Menina Mulher

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CHRISTIAN GREY

Anastásia me encara impaciente e suspira. Já faz umas duas horas que Carla saiu da delegacia, ela foi encontrar com Ethan e Mia, e só voltará amanhã, e como combinado, eu fico com a garota. Todos, inclusive Bob, pensam que Ana foi junto com a mãe, mas como combinado, ela vai passar algum tempo comigo. E a ideia de ficarmos até mais tarde reforçou a segurança.

—Isso está ficando chato. Nós podemos ir embora?

—Claro. —Murmuro rindo com seu jeitinho.

—Qual a graça?

—Você. Mimada.

—Mimada? Isso é ridículo. —Ela diz ofendida, mas só me faz rir mais. —Não ria! Christian Grey, eu não sou mimada!

—Claro que não, Anastásia Steele. —Murmuro com deboche e ela me fuzila com um olhar.

—Isso é ridículo. Eu ainda pensei que seria legal estar com você, mas com menos de um dia você já está implicando comigo.

—Pare de ser boba menina.

—Menina? Por que você insiste em me chamar de menina? —Anastásia pergunta agora parecendo se divertir.

—Porque você é uma menina, não é?

—Mulher, Christian. Se eu tivesse dez anos eu seria uma menina, mas eu tenho vinte. Não é porque eu fui sequestrada com dez anos, que eu ainda sou criança. Os anos se passaram, Christian. Dez anos, aliás. Eu não vou mais voltar a ter a mesma idade.

—Eu sinto muito... —Sussurro com pesar e ela apenas sorri. —Bom, acho que nós podemos ir. Alguém ficará feliz quando souber que você vai passar um tempo em casa.

—Phoebe... —Ana sussurra sorrindo. —Posso te perguntar algo?

—Claro.

—Porque você me queria longe? Antes? Você disse que era para me proteger, proteger a todos, aliás. E agora? O que mudou?

—Isso foi mais do que uma pergunta. —Digo arqueando as sobrancelhas e ela revira os olhos. —Ok. Bom... eu pensei que era melhor te manter longe, porque o Bob ainda não foi preso, e ele pode vir atrás de mim, ou da minha família com você por perto, porém... ficar com a sua mãe também não seria seguro. E no caso, acho que sou o único que pode te manter segura.

—Como? Ele ainda virá atrás de você.

—Não na nova casa.

—Nova casa?

—Sim. Eu comprei uma casa há alguns meses. Eu quero começar uma vida nova.

—Você vai desistir da sua profissão?

—Eu já desisti, Anastásia. Meu pedido de demissão já foi aprovado. Eles me deixaram apenas terminar meu último caso.

—Eu?

—Sim. Agora chega de perguntas. Nós temos que ir para casa.

—Tudo bem, delegado.

—Christian, por favor.

—Tudo bem. Christian.

Anastásia sorri e eu sinto meu coração se aquecer de uma forma absurda, e mesmo sem querer, um sorri brota em meus lábios. Balanço a cabeça quando vejo seu sorriso ficar maior. Levanto-me e pego minha jaqueta, ofereço meu braço para essa doce menina... mulher, e ela aceita, e então vamos para casa... juntos.

~♥~

Aproximo-me da cama de Phoebe e sento devagar ao seu lado, mas logo percebo que ela está acordada, e não dormindo como eu pensava. Minha filha me olha e eu vejo seus olhinhos repletos de lágrimas. A cena faz meu coração se apertar. Eu fui tão tolo com ela. Eu sempre soube a ligação que ela tinha com Anastásia, e mesmo assim tentei afastar as duas. Como eu pude ser tão estupido?

Cartas Para um Novo AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora