Segunda Estrela - O Começo

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Querido leitor, acho que chegou um momento que devemos sair um pouco do acontecimento com a minha família. Aconteceu muito mais problemas em relação a ela, mas acho que o que veio depois me deixou... decepcionado. Então pegue os seus fones de ouvido, abra o seu navegador e vá até o YouTube, pesquise por Troye Sivan - Talk me down.

"E eu sei que gosto quando nos aproximamos á noite, começa a ficar surreal. Mas quanto menos tempo eu passo com você, menos você precisa para se curar"

Naquele dia a minha vontade era de matar Nicolas, mais com dificuldade engoli tudo aquilo e até sorri. Minha mãe apareceu descendo as escadas, ela estava toda arrumada e parece que tinha saído logo cedo ou que iria sair agora.

— Ítalo, seu amigo disse que vocês combinaram que iriam juntos a faculdade hoje, você não vai se trocar? — Ela diz e eu olho para Nicolas que tomava uma xícara de café disfarçando sua vontade de rir.

— Claro, já estou subindo. — Digo encarando Nicolas com os olhos semicerrados.

Subi as escadas de volta para o meu quarto e rapidamente fui até o banheiro, logo ligando o chuveiro e tomando um banho rápido. Assim que saí vesti uma camiseta branca social com uma gravata azul, uma calça preta e um tênis simples preto. O frio e a chuva já haviam passado e o sol começava a dar sinal de vida, então optei por não levar blusas de frio. Desci as escadas e quando cheguei ao andar de baixo o cheiro de panqueca tomava conta do lugar. Fui até a cozinha e minha mãe, meu irmão e Nicolas estavam na mesa conversando enquanto Jasmine servia o café da manhã, na mesa havia suco, bolos, panquecas e outras coisas que Jasmine havia preparado. Nicolas sorria enquanto conversava com meu irmão e tudo parecia feliz demais para tudo que tinha acontecido ontem, mamãe me olhou e pediu para que eu me sentasse e assim eu fiz, olhando para Nicolas que me olhava também e Even — meu irmão — que comia a sua panqueca. Jasmine me despertou servindo suco enquanto eu colocava um pedaço de bolo no meu prato. Todos ficamos em silêncio até terminarmos de comer, meu pai não apareceu durante esse tempo e pela primeira vez agradeci a Deus por isso, não queria que Nicolas o visse. Não ficamos por muito tempo em casa e eu não queria ir com Nicolas, tinha muito receio disso, mas se eu recusasse mamãe iria suspeitar de alguma coisa, então eu apenas assenti. E assim como da última vez não falamos nada enquanto Nicolas dirigia, e dessa vez sem rádio, apenas o silêncio e troca de olhares.

— Alyssia não vem? — pergunto quando já estamos chegando á universidade.

— Não... ela vomitou a noite inteira. Bebeu muito ontem. — Ele diz dando uma risada de leve e eu faço o mesmo.

— Ela é a sua irmã, certo?

— Sim... achou que era minha namorada? — Ele troca um olhar rápido comigo.

— Não... — digo e pego o meu celular.

— Você está cursando fotografia, não é? — Ele pergunta já estacionando o carro e eu concordo com a cabeça.

— Eu faço gastronomia, podemos nos encontrar no intervalo, se quiser é claro. — Ele desliga o carro e me olha.

— Sim... seus amigos não veem problemas com isso? — Respondo e ele me encara com uma expressão desentendida. — Você sabe, a faculdade inteira me chama de estranho...

— Eu não acho que a faculdade inteira te acha estranho... eu não acho que você seja estranho. — Ele diz sorrindo e eu sorrio também.

Suspirei e abri a porta o carro e ele fez o mesmo, por sorte não havia ninguém no estacionamento além dos guardas. Pensei na possibilidade de termos chegados atrasados, porém quando peguei o celular e vi as horas, ainda era cedo, faltavam dez minutos para as aulas começarem e ainda tinha que devolver o pen drive de uma amiga que me ajudou com trabalhos. Estava com receio de ser visto saindo do carro de Nicolas, tenho certeza que iam comentar sobre isso nos corredores, é a especialidade dos alunos da universidade.

O Assassino de EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora