Sinto as lágrimas dela na minha pele, e o calor da lareira que crepita ao nosso lado. Está tudo tão perfeito que quase me custa a acreditar que tudo isto é verdade, eu não consigo ver onde foi que fiz tanto bem para merecer a Soph. Ela mais do que podia desejar, e toda a canção, toda a canção é sobre não nos deixar influenciar, não importa que não tenha corrido bem com os meus pais, eu não posso deixar que o medo de acabar como eles me impeça de continuar com ela.
A minha mão passeia pelo seu cabelo e sinto a maciez do mesmo. Tudo nela é tão doce e suave, tudo nela me parece perfeito, algo a adorar. É teimosa é verdade mas é a personalidade dela, e adoro quando me sinto desafiado a encontrar novas formas de a fazer ver como as coisas são. Sei que ela não o faz de propósito, mas irrita-me, pelo menos no momento, ela é sempre capaz de me dar a volta.
-eu amo-te.- ela sussurra mais uma vez.
-chega amor, para de dizer isso. Disseste-o vezes suficientes.
Ela di-lo tantas vezes que quase que preenche o buraco criado pelo meu pai no meu coração. Ela cobre todos os meus pequenos defeitos com o seu dom de me fazer sentir amado. Ela ama-me, mas acima disso eu amo-a.
-eu amo-te Soph, mais do que alguma vez amei alguém.- murmuro e ela olha para mim.
-a sério?- ela murmura com os olhos esbugalhado.
-não te deu já provas suficientes? – arqueio as minhas sobrancelhas.
-sim é só que...
-que?
-não sei, as vezes penso, que se não tivesse ido viver contigo, mas apenas estar contigo na faculdade, tu nunca terias olhado para mim.- ela murmura.
-és linda, reparei em ti a sim que entrei em casa. E repararia em ti na rua, apenas não com tanta atenção.
-ias pensar em coisas indecentes.- ela ri-se.
-ensinaste-me que há mais para alem da atração física.- beijo-lhe a orelha.
-ai sim?- ela ri.
-oh amor, nunca tinha passado tanto tempo sem nenhum "atividade" se é que me entendes.- gargalho.
-que idade tinhas?- ela perguntou mesmo isto?
-15 eu acho.- a minha voz não passa de um murmúrio.
-eras novo.- ela parece escandalizada.
-sim, era novo e não tinha nada para fazer.
-gostavas dela?- ela perguntou.
-não, bom, era a melhor amiga da minha irmã, e era 5 anos mais velha.- respiro com a lembrança. Não foi romântico, e eu estava bêbado. Com quinze anos.
As vezes gostava de saber o que diria ela de tudo o que escondo. Com o meu problema com o álcool, e tudo porque era o exemplo que eu tinha. Tudo o que eu tinha era um idiota bêbado a fazer o papel de pai em frente das camaras. Tudo o que eu sempre fui, um filho trofeu, nada mais.
Ela levanta a cabeça e timidamente olha para mim, os olhos dela a corroerem os meus, a forma como sou capturado pela intensidade dos seus traços. Ela pousa os lábios macios nos meus, e dou por mim a beija-la com mais violência do que seria comum, estou faminto dela, não sinto o corpo dela á mais de vinte e quatro horas e não me parece que consiga aguentar muito mais sem ela. Viro-nos no tape e prendo as mãos dela acima da sua cabeça. Riu-me e ela solta uma risadinha tímida que me enche o corpo de amor. Tudo nela é tão cativante. Os meus lábios pairam sobre os delas, e quando ela não sente o beijo levanta a cabeça á procura dos meus lábios. Raspo os lábios nos dela sem lhes tocar propriamente, ela choramiga com a pequena tortura e eu riu-me do desespero dela.
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Vision 1 - The Judged
FanficHarry está ligado a um passado destrutivo, algo que não o afeta diretamente mas que ele sente necessidade de relembrar, como uma nota pessoal do quão culpado ele pode ser. Sophia está ligada ao futuro pela raiz, com medo do que pode acontecer a cada...