A voz rouca que chama de cima de mim e do Harry faz o meu estomago dar uma volta. Estou a tremer. A cabeça do Harry por cima da minha e o seu corpo a proteger o meu como um escudo humano.
Lentamente tento que ele saia de cima de mim e assim que ele se levanta estende-me a mão para eu me levantar com ele.
Vejo o seu rosto focar-se no do seu pai, e o do seu pai focar-se no meu, não posso evitar um arrepio quando os olhos dele poisam nos meus.
-Harry, Sophia.- O pai dele cumprimenta-nos, mas não nos estende a mão.
-pai.- Não consigo perceber porque é que o Harry ainda o trata por pai.
-Mr.Styles.- murmuro baixinho.
-preciso de falar com o Harry.- o seu pai diz.
-ai sim?- o Harry retorna.
-sim Harry, a tua cicatriz, preciso de algum ADN.- o pai dele sorri de uma forma estranha.
-Sophia, importas-te de ir para casa?- o Harry pede sem olhar não minha direção.
-não.- respondo antes de tomar consciência.
-desculpa?!- ele olha para mim zangado.
-cheguei aqui primeiro.- bato o pé.
-importas-te de parar de ser uma criança?- ele ruge para cima de mim.
Os seus olhos estão zangados, tão zangados que não consigo desviar o olhar. O maxilar cerrado e os olhos de uma cor que nunca lhe vi antes, tão preto que o verde parece ter desaparecido.
Ele curva-se sobre mim e eu recuo um pouco. Os meus olhos estão muito aberto, consigo senti-lo.
-ou vais para casa agora ou eu garanto-te que não vais gostar do que eu vou fazer a seguir.- ele murmura no meu ouvido.
-tens de parar de me ameaçar.
-não te estou a ameaçar caralho, sai.- ele berra
A minha pele arrepia-se, mas não de uma boa maneira. Sinto a ameaça a ser mais poderosa do que de todas as outras vezes. Agarro nas minhas coisas e arrumo-as rapidamente. Pego na minha mochila e ando o mais rápido que consigo. Ele tenta um beijo na minha bochecha, mas estou demasiado assustada e triste com o seu comportamento.
Passo pela portaria do prédio e largo a mochila lá dentro esperando não dar ao Nathan algo com que se preocupar.
Os meus pés são rápidos e ágeis até ao portão do campus. Sinto as lágrimas mas não as vou deixar cair. Uma caminhada rápida vai acalmar-me e com sorte fazer o Harry pensar na maneira como me trata.
Não estou pronta para ser uma boneca nas suas mãos, e sinceramente nunca estarei. Detesto isto. Detesto que tente mandar em mim. Não bastou ficarmos mal resolvidos ontem á noite, ele tem que vir e estragar tudo de novo. A minha cabeça não aguenta tanto disto.
Antes que dê por mim estou na paragem de autocarros, e não me consigo parar ao entrar lá dentro. Só quero esquecer que ele me trata como uma marioneta. Porque é que ele não conversa comigo? Sacudo os pés na paragem de autocarro, estão cheios de lama da chuva e da terra do campus. Estamos a uma semana do natal e ainda não comprei a passagem para los Angeles. Vou tratar disso agora mesmo.
Entro no autocarro e tenho sorte por não estra cheio. Sei que vou faltar às aulas da manhã, mas de qualquer forma já fiz todas as minhas provas do primeiro semestre.
O condutor para no centro comercial e eu salto para fora. As portas abrem-se revelando um interior natalício e divertido. Adoro o natal sempre adorei, faz-me feliz e não tenciono passa-lo triste. O Harry tem problemas e precisa de os resolver, e eu mesma tenho os meus fantasmas para acalmar.
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Vision 1 - The Judged
Fiksi PenggemarHarry está ligado a um passado destrutivo, algo que não o afeta diretamente mas que ele sente necessidade de relembrar, como uma nota pessoal do quão culpado ele pode ser. Sophia está ligada ao futuro pela raiz, com medo do que pode acontecer a cada...