A Aceitação

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Nosso olhar foi interrompido pela voz do doutor
- Bom, essa foi sua última vida antes dessa. Você era uma princesa que iria se casar por amor, mas um algoz tirou sua vida e o seu algoz é o seu companheiro ou melhor, quem ele foi em outra vida - minha expressão congelou, como? Tudo fazia sentido agora, mas por que ele me matou? Por isso dói tanto vê-lo? Novamente olhei para o Jongin que agora estava desolado com lágrimas saindo desesperadas de seus olhos, o que eu poderia fazer? Não conseguia me mexer, eu não sabia dizer o que eu sentia naquele momento, respirei fundo e olhei para o doutor
- Então eu vou sentir essa dor toda vez que olhar pra ele? Vou sentir isso a vida toda? - disse um tanto calmo demais, o médico respirou calmamente
- Você morreu sentindo ódio dele, pois ele o matou, mas isso pode ser revertido porém o Jongin terá que fazer a regressão também. Teremos que entender o motivo por qual ele fez isso e...
- Eu aceito. Se eu o fiz tão mal na vida passada pelo menos nessa eu quero consertar - olhei para o meu namorado e podia ver o desespero em se olhar, me fazer sentir aquilo o deixava desnorteado, segurei sua mão devagar e ele olhou para elas - Eu não aguento te ver sofrendo desse jeito - não aguentava vê-lo daquele jeito, meu peito doía, minha mente parecia que iria explodir
- Tudo vai se resolver... Vamos ficar bem huh - disse acariciando suas mãos e tentando conforta-lo
- Bom, se ele está de acordo podemos começar na sexta nesse mesmo horário
- Mas ainda é segunda, doutor. Vou ter que vê-lo sofrer assim até lá? - ele disse um tanto alto, apertei um pouco sua mão e neguei com a cabeça
- Está tudo bem, Jongin... Já esperamos por dois anos, 4 dias não serão nada - disse tentando parecer calmo, mas eu não estava, queria acabar com tudo aquilo, queria gritar, correr, arrancar meu coração pra que parasse de doer. Me levantei o levantando junto comigo e me curei brevemente - Obrigada, doutor Sung, nos vemos na sexta - ele se curvou e logo saímos do consultório. O caminho pra casa foi silencioso, não consegui olhar para Jongin e nem ele para mim, tudo aquilo era tão surreal, não podia ser verdade. Eu estava desolado, ele estava desolado, não sabíamos como reagir aquilo. Ele parou em frente ao meu prédio e sem se mexer ficamos ali por alguns minutos até que eu o olhei, aquela feição triste acabava comigo, virei seu rosto pra mim e selei longamente nossos lábios
- Eu te amo... - foi a única coisa que consegui dizer, ele me puxou me abraçando forte
- Fica comigo essa noite? - ele disse perto de meu ouvido, sorri fechando meus olhos
- Claro... - disse dando um meio sorriso e saindo do carro junto com o garoto e começando a caminhar em direção ao meu apartamento.

Tudo aquilo estava difícil para mim, toda a ideia de que numa vida passada eu fui morto pela pessoa que mais amo nessa vida, era tudo confuso e estranho e podia sentir ele estava sentindo o mesmo. Joguei minha bolsa em cima do sofá e o olhei, ele havia parado na porta e agora fitava o chão, fui até ele e sorri fraco

-Não fique pensando nisso, ok? Vamos aproveitar nossa noite? - disse já o puxando para dentro e caminhando em direção ao meu quarto, o fiz sentar em minha cama e parei bem na sua frente - não quer relaxar um pouco? - mordi meu lábio inferior o encarando e começando a tirar minhas roupas lentamente sem tirar meus olhos dos dele, sua expressão era indecifrável, ele estava totalmente sério, mas não parecia bravo, triste ou feliz, acho que nem em mil anos conseguiria descrever aquela expressão. Comecei a tirar minha calça ficando somente com minha boxer azul claro, antes que pudesse falar qualquer coisa senti meu corpo ser puxado e agora eu estava em seu colo, seus braços circulavam minha cintura e os meus seu pescoço, sua expressão havia mudado, agora conseguia ver o seu amor fluindo por suas feições, o desejo que ele estava sentindo pulsando bem abaixo de meu bumbum, mas também podia ver seu sentimento de culpa, aquilo fazia meu peito doer ainda mais

-Essa dor vai parar, não vai? - ele disse me olhando fixamente

-Mesmo que ela não passe, eu não vou te deixar, mesmo que eu sinta isso a minha vida toda, se esse for o preço para ficar com você, eu não me importo - disse aproximando um pouco mais nossos rostos e agora finalmente pude ver um sorriso em rosto, mesmo fraco, mas era um sorriso.

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