mas tinha olhos lindos.

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Base da Operações Especiais - CIA

18:46 p.m

LAUREN POV

Observar e ler pessoas era primordial no trabalho de Lauren, ou pelo menos costumava ser antes de ter recebido uma advertência que fizera com que ela apenas acompanhasse as investigações de longe. Não poder fazer seu trabalho era o que mais lhe frustrava, precisa preencher sua cabeça com o que gostava.

Lauren olhou dentro dos olhos dela da mesma forma intensa com qual era olhada. Diferente de Lauren, os olhares de Camila não eram de curiosidade, mas sim como se ela estivesse se desculpando por algo, Lauren ainda não entendia muito bem o porquê de sua postura ter mudado drasticamente desde que se comportara violentamente. Pensou ser por tudo que havia passado, pelo seu plano de fugir ter dado errado e estar detida. Mas faltava algo que os agentes estavam deixando passar ou simplesmente não fora mencionado. A agente tinha o coração palpitando pela ansiedade de estar diante de uma nova investigação, podia ser sua oportunidade de voltar a fazer o que sempre quis fazer.

- Você, ouviu os chefões, não é, pirralha? Vou ter que ficar aqui de babá, então por favor sem pancadaria para cima de mim dessa vez – Lauren disso quebrando a troca de olhares.

Camila não parecia compreender do que a agente falava, percebendo isto Lauren respirou fundo e lembrou que provavelmente a menina não entenderia quaisquer gírias na sua língua.

- Você entendeu o que eu disse? – Falou pausadamente esperando alguma reação positiva de Camila.

Tudo que recebeu foi um aceno afirmativo com a cabeça como resposta antes de abaixar a cabeça em indiferença.

Já que teria que passar o resto do dia cuidando da "encomenda" Lauren decidiu ela mesma cuidar dos ferimentos da menina, seria uma forma de adentrar um pouco melhor no mundo de Camila, ganhando sua confiança talvez fosse mais fácil iniciar um diálogo e estuda-la mais de perto.

Por mais que trabalhasse na CIA e tivesse que colocar os interesses do governo americano na frente de tudo, ela não concordava muito com todas as formas com o qual o sistema funcionava principalmente no tratamento às pessoas. A violência não pode ser sempre a única alternativa de resolução de problemas, principalmente quando ela é feita apenas para benefício de um seleto grupo de pessoas.

Dentro de uma maleta pegou uma seringa, álcool e algodão e se dirigiu até a prisioneira que se assustou quando percebeu o que via nas mãos da agente.

- Fala sério que você afronta o Governo Americano mas tem medo de uma agulha? – Camila quis matar Lauren por aquele comentário no momento em que ela estava desesperada com a situação.