HeadPhone

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As vezes a gente deixa de se reconhecer. Perde identidade, se perde nas exigências do mundo, nos sonhos dos outros, padrões..

A gente sofre ao se olhar no espelho e ver o que já foi, ver quem já foi; uma imagem cinzenta longínqua, cheia de referências, sonhos, sorrisos, manias... Você!

Eu era cheia de mim mesmo. Mas não de um jeito arrogante, metido. Era apenas completa, segura, consciente da força dos meus braços, e do brilho verdadeiro do meu olhar. Preenchida é a palavra! Preenchida por costumes, cultura, gostos, particularidades, peculiaridades, era EU. Uma digital bem definida. Um caminho bem desenhado. Um mulherão da poha!

Hoje eu olha essa mulher e sinto falta dela. Sei que ela não vai voltar porque nenhum rio corre pra trás, mas posso me reinventar. Olhar pra ela e me inspirar. Ter aquela vitalidade, com a experiência e maturidade de quem já sofreu, e sonhos grandiosos de quem não tem nada a perder.

Com os fones de ouvido eu caminho pelas ruas de cabeça erguida, protegida por Deus, ritmada pela música que ecoa em meus ouvidos. A música que me expressa e me devolve identidade. Certa de que estou voltando a SER!

Crônicas Ao VentoOnde histórias criam vida. Descubra agora