Capítulo 3

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Já era quinta-feira,a semana havia passado voando,não que eu tivesse feito algo de especial,na verdade era a mesma rotina de sempre:Ia para a escola,chegava,fazia as atividades,ajudava no restaurante e de noite assistia séries (os dias mais diferentes eram ás quartas-feiras,pois tinha inglês e de vez em quando saia com os meus amigos).

Cheguei na escola por volta das 7:30,havia chegado cedo,pois tinha de fazer a atividade de português antes da aula começar,fui para a biblioteca,quando alguém se sentou na mesma mesa que eu,por um breve instante eu pensei ter sido Julia-uma amiga minha,que sempre ficava ali comigo quando eu chegava muito cedo,inclusive havia achado estranho o fato de ela não estar ali-

Quando levantei o rosto...Ele estava ali,seus olhos claros estavam quase que todo escondidos pelo reflexo da luz no óculos e seu cabelo loiro estava preso em um rabo de cavalo,era Rafael:

-Oi,espero que você não se importe de eu me sentar aqui,é porque só temos nós dois aqui e eu não queria ficar sozinho

Meu coração acelerou,havia algo nele que me deixava nervosa,passei a semana toda tentando não trocar olhares com ele e agora ele estava ali,sentado na minha frente,conversando comigo:

-Nã...Não...Tudo bem.

-Esqueci,eu sou o Rafael,nunca falei contigo desculpa,ainda estou fazendo amigos aqui,você é a Rebeca né?

Fiz que sim com a cabeça e sorri,eu estava corada e senti a minha pele esquentar,acho que ele não havia notado,pois estava concentrado lendo algum livro que só fui notar qual era após ele mesmo falar:

-O que você está lendo?

-O diário de Anne Frank,já leu?

-Assisti o filme

-Como assim você nunca leu o diário de Anne Frank?

Pareceu falar surpreso,mas em um tom de brincadeira

-Olha eu sei,é história,eu amo,mas...Eu nunca li

-Sério?Você gosta de história?Eu também,sou apaixonado

-Sim,mas não esse tipo de história...

-Como assim?

-Não...Não esse tipo de história,tipo didático sobre guerras e enfim...

Ele pareceu se concentrar na minha fala,então continuei:

-mas sim a história de cada pessoa,de seres individuais,não como um todo sabe?

-Será que temos uma escritora aqui?

-É pode ser,ainda não decidi o que fazer pra falar a verdade

-Tá tudo bem,eu também não sei,estamos nessa juntos então

Eu sorri e ele sorriu de volta,suas covinhas eram incrivelmtene fofas,aquela era a primeiraa vez em duas semanas que eu sentia o meu humor mudar realmente,para algo bom.










No sábado acordei como sempre lá pelas oito da manhã,arrumei a casa,dei comida a Kiara,cujo era minha gata desde o ano retrasado quando havia encontrado ela na rua,no início minha mãe não havia gostado da idéia,porém ela sabia que não poderíamos abandona-la também,então no final ela acabou aceitando.

Me arrumei e fui para o restaurante.Comecei a descarregar algumas caixas de verduras que havia chegado,estava lotado,o que eu achava muito bom,embora cansativo.

Passei o dia todo ocupada já estava quase esquecendo da festa,quando enxugando os copos lembrei:

-Mãe

Por que você se foi?Onde histórias criam vida. Descubra agora