Noah
- Porra Noah, "tá" atrasado! Pensei que teria que te arrancar a força daquela maldita casa. - Chris soa irritado, gritando o longe enquanto estaciono meu Ford frente ao gigantesco pavilhão de Basquete, de Roseville.
- Estou aqui, não estou? - Devolvo ainda irritado por meu embate minutos antes com Savannah. - Pare de resmungar e vamos fazer as coisas acontecerem.
- Está desculpado, porque já chegou fazendo pressão, é disso que "tô" falando. - Ele sorri e aperta minha mão, andando ao meu lado em direção ao pavilhão. - Mas, cara, conselho de brother, precisa parar de andar em volta de sua irmã como se fosse uma gigantesca mosca, ou vai acabar dando a impressão errada.
- Não fale de Savannah. Eu não quero ouvir uma palavra sobre ela ou nosso acordo está desfeito. - Falo, parando instantaneamente de caminhar, fechado o zíper do meu agasalho e buscando algum controle. - Sabe que são meus conhecimentos ao longo da autoestrada que mantém seus negócios funcionado, não é mesmo Chris? Não me faça ter que te deixar nessa sozinho, porque você não sobreviveria um dia sequer!
- Calma, man. - Ele estende os braços em sinal de paz. Seus cabelos loiros trabalham contra o vento, e com seus olhos claros, ele quase parece amigável. - Foi apenas um conselho, mas se prefere continuar nessa loucura, quem sou eu para te impedir! Vamos aos negócios, sua preciosa irmãzinha já está esquecida.
Sigo seus passos ao interior do pavilhão, respirando aliviado por ter colocado o espaço necessário entre ela, e toda a sujeira que emana de Chris e sua turma.
Eu também não deveria estar ali, Deus sabe, como eu não deveria facilitar a ele o tráfico de entorpecentes, como eu vinha fazendo através de meus conhecimentos, facilitando o transporte dos negócios ilícitos dele por toda a região ao longo da Autoestrada.
Por minha mãe, eu deveria mesmo estar o mais longe possível de toda essa merda. Mas eu tinha um propósito. Não estava nessa por Chris, ou pela grana, ou mesmo por ser rebelde.
Eu estava nessa por vingança.
Eu estava nessa, para destruir a vida do assassino de minha mãe.
Eu estava nessa, para acabar com a vida de meu pai.
Eu simplesmente não podia deixar que ele tivesse uma vida confortável e feliz, como vice-prefeito de Roseville, eleito a poucas semanas. Eu precisava infernizar o seu mandato, e fazer com que todos vissem o grande sacana incompetente e mal caráter que ele era.
Eu somente estaria descansado, quando ele estivesse fora daquele cargo, e tão desacreditado em sua própria cidade, que precisaria vender a fazenda e se mudar.
Então quando ele colocasse a fazenda a venda, eu finalmente cumpria a promessa que fiz frente ao corpo sem vida de minha mãe. Eu a compraria. E faria daquele lugar o seu santuário para que sua alma finalmente pudesse descansar.
Esquadrinho com olhos de águia todas as direções, antes de fechar a porta atrás de mim, dou de cara com um tumulto de homens em uma reunião improvisada.
Muitos homens, muitas armas, e toda a porcaria da droga do mundo em seus dedos, enrolados em formato de cigarro, ou expostos sobre a mesa, de onde grandes partes vão por seus narizes, através de pequenos tubos.
Olho para toda aquela merda enojado, e estendo a mão aceitando uma garrafa de cerveja que Chris me estende.
Chris pode ser barra pesada e totalmente discriminável. Mas é o único cara que não usa drogas por ali, então eu ainda conseguia manter algum respeito por ele.
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RomanceRomance / Drama sobre um amor que cresce e se impõe em meio a impasses, segredos e mentiras feias. Eles foram criados como irmãos,mas o amor nasceu contra qualquer possibilidade e toma tudo a sua volta, sem esperar autorização, sem entender proibiç...