Revelações

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CHRISTIAN GREY

 

Encaro a garrafa em cima do balcão ainda muito indeciso. Já faz duas semanas desde que eu enviei aquela carta, e somente agora essa chegou, mas isso não significa que seja uma resposta, e isso está me corroendo e impedindo-me de abrir a maldita garrafa.

Phoebe me encara impaciente e se debruça no balcão para pegar a garrafa, mas eu sou mais rápido e tomo de sua mão.

—Nem pense nisso. —Murmuro e ela revira os olhos.

—Papai abra logo! —Phoebe pede impaciente.

—É Christian, você está a mais de uma hora namorando essa garrafa, abra. —Elliot pede.

—Se você não abrir eu abro. —Murmura Kate.

Reviro os olhos e suspiro pesadamente. Tiro a rolha da garrafa e viro-a contra o balcão fazendo o papel deslizar para fora. O pego com cuidado e desenrolo-o, percorro meus olhos pela carta e sem querer um sorriso me escapa.

—Eu sabia! —Phoebe grita animada. —Ela respondeu, não foi?

—Sim... —Sussurro desfazendo meu sorriso, ou tentando.

—O que ela diz? —Kate pergunta.

—Ela está viva, não sabe o nome da ilha, mas não fica próxima de nada visível. Já faz duas semanas que ninguém aparece e... Ela está esperando por mim... Nós.

—Ah! —Grita Phoebe animada enquanto pula. —Eu sabia. Sabia.

—Duas semanas? —Elliot murmura encarando-me e eu apena encolho os ombros. —Meio suspeito. Exatamente o tempo em que você escreveu a carta.

—Sim, mas é impossível eles saberem disso, nós não comentamos com ninguém. —Digo encarando minha filha.

—Eu não falei, eu juro. —Ela murmura ofendida. —Eu nunca falaria.

—Talvez... Talvez eles tenham-na abandonado. Para ela morrer. —Kate diz com um olhar perdido.

—Mas por que logo agora? —Elliot pergunta intrigado. —Por que depois de dez anos eles finalmente resolveram abandoná-la a própria sorte?

—Eu não tenho a menor ideia, mas essa é a nossa única chance de encontrá-la, e é o que nós vamos fazer. —Digo de forma firme enquanto aperto a carta na minha mão.

—Mas por onde nós vamos começar? —Kate pergunta.

—Carla Steele... É por ela que vamos começar.

~♥~

—Sr. Grey, a Dra. Steele irá recebê-lo agora. —Anuncia a secretária de Carla. Balanço a cabeça e levanto-me arrumando o terno, caminho até a sala de Carla e empurro a porta.

Porta dentro está uma mulher muito bela. Na facha dos cinquenta anos talvez, é difícil dizer já que ela aparenta ter bem menos. Longos cabelos castanhos claros, olhos azuis, pele lisa. Nenhuma marca de expressão. Ela é linda, mas... Há algo. Algo no seu olhar. Ele é quase sem vida e não há nenhum pouco de brilho, pelo contrário, é um olhar abatido e ferido.

—Olá Sr. Grey, como posso ajudá-lo? —Carla pergunta e eu a encaro um pouco pasmo com sua voz suave.

—Hã... —Balbucio. Respiro fundo e a encaro. —Dra. Steele...

—Carla, por favor. —Ela me corta apontando para a cadeira a frente da sua mesa e se senta em sua. —Eu já ouvi muito sobre você Sr. Grey. O renomado delegado de apenas 27 anos. Você tem um título muito grande, mas não acho que seja por isso que está aqui.

Cartas Para um Novo AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora