Capítulo 8: Ayme

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Sakura: Sakura entrou no quarto de Sasuke e percebeu que o garoto já estava em pé com tudo arrumado.
_ Sasuke por que já está de pé?
_ Você não estava vindo me liberar? - Ele perguntou, mas soou como uma afirmação.
_ Sim, mas como sabia que seria agora? - Sakura perguntou assombrada.
_ Eu ouvi sua voz gritando com o Naruto no corredor.
Sakura espremeu os olhos amaldiçoando Naruto mentalmente e pegou os papéis de Sasuke.
_ E então Sasuke kun, já sabe o que vai fazer depois que sair daqui? - A menina perguntou enquanto assinava os papéis dele.
_ Não. - Ele respondeu curto.
_ Bem - Sakura começou meio envergonhada, mas nunca terminou sua frase, uma vez que Tsunade adentrou no quarto com um chute potente na porta que a fez em pedacinhos.
_ Onde ele está?!
A menina encarava sua mestra boquiaberta.
_ Senhora, o que... o que você está fazendo? Por que arrebentou a porta? - Sakura perguntou ainda sem acreditar no que tinha visto.
_ Eu achei que tivesse dito que queria ter uma conversinha com este aqui. - Tsunade fuminava Sasuke com os olhos.
- Tsunade - Hime. - Sasuke cumprimentou sem piscar e nem manifestar reação. _ O que quer?
_ Saber se posso confiar em você de volta à vila antes que me aposente. - Tsunade disse firme.
Sakura jurou ter entendido que sua mestra iria se aposentar. Mas não fazia sentido. Por que repentinamente?
_ Senhora, perdão. Mas eu jurei ter ouvido "aposentar". - Sakura comentou.
_ Você ouviu certo, Sakura. - Tsunade confirmou. _ Depois dessa guerra eu quero sossegar.
_ Mas senhora...
_ Eu já me decidi, Sakura. Kakashi deve reassumir no meu lugar. O conselho está de acordo.
Sasuke pigarreou.
_ Quanto a você - Tsunade continuou -, eu acho melhor conversarmos a sós.
Sakura recebeu a informação com um certo atraso só entendendo que precisaria sair depois de alguns segundos de silêncio.
_ Eu vou acabar de preencher seus papéis lá fora na recepção, Sasuke kun.
Deixou o quarto com os papéis na mão e seguiu em direção à recepção.
Estava um tanto nervosa quanto ao que Tsunade iria conversar com Sasuke e com um certo medo de que ele talvez fosse embora de novo. Tentou não pensar nisso por mais tempo.
_ Moça. - Uma voz fina interrompeu seus pensamentos. _ A senhora trabalha aqui?
Uma menina de cabelos ruivos com aparência de cinco anos de idade estava chorando ao seu lado com um porta - retrato na mão.
_ Eu trabalho sim. - Ela disse gentil mas preocupada com a criança. _ Por que está chorando?
_ É que... é que ... eu não encontro meus pais. - Ela disse choramingando.
_ Ei - Sakura abaixou - se para ficar cara a cara com a menina -, por que você não me diz o seu nome para gente procurá-los?
_ Eu sou a Ayme. - A menina respondeu limpando os olhos.
_ Ayme, eu sou a Sakura. - A kunochi disse com um sorriso.
_ Sakura? Como a flor?
Sakura sorriu lembrando - se dela e de Ino na infância.
_ Sim.
_ É um nome muito bonito.
_ Obrigada, Ayme. Seu nome também é muito bonito, assim como você. Agora, me diz como são seus pais.
A menina estendeu para Sakura o porta - retrato que carregava a foto de sua família.
Sakura arregalou os olhos.
Eles eram shinobis que lutaram na grande guerra. E como se não bastasse eram Shinobis que haviam morrido em suas mãos. Não tinha conseguido salvá - los. Antes de ir para guerra Sakura tentou se preparar o máximo possível. Sabia que seria o maior desafio que enfrentaria como ninja médica e que mesmo que fizesse de tudo, não conseguiria salvar a vida de todos. Afinal, era uma guerra; pessoas morrem em guerras. E eles, foram os primeiros que Sakura não conseguiu salvar. Sentiu - se muito mal com isso. Na verdade, ela paralisou em estado de choque. Shizune a incentivou com palavras para que não ficasse tão abalada.
Agora, Sakura estava mais uma vez sem reação. O que iria falar para Ayme? Que seus pais morreram em suas mãos? Não! Não poderia fazer isso. Precisava fazer alguma coisa; não seria justo com Ayme. Ela tinha pessoas que cuidavam e amavam ela e além do mais, sabia das consequências de crescer sem uma família. Sasuke e Naruto eram a prova disso. "Naruto!" Sakura pensou de repente.
_ Ayme, gostaria de conhecer o herói da guerra antes de falarmos sobre seus pais? - Sakura sugeriu.
Ayme assentiu feliz.
Sakura entregou os papéis de Sasuke na recepção e saiu com Ayme ao seu lado. Sabia exatamente onde encontrar Naruto. Ichiraku.

_ Naruto! - A menina gritou ao avistá - lo.
Naruto que estava comendo vários pratos de ramen com a turma toda reunida, se escondeu atrás de Hinata ao perceber que era Sakura quem o chamava.
_ Sakura chan, eu juro que não contei para ninguém sobre Sasuke! Não me bate, não me bate!
Sakura percebeu que todos estavam rindo enquanto Naruto se "escondia" atrás da Hinata que por sua vez tentava em vão não corar.
_ Naruto, a Sakura não perde tempo em ... ei, quem é essa, Sakura? - Ino foi quem perguntou primeiro.
_ Naruto, depois teremos uma conversinha. - Sakura murmurou com os dentes cerrados. _ Agora, eu quero apresentar a Ayme. Ayme, esse aqui é o herói cabeça oca que eu falei.
Naruto não parecia estar entendendo o que estava acontecendo.
_ Você é mesmo o herói da guerra? - A pequena garotinha perguntou deslumbrada.
O menino coçou a cabeça e sorriu sem graça.
_ Ele parece um panaca, mas foi ele quem nos salvou. - Shikamaru respondeu por Naruto.
Enquanto todos cumprimentavam Ayme, Ino puxou Sakura para um canto.
_ Sakura, por que está com essa garotinha? Não é muito cedo para pensar em crianças? Sasuke kun pode se assustar.
Sakura pensou em socar a cara de Ino, mas poderia fazer isso outra hora. Não queria chamar a atenção de Ayme. Nesse meio tempo, contou para Ino sobre os pais da menina.
_ O que você pretende fazer? - Ino quis saber.
_ Eu ainda não sei. - Respondeu frustada. _ Não é justo com ela, e nem com todas as outras crianças que perderam seus pais. Não podemos deixar que a solidão corrompa o coração bom dessas crianças.
_ Isso é verdade mas ... Sakura! Onde você vai?
Sakura saíra correndo.
_ Cuidem da Ayme por mim, eu já volto. Vou falar com a senhora Tsunade!

Sakura correu de volta para o hospital da vila e encontrou Tsunade deixando o quarto (que arrebentara a porta) com Sasuke.
_ Senhora Tsunade, eu preciso falar com você urgente! - Sakura disse ofegante da corrida.
_ Sakura, se for pela minha aposentadoria do cargo de Hokage, não há o que se discutir e se for quanto ao Sasuke, já foi tudo resolvido, não se preocupe. - Tsunade apressou - se a dizer.
Sasuke olhava para Sakura confuso.
_ Não é nada disso, mestra. Eu decidi que vou abrir um hospital para cuidar da saúde mental das crianças que perderam seus pais na guerra.

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