Capítulo 09 - Lara

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Saí da cafeteria apreensiva, suava frio, será que ele havia me reconhecido? Que medo. Ele nem parecia o mesmo das festas, bem mais gentil e atencioso do havia se mostrado até agora. Cheguei em casa e Nic estava sentada no sofá com a cara fechada, fingindo estar braba.

— Você estava com o seu namorado? — questionou curiosa

— Desculpa o atraso... E não eu não estava com meu namorado, porque eu não tenho um, sua boba — disse largando as sacolas sobre o sofá.

— Mas uma hora você vai namorar, não vai poder ficar solteirona pra sempre.

— Como é? Agora você quer ser, minha conselheira amorosa? Sai fora garota. — Eu a empurrei para o tapete.

Nesse clima de carinho, amizade e brincadeiras, fizemos o jantar juntas, limpamos a cozinha e fomos iguais duas moribundas até nossos quartos.

Pouco antes de dormir abri meu e-mail para ver se não tinha nenhum convite para trabalho. Não fiquei surpresa quando vi que a primeira mensagem da caixa de entrada era de Lucca, tinha até me esquecido dele por alguns dias, não queria ocupar a minha mente com o que aconteceu naquela noite. Ele pedia desculpas pelo o que havia acontecido, que estava envergonhado e que não queria que isso fosse um empecilho entre nós, e que se eu quisesse conversar, ele estaria disposto a trocar uma ideia comigo, apenas como amigos. Não que eu o odiasse, não posso culpá-lo pelo que aconteceu, eu estava lá também, podia ter feito algo, foi tudo muito rápido, estávamos explodindo.

Respondi o e-mail dizendo que estava tudo certo, que não estava brava nem nada, apenas que fomos rápido demais e que eu não poderia misturar as coisas. Em menos de dois minutos ele respondeu que queria me ver, tomar um café. Não sabia se era certo vê-lo depois disso tudo, mas também não iria fazer mal algum. Nós nos encontramos na noite seguinte em um restaurante, Lucca estava contente ao me ver.

— Achei que você não viria — disse um pouco nervoso

— Bom, pensei duas vezes antes de entrar pela porta.

— Sente-se — apontou para a cadeira a sua frente na mesa. — Então como você está?

— Bem, e você?

— Bom, você sabe, né? Todo homem bonito em uma cidade pequena tem seus compromissos — sorria malandramente para quebrar o clima tenso.

— Cidade pequena? Você sabe que São Paulo é uma megalópole?

— É verdade... — ele coçou o queixo —numa cidade maiorzinha então. — sorriu e cravou os olhos em mim. — Escuta, Amanda, não quero que você se sinta desconfortável perto de mim, sobre a outra noite, desculpa se fiz algo que você não gostou, ou se disse algo, enfim... Não foi a minha intenção, não quero que você fique brava comigo, sabe eu gosto de você.

— Tudo bem, já passou. Pode ficar tranquilo, são águas passadas.

— Tem certeza? Pode me xingar, falar o que você quiser, eu mereço ouvir. — Suas palavras soavam sinceras.

— Eu vou ficar brava com você se continuar a tocar nesse assunto e não pedir algo para comermos — brinquei trocando de assunto.

A noite seguiu, e Lucca se mostrou — como sempre — muito querido, proporcionou umas boas risadas e ao contrário do que achava, não me sentia desconfortável ao lado dele.

Já era tarde, avisei que precisava ir embora, ele ofereceu carona e eu dispensei, disse que iria de táxi, que deveríamos ir devagar com o que quer que estivesse acontecendo entre nós. Ele se prontificou de me levar até a porta do restaurante e esperar comigo o táxi. Pouco antes do carro aparecer na rua, Lucca se aproximou e segurou minha mão, com sua outra mão livre ele tirava o cabelo loiro do meu rosto, que o vento insistia em empurrar de volta, era impossível não ficar vidrada por aqueles olhos cristalinos. Sem dizer nenhuma palavra, e acredito que não era preciso, Lucca aproximou seus lábios dos meus.

Lust Affair - Série Affair v.1Onde histórias criam vida. Descubra agora