A Solução Encontrada?

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[...]

A semana pareceu se arrastar, os dias pareciam muito mais longos do que realmente eram. Não vi o Jongin desde aquela noite, só havíamos nos comunicado por mensagem, ele se sentia completamente culpado pela minha dor, eu me sentia culpado por não tê-lo amado na outra vida e eu me perguntava constantemente por que a dor daquela vida voltou a me assombrar nessa, o que eu teria feito de tão errado para sofrer tanto assim? Hoje eu teria a resposta para isso.
Novamente estávamos ali, naquele consultório, encontrando o doutor com os óculos pequenos, a sala com cheiro de uma mistura de eucalipto e talco de bebê, aquele sofá reclinável, mas dessa vez não era eu que estaria deitado ali e sim o meu namorado, todas respostas seriam reveladas ali, logo saberíamos todo o motivo. Olhei para Jongin, mas ele não retribuiu meu olhar e estava assim desde que nos encontramos

- Não me olhe até que tudo isso acabe - ele disse num tom sério logo se encaminhando até o sofá e se deitando lá. Ouvir aquilo da pessoa que amo era muito doloroso, tudo aquilo estava me matando, mas eu entendia o que ele queria me proteger. Vi seu corpo relaxar confortável no sofá e logo ele fechou seus olhos, o doutor sentou ao seu lado e me indicou a cadeira que o Jongin havia usado na última sessão para me acompanhar, assenti e logo me sentei segurando a mão do meu amado, respirei fundo e não demorou muito até que a sessão começasse
- Apenas relaxe... Relaxe... Muito bem... Kim Jongin, onde você está agora? - disse o senhor olhando atentamente o rapaz deitado
- Estou em uma casa... Uma casa simples... É a minha casa - o garoto respondeu mantendo sua feição calma
- Consegue me dizer seu nome? - incitou o doutor
- Dong-Yul... Lee Dong-Yul
- Muito bem, Dong-Yul o que você ver agora?
- Sun Hee, minha amada Sun Hee... - ele disse mudando um pouco sua feição, parecia feliz, mostrava um meio sorriso
- E o que vocês estão fazendo?
- Estou contando sobre os meus sentimentos... - sua feição mudou drasticamente para uma feição triste e distante
- Ela não te ama?
- Sun Hee... Não vá embora... Por favor... - de repente ele estava chorando forte, estava inconsolável e aquilo estava me deixando muito mal, meu peito doía cada vez mais
- Doutor, por favor tire ele de lá - disse desesperado, aquela cena estava me matando, mas ele pareceu não me ouvir e continuou com as perguntas
- O que está sentindo agora?
- Dor, ódio... Ela jurou que me amaria para sempre... Desde os 6 anos e agora ela não me ama mais - sua feição foi tomando um tom de raiva - eu vou acabar com isso - dizia ele loucamente. Aquilo estava me deixando assustado e ainda com mais dor, coloquei minha mão sobre o peito tentando abafar a dor, mas não parava
- Vamos mais adiante. Onde você está agora?
- O casamento dela. Ela está linda!
- Você quer matá-la?
- Não quero, mas não suporto vê-la amando outro - a mão que estava segurando a minha começou a ser fechada. Puxei minha mão rapidamente e vi seu punho cerrar
- O que você está sentindo agora?
- Dor, traição... - a respiração do garoto estava ofegante agora, eu queria que aquilo acabasse
- Doutor por favor... - o doutor fez um sinal para que eu esperasse apenas mais um pouco
- Dong-Yul, me diga o que ver agora - o doutor prosseguiu
- Eu matei ele... Mas ela me odeia agora... Ele está correndo para a floresta... Por que ela está correndo? - a respiração dele ficava cada vez mais afoita e pesada - ela caiu no chão... Sun Hee... Não chore... Por que mentiu pra mim? - novamente ele voltou a chorar, meu peito ardia como nunca e as lágrimas começaram a sair descontroladas de meus olhos
- Você a matou?
- Ela está sangrando... Aaaah.. - ele começou a ter espasmos - eu estou morrendo... Eu... Tirei minha vida - meus olhos se arregalaram, ele me matou e em seguida tirou sua vida... A culpa era toda minha e não dele. Apertei meu peito forte tentando acalmar aquela dor que estava me sufocando. Como eu poderia perdoar alguém se eu quem deveria ser perdoado? Aquele era meu castigo?

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