Prólogo

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REPOSTADO

KATHERINE

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KATHERINE

Dois meses após "Reencontrando o passado - Série Os mafiosos (Livro 4)"


Ali está a cadela, vadia, piranha, prostituta, resto de aborto mal sucedido, sim, a mãe tentou abortar essa cachorra, mas falhou no processo. Cachorra não, cachorros são maravilhosos, Amélia não merece ser chamada disso.

Ali está ela, casando com Gabriel. Gabriel deveria ser meu. Não daquela vadia da Amélia. Mas não, ela tem que ser filha de alguém importante, que ajuda na Nostra.

Mas, não importa, ali estão eles. Na frente do juiz, Amélia está com um vestido comprido e branco, Gabriel está de calça jeans e uma camiseta preta. Espero que ele esteja de luto por sua vida, porque ele estaria melhor ao meu lado. Mas Gabriel não fala comigo há algum tempo... Por que eu ainda me importo com ele?

Eu estou aqui, espiando tudo. Não fui convidada para o casamento, Gabriel me fez esse grande favor. Mas o casamento é na casa de Fernando e Sara, e eu tenho acesso ao local.

Sara está com os braços cruzados, olhando para Amélia como se quisesse mata-la; Fernando está olhando para o teto; Karen está digitando algo no celular; Daniel está bocejando; Jasmine parece que vai dormir a qualquer momento, assim como Leonardo e Felipe; Giulia está enrolando o próprio cabelo no dedo; meu pai está coçando o queixo; minha mãe parece que vai matar Gabriel e a vadia da Amélia — ela teve que vir, porque é madrinha de Gabriel, não a madrinha do casamento ou seja lá como chamam isso. Rachel sonsa é a madrinha, testemunha ou sei lá o quê, ela está apenas olhando para o juiz; e Jesse, o amigo de Gabriel olha para os noivos com estranheza. Os únicos felizes são os pais da Amélia e os amigos. Fora isso, eu não sei descrever essa merda desse casamento.

Deixando a minha raiva de lado, eu saio da casa. Eu pensei em jogar uma bomba, mas não era apenas Gabriel e Amélia vadia que morreriam, então desisti. Coloquei na cabeça que minha felicidade não está nas mãos de Gabriel, e sim nas minhas.

Que frase de merda!

Pego meu carro e saio para me encontrar com Cassandra, uma das minhas amigas, quer dizer, só tenho ela e Karen. E Cassandra é a única que não está em um casamento.

Reduzindo a velocidade, eu paro em frente a um bar, onde encontro Cassie se esfregando com um garoto qualquer.

Pigarreio exageradamente e ela olha para mim.

— Oi, Cassie. — olho para o garoto. — Oi, pessoa que estava quase engolindo a minha amiga.

— Katherine, não me faça passar vergonha. — Cassie limpa a boca e eu faço cara de nojo.

— Não quero te fazer passar vergonha, só quero beber.

— Então. — Cassie segura o meu braço. — Vamos beber!



(...)



Olhando para dois dias atrás, penso em como minha vida mudou. Como eu era apenas a filha louca e virei isso, que não faço ideia de como chamar.

Pego o carro que aluguei e vou até o local da mensagem. É um bairro isolado, mas dizem que não é perigoso.

O que fariam se descobrissem a verdade?

Tento não pensar nessa questão. Eu me afastei um pouco depois daquela noite.

Olho para o meu celular e vejo que estou no local correto. Paro em frente a uma casa e saio do carro, abrindo a minha bolsa e pegando a encomenda.

É tolice colocar dentro da bolsa, mas onde mais iria colocar? Eu não colocaria isso dentro do meu corpo. Jamais!

Caminho até a casa de dois andares e torço para que o comprador me atenda e não outra pessoa, será estranho explicar a entrega. Já é a segunda vez que faço isso e continuo odiando ainda mais.

Toco a campainha e espero. Toco mais duas vezes e a porta vai abrindo.

— Vim entregar a encomenda. — retiro o pacote da minha bolsa apressadamente. Eu quero me livrar disso logo.

— Katherine?

Oh merda!

Que não seja ele, que não seja ele, que não seja ele...

— Olhe para mim, Katherine!

Subo o meu olhar lentamente, já com medo do que irei encontrar.

É ele. É Gabriel. Eu já tinha reconhecido a sua voz.

— O que você está fazendo?

Sem responder, eu corro para longe dele, mas ele me alcança.

— Solte-me! — grito. — Solte-me!

— O que está fazendo?

— Vim ver se estava bem. — minto.

— É mentira, você não sabia que eu estou aqui. O que é isso em sua mão?

Ele tenta pegar a ''mercadoria'', assim começamos uma pequena luta. Na qual ele tenta me imobilizar e pegar a minha mão, enquanto eu tento inutilmente sair do seu aperto. Estamos no chão, rolando como doidos.

Gabriel aperta com força o meu punho esquerdo e eu grito. Ele consegue imobilizar a minha mão. Então, ele pega meu pacote e sai de cima de mim.

Ele abre o pacote e eu corro até o meu carro.

— Katherine, o que está fazendo com a sua vida? — ele corre atrás de mim e bate no vidro do carro — Isso é cocaína? Por que veio entregar cocaína?

— Não se preocupe comigo, se preocupe com a vadia da sua esposa! — grito e choro, com raiva pelo que fiz. — Não se meta nos meus negócios!

— Eu me importo com você!

— Você me abandonou desde que entrou nos negócios! Você nunca mais me procurou.

Dou a partida no carro e começo a dirigir para longe de Gabriel.

Eu não sei o que é pior, Gabriel saber que eu estou entregando drogas ou ele dizer que se importa comigo.

Eu deveria ir para bem longe, me livrar dessa confusão e esquecer sobre Gabriel. Ter uma vida normal. Talvez isso seja o mais correto.

Mas não, eu vou mostrar do que sou capaz.

Enxugo minhas lágrimas com força.

Mostrarei que não sou a doida que todos pensam.

Eu serei como os homens da máfia!

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