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NOORA EVANS

Me joguei no sofá com os olhos fechados, evitando ver tudo e todos embaçados ao meu redor. Eu tinha certeza que havia atingido minha cota de bebidas na noite, já que minha cabeça parecia querer competir com um beyblade quem gira mais. Sophie e Cameron se jogaram ao meu lado logo em seguida, rindo como dois bons bêbados.

Eu havia sido introduzida ao grupo de amigos de Dallas e, surpreendentemente – ou não, eu já conhecia todos de vista por causa da escola, além de que, alguns deles eram bem conhecidos por todo o colégio – sim, estou sendo modesta, todo mundo conhecia aqueles garotos no colégio. O clichê de sempre, time de futebol, time de lacrosse, time de futebol brasileiro, integrantes do coral, etc. Tudo que você conseguir imaginar.

Meus pés doíam, mesmo eu usando meu all-star de sempre, e isso significava que eu estava – também – no meu limite pra dança. Eu estava bêbada o suficiente pra me impedir de me deixar abalar pelo comentário de Lucas, mas sóbria o suficiente pra saber que eu me martirizaria por isso no dia seguinte.

A música que começara naquele momento me atingiu em cheio e eu sabia que precisava dançar só mais uma – jurei pra mim mesma que era a última. Talking body na voz do SoMo era, definitivamente, minha perdição. Me coloquei de pé no mesmo instante e comecei a me envolver ainda mais pela música.

Rebolei de maneira lenta, balançando, em seguida, meu corpo de um lado pro outro na mesma velocidade. Matthew se materializou do meu lado segurando um copo, não pensei duas vezes antes de pegar o copo da mão do garoto e virá-lo de uma vez em minha boca. Ok, Noora, tudo errado. TUDO ERRADO!"

Espinosa me olhou com uma cara engraçada que transmitia, ao mesmo tempo, surpresa e preocupação. Eu ri e puxei o garoto pra dançar comigo.

Now if we're talking body
You got a perfect one
So put it on me

Meu corpo pareceu ter vontade própria nesse momento, talvez o álcool esteja no controle. Eu confesso que sentia falta da sensação maravilhosa de dançar sem medo de uma possível crise de ciúmes. As mãos de Espinosa agora estavam em minha cintura e isso só me incentivava a continuar. Eu sei que não é só o álcool falando mais alto.

Rebolei rente ao corpo de Espinosa, sentido suas mãos pressionarem minha cintura em aprovação. Um sorriso escapou dos meus lábios. Virei-me pro garoto no mesmo instante, seus olhos me fitaram e seu rosto não mais transparecia surpresa, muito menos preocupação. Era desejo. Meu cérebro travou e, aparentemente, um interruptor foi ligado e tudo o que eu sentia naquele momento pareceu se misturar.

Swear it won't take you long
If you love me right
We fuck for life

Eu quero. Eu sei que quero. Mas tinham mil vozes na minha cabeça gritando mil coisas diferentes. Fechei os olhos, virei-me de costas pro garoto novamente, tentando voltar a sentir apenas a música – e as mãos de Espinosa em minha cintura. Se eu quero, por que fingir que não? Ou melhor. Por que deixar coisas irrelevantes atrapalharem?

Acho que Espinosa não reparou em meu conflito interno – e eu não o julgo por isso – já que sua boca agora estava no meu pescoço, causando-me arrepios dos pés a cabeça. Rebolei uma última vez antes de Espinosa me virar pra ele e sem que eu pudesse pensar, o garoto juntou nossos lábios. E, simples assim, eu já não me importava se eu havia acabado de terminar.

New Rules || Matthew EspinosaOnde histórias criam vida. Descubra agora