Mesa, Papel e Caneta: Nossa entrevistada de hoje é a Ana Luísa Ricardo, autora de Borboletas Radioativas. Ana, você pode fazer uma breve apresentação para os seus leitores? Nos conte um pouco sobre você.
Ana Luísa: Olá a todos! Sou Ana Luísa, uma professora/ redatora/ escritora de 25 anos. Nasci e vivo em Orlândia, uma cidade muito charmosa no interior de São Paulo, mas que ninguém nunca ouviu falar. Sou graduada em Letras, apaixonada pela cultura hispânica e viciada em café. Comecei a escrever aos 15 anos, e desde então nunca mais parei. Ao todo, tenho 4 livros escritos, mas apenas um, por enquanto, publicado no Wattpad. E, uma coisa importantíssima, detesto chocolate.
MPC: "Por enquanto" significa que podemos ter a esperança de em breve termos livros novos publicados na plataforma?
Ana Luísa: Sim! Tenho muitos projetos em mente após a finalização do Borboletas Radioativas. Além dos dois outros livros da "série", pretendo publicar um livro de fantasia, no qual venho trabalhando há bastante tempo!
MPC: Já estamos ansiosos pela estreia! Falando de Borboletas Radioativas, que é sua principal obra na plataforma. Você pode nos contar de onde surgiu a ideia para a temática do livro?
Ana Luísa: O Borboletas Radioativas é um marco importante na minha vida. Digo isso porque ele "nasceu" após eu passar por um período de um ano e meio de bloqueio criativo, que foi desencadeado por uma depressão. A ideia da história surgiu enquanto eu passava por esse período obscuro, porque eu precisava colocar para fora tudo o que eu estava sentindo naquele momento com relação aos meus sonhos, às frustrações do mundo literário, à desmotivação de familiares e amigos, e mais um tanto de coisas. A Isadora, minha protagonista, passa por problemas semelhantes, mas consegue encontrar seu caminho de volta, assim como eu consegui.
MPC: A Isadora passa por muitos problemas no decorrer do livro que são familiares a todos os escritores. O quanto você se inspirou em si mesma na construção da personagem, não só por ela se tratar de uma escritora no livro, mas na personalidade da Isadora?
Ana Luísa: Como autor, acredito que seja quase impossível não colocar pelo menos um pouquinho de nossa personalidade em nossos personagens. Porém, se compararmos a Isadora com a Ana de hoje, não temos nada em comum. Mas se voltarmos no tempo e colocarmos Isadora ao lado da Ana de 20 anos, fica clara a semelhança. Criei a Isadora baseada nas minhas primeiras experiências no mundo literário, tanto as situações boas como as ruins.
MPC: Os outros personagens do livro também são baseados em suas experiências passadas? Como foi o processo de construção do Aluísio?
Ana Luísa: O livro tem poucos personagens, e todos eles, exceto o Ivy, foram baseados em minhas experiências passadas. No entanto, criei os personagens para serem o oposto das pessoas com as quais me deparei ao longo da minha vida como escritora. O Luís, que representa a família, é cheio de conselhos que eu gostaria de ter escutado da minha. A Suzana representa a amizade e, ao contrário das minhas experiências de anos atrás, ela é uma amiga que sempre está presente, não importa a razão. E, por fim, o Aluísio, que representa a busca pelo sonho e a motivação. O processo de construção do Aluísio foi complexo, não somente por ele estar passando por um momento difícil com relação à saúde, mas também porque ele é basicamente o impulso para toda a história da Isa.
MPC: Em relação à saúde do Aluísio, de onde surgiu a ideia de abordar a ELA na sua história?
Ana Luísa: A ideia surgiu depois de eu assistir ao filme "A teoria de tudo", que conta a história do Stephen Hawking, o famoso físico que, infelizmente, é portador de ELA. Fiquei curiosa acerca dessa patologia e fui pesquisar. Durante as minhas pesquisas, descobri a quase inexistência de livros que abordavam esse assunto. Foi então que decidi criar um enredo sobre isso. Antes de Aluísio definitivamente "nascer", eu já sabia que ELA faria parte da vida dele. Fiquei ainda mais inclinada a falar sobre isso, depois de conhecer a Abrela, uma organização brasileira sem fins lucrativos que ajuda portadores de ELA. Abordando esse assunto no Borboletas Radioativas, minha intenção era que muitas outras pessoas soubessem mais sobre a Esclerose Lateral Amiotrófica, a fim de que o assunto fosse mais difundido e, consequentemente, mais e mais pessoas se dispusessem a ajudar a causa.
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Revista MPC
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