Capítulo 14 - Lara

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Terminei de arrumar minha bolsa e o barulho da buzina soou do lado de fora. Abri a porta e Theo estava só "sorrisos" dentro do carro. Essa coisa entre nós era loucura, éramos dois imprevisíveis, quente e frio, mas a conexão que criamos em tão pouco tempo parecia se fortalecer. O frio na minha barriga me deixava ainda mais ansiosa, em expectativa. Jamais imaginei receber um e-mail dele me fazendo uma proposta com apenas o intuito de me ajudar, confesso que não esperava que ele tomasse aquela atitude, Theo não normal e eu tão pouco. O sorriso que perdurava em meus lábios até a chegada dele era novidade, eu não sorria daquele jeito — de modo bobo —, desde que minha mãe havia falecido.

Entrei no carro e aquele sorriso de vitória em seu rosto me fez querer enchê-lo de tapas, e beijos, não sabia o porquê, mas eu me sentia bem junto dele, sabia que estava segura com Theo, e eu gostava de como isso estava indo.

— Eu jurei que você ia me dar um toco — sorri ao ouvir seu temor, enquanto me acomodava em seu confortável carro.

— Então, o que você planejou pra hoje?

— Nada — riu, nervoso. — Podemos comer alguma coisa, o que você acha?

— Você que me convidou, você decide.

— Podíamos fazer uma janta lá em casa, faz dias que penso em comer lasanha, acho que dá pra fazer uma.

— Você cozinhando? Me leva de volta — debochei.

— Engraçadinha, você pode me ajudar já que sabe tudo.

— Já vou avisando, não vou lavar a louça.

— Você é muito chata. Tudo bem, você cozinha e eu lavo, melhor do que se for ao contrário.

Em um ar descontraído fomos conversando sobre receitas e pratos gourmets, Theo contou sobre alguns dos lugares que visitou ao redor do mundo e da culinária que fez questão de experimentar. Senti muita inveja, gostaria de ter provado todos, ainda mais do jeito que ele falava, pareciam deliciosos.

Theo tinha de tudo dentro da geladeira, eu parecia uma chef profissional e ele meu assistente. Qualquer pessoa conseguiria montar uma lasanha sem fazer tanta bagunça, mas Theo não era qualquer pessoa, sujou tudo em que encostou, e eu só dizia "Você que vai lavar". Jantar pronto, sentamos a mesa que Theo havia arrumado bem de frente para o jardim e a piscina, com a brisa leve entrando pela porta de vidro que estava aberta, e assim a noite seguiu calma e agradável, com um bom prato de lasanha e vinho para acompanhar, estava tudo perfeito.

— Então... — disse terminando um gole de vinho. — Última noite livre para os amigos.

— É, só daqui um mês para você conseguir ficar na presença do melhor anfitrião da cidade.

— Posso saber o que você vai fazer nesse um mês?

— Bom, eu conheci uma mulher e... Ela precisa de atenção sabe — eu o interrompi dando um tapa no seu ombro. — Ai... Como eu ia dizendo, ela precisa de atenção, e como sou um cavalheiro vou ajudá-la.

— Nossa, como você é generoso.

— Eu tento, né. — Presenteou-me com uma piscadela.

Recolhemos a mesa e Theo iniciou o seu trabalho com a lavadora, levou quase meia hora até ele conseguir ligá-la. Sentamos nos sofás da sala, Theo perguntou se eu queria ver um filme, assenti, a televisão da sala parecia uma tela de cinema. Pedi licença, tirei as sapatilhas e coloquei os pés sobre o sofá, Theo esticou o corpo no sofá a minha frente e com o controle guiou o menu dos filmes. Levou algum tempo até decidirmos qual filme assistiríamos, mas acabou que o filme só serviu como trilha sonora para nossa conversa.

Lust Affair - Série Affair v.1Onde histórias criam vida. Descubra agora