Prólogo

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*** Eaaaaaí meus amores! Estou começando essa segunda história que promete muito!!! Então já comecem a ler e me contar o que acharam! ***

Eu não sou aquele tipo de garota reclamona, mas puta que me pariu, mudar de cidade?! Ou melhor, de estado?! Sacanagem fazerem isso comigo justo no meu terceiro (e último) ano do colégio. Ninguém percebe que essa coisa toda de mudança incluiria perder todos os (raros) planejamentos que fiz? Como a viagem de formatura com meus amigos, por exemplo, ou o trote hilário que faríamos com a diretora da escola no último dia de aula... Até a surpresa ultra-romântica de um ano de namoro que eu faria pra minha namorada, iria por água abaixo.

Minha primeira namorada. Sério. Isso é quase um marco histórico, gente!

Certo, agora que já desabafei, segue o baile, afinal, pra que levar a vida tão a sério?

Mudar de cidade também não é o fim do mundo, vamos combinar. Pleno século XXI, WhatsApp, Facebook, Sedex 10, celular com câmera boa pra mandar uns nudes... Eu vou sobreviver!

Ah, e a parte dos nudes é brincadeira, tá? Sou moça de família, muito recatada. Fora isso: fala se não é?!

Temos que ver as coisas pelo lado bom, uma cidade enorme, com mulheres lindas, em um colégio onde ninguém me conhece? Meu amor, eu já me sinto em casa!

Vai falar que nunca pensou nisso?

Recomeçar a vida em um lugar onde você é um completo estranho pode até assustar, mas as vantagens estão aí para quem quiser ver.

- Eu nunca gostei de planejar as coisas mesmo. - Dei de ombros, mantendo meu olhar focado na tela do celular.

- Também não é assim, Manu. Ter planos é importante. - Meu pai disse com veemência, deixando de lado o tom preocupado e cuidadoso que tinha anteriormente. Ele até falou mais alguma coisa para tentar me convencer, mas é óbvio que não daria certo.

- Virginianos. - Revirei os olhos ao mesmo tempo que esbocei um sorriso. Eu gosto desse jeitão do meu pai, mesmo não combinando nadinha comigo.

- Me chamou de quê, Manuela? - Ele, que estava levando umas caixas de mudança de um lado para o outro pela casa, parou repentinamente, assumindo seriedade.

Ele achou que era algum xingamento. Como eu não vou rir de uma coisa dessas? Meu pai é bem careta as vezes, e é mais coruja do que eu gostaria, mas eu o compreendo, ele acha que assim pode amenizar a falta que sinto da minha mãe.

- Você é o melhor! - Levantei do sofá onde eu estava jogada e depositei um beijo rápido em sua bochecha, correndo em direção a porta logo em seguida.

- Onde pensa que vai? Sairemos em 4 horas, Manu!

- Não demoro! - Gritei, já do lado de fora da casa, subindo em minha bicicleta.

Vivi uma boa parte da minha vida aqui, uma cidade menor do que muitos bairros por aí. Acreditem, a fofoca rola solta! Quando me assumi, as mães das garotas me olhavam como uma criminosa, mas foi graças a mim que várias outras pessoas tomaram coragem para sair do armário.

Seria minha primeira vez em uma cidade grande após anos! Acho que vou precisar deixar a bike um pouco de lado quando chegar lá.

Fiz a volta mais longa que pude, tentando decorar mentalmente todo o caminho. Eu visualizava tudo com um olhar de despedida, desde os detalhes das casas, até a igrejinha velha que ficava no meio da praça.

Eu (não) gosto de meninasOnde histórias criam vida. Descubra agora