Decepção - Parte 1

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Está naquele lugar depois de um mês era realmente estranho. Depois de todo o acontecido... aquele lugar havia nos causado tudo aquilo e eu continuava a me perguntar se aquilo era realmente a saída? E se essa dor continuasse mesmo depois dessa sessão? E se não estivéssemos indo ali em vão? Minha linha de raciocínio foi interrompida pela voz do doutor que já estava sentado na sua cadeira ao lado do sofá, mas dessa vez não era apenas um sofá e sim dois. Será que...?

- Bem vindos novamente e sim, dessa vez vocês dois farão a regressão ao mesmo tempo. - ele disse nos olhando e provavelmente percebendo o meu nervosismo - Assim poderemos conectar suas memórias e saber mais sobre o que aconteceu - olhei para Jongin e ele apenas sorriu com os olhos tentando me acalmar, apertou um pouco nossas mãos e começou a caminhar até um dos sofás comigo, ele se deitou e fiz o mesmo sem soltar nossas mãos. Ele se deitou no sofá mais perto do doutor, fiquei no estava mais distante, Jongin estava querendo me proteger a qualquer custo e isso me deixava feliz. Feliz por saber que definitivamente ele não iria mais  lugar algum, feliz por saber que ele realmente me amava. - Muito bem... Fechem seus olhos e apenas relaxe - Jongin entrelaçou bem nossos dedos para que não se soltasse mesmo quando estivéssemos em transe e assim fechei meus olhos relaxando todo meu corpo e deixando minha mente voltar aquele tempo do qual não me lembrava.
O doutor foi nos conduzindo até que meus olhos viam um local diferente. Eu estava em um campo coberto de grama verde, podia sentir o cheiro de terra recém molhada pela chuva e eu não estava sozinho, Jongin, mas agora parecia mais jovem, 12 anos? Sim, 12 anos. Estávamos sentados juntos e estávamos felizes, rindo, olhando o céu, ouvindo o canto dos pássaros, dessa vez eu não estava com raiva ou dor, tudo que eu sentia era paz e felicidade, partes por esta naquele lugar que amava e maior parte por esta ali com o garoto, eu o amava? Sim, foi naquele momento que descobri esse sentimento.

- O que esta vendo Jongin? - Ouvi a voz do médico ao fundo, mas não o via e como ele perguntara ao mais velhos apenas esperei

- Estou em um gramado... - ele disse e logo prosseguiu - Sunhee está comigo

- Muito bom e como ela parece para você?

- Ela está feliz e está sorrindo... Ela é tão bonita... Posso sentir meu amor por ela

- Que bom isso. Agora, Sunhee, o que você ver e o que sente? - agora a médico se direcionava a mim

- Estou num gramado com o Don-Yul... Eu estou feliz porque acabo de descobrir que o amo - disse enquanto olhava o rosto do garoto

- Vocês se amam, isso é ótimo. Vocês estão dizendo algo?

- Yullie... Vamos ficar juntos pra sempre, não vamos? - eu dizia para o garoto que agora me olhava

- É claro que vamos. Vamos nos casar e vivermos felizes para sempre igual as histórias que nossa amas nos conta - ele disse sorrindo e me olhando, meu peito estava queimando de felicidade. Podia parecer loucura, mas eu amava aquele garoto

- Muito bem, agora vamos avançar um pouco, até o motivo da traição - assim que o dr terminou de falar, o cenário mudou e agora eu estava no pátio novamente de frente ao garoto agora com a aparência que eu havia visto antes, uns 18 anos

- Por que está fazendo isso, SunHee, por que? Nosso amor não lhe basta mais? - ele gritava para mim, podia sentir sua raiva, sua decepção e aquilo me magoava

- Yul, eu não posso contrariar meus pais. Vou ter que me casar com ele - dizia num tom triste, mas firme

- Vamos fugir. A gente vive uma vida calma, sem luxo, mas cheio de amor - agora ele segurava minhas mãos em tom de súplica, mas eu estava relutante, eu o amava, mas meus pais estavam me vigiando, eu não podia dizer que o amava e que já tinha um plano. Soltei minhas mãos das dele e me afastei um pouco tomando uma decisão, com certeza a decisão mais difícil que tomei naquela vida

- Não, Dong-Yul. E quer saber a verdade? - respirou fundo - Eu não o amo mais - disse sentindo meus olhos se encherem de lágrimas e pude ver a decepção em seu rosto, pude ver lágrimas no rosto do garoto, mas não podia voltar atrás, já estava feito - Eu vou me casar na semana que vem e quero que vá como um amigo que você sempre foi - meu peito doía por dizer aquilo, mas não poderia fazer diferente, haviam guardas perto me vigiando, meus pais o matariam se eu tentasse algo, ele me balançava a cabeça em negação

- Adeus, SunHee... - ele disse e se afastou saindo do pátio do lugar, eu estava chorando agora sentada no chão, desolada. Lembrar de tudo aquilo era absurdo, era doloroso, mas eu tinha esperanças de que eu acharia a solução.

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