A Praia

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PRÓLOGO

Encaro as ondas batendo suavemente contra seu corpo tornando-a ainda mais linda.

Meu coração acelera e eu posso sentir de longe o seu doce aroma, aroma que tanto desejei sentir.

Ela está aqui, parada, linda e irresistível, e bem na minha frente, eu quase posso tocá-la, e então... Sou trazido de volta a terra. Acordo de súbito com o coração acelerado e os gritos da minha filha. Suspiro pesadamente limpando o suor da minha testa com as costas das mãos.

Já faz dois anos desde que Becca se foi, e todo dia Phoebe tem acordado gritando e chamando pela mãe. O pior sentimento é quando vejo a dor da saudade em seus olhos e não posso tomá-la para mim. Isso acaba comigo, mas a vida segue em frente, e não só ela, mas eu também tenho que entender isso.

~♥~

CAP. 1

Aperto meus dedos no volante e encontro os olhos cinza de Phoebe no espelho. Ela sorri de forma sapeca e eu arqueio a sobrancelha olhando-a atentamente. Ultimamente eu tenho passado mais tempo fora, e ela parece ter crescido uns dois metros, sem contar tudo de novo que aprendeu.

—É sério. —Phoebe fala cruzando os braços, emburradinha. —Eu aprendi muito na aula de francês.

—Ok. Então como se fala cachorrinho em francês? —Pergunto divertindo-me as suas custas.

Chiot. —Phoebe sorri.

—Gato?

Chat.

—Passarinho?

Petit Oiseau. —Minha garota diz com um sotaque lindo e isso me faz admirá-la ainda mais.

—Ok. Se você conseguir falar que ama o papai, eu te dou o que quiser. —Murmuro olhando pelo espelho e ela dá um sorrisinho.

—I love papa... Papa est belle... Très élégant... Il est Gentil... Il me aime et ... va me donner un chiot.

(Eu amo o papai... O papai é lindo... Muito elegante... Ele me ama e... Vai me dar um cachorrinho).

—Ok. Você ganhou. Qual raça? —Pergunto e ela gargalha.

—Eu quero um bulldog francês. —Phoebe diz com os olhinhos brilhando.

—Agora?

—Sim. —Grita animada e bate palmas.

Sorrio e desvio o caminho de casa para o caminho do Pet Shop. Normalmente eu não sou muito fã de animais, porém, quando é minha filhinha que pede, eu sou capaz de mover o mundo para vê-la feliz.

Depois que Phoebe perdeu a mãe ela decaiu um pouquinho. Ela se afastou das pessoas... Das crianças para falar a verdade. E agora ela vive se ocupando com outras coisas. Aulas de francês. Aulas de piano. Aulas de balé. Escola... É como se ela estivesse tentando preencher tudo aquilo que Becca foi. Eu realmente acho que essa menina precisa de uma consulta com um psicólogo. Pelo abalo emocional. É claro. Ela só tem sete anos e age como se fosse uma adulta. Eu realmente estou preocupado.

Entro no Pet Shop com Phoebe e ela corre ao ver os bulldog franceses, balanço a cabeça e sorrio ao vê-la tão feliz. O que eu não faço para ver essa menina feliz? Ela é tudo que tenho.

—Olá senhor, precisa de ajuda?

Saio de meus devaneios e me deparo com uma ruiva falsificada. Ela é baixinha, seios fartos, ou talvez decote muito grande. Cintura fina, quadril largo, e está usando o uniforme do local. Encaro-a enquanto ela sorri de forma sugestiva para mim. Mulheres... Solto um longo suspiro e olho para Phoebe.

Cartas Para um Novo AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora