Nosso Caos

Capítulo 12

Entre todos aqueles adolescentes dançando bêbados, chapados, ou praticamente se comendo, eu só conseguia pensar em dormir, a festa era escura, só o que iluminava eram luzes coloridas que me deixavam confusa com tudo à minha volta, a música eletrônica alta que entrava pelos meus ouvidos e parecia que não saía, ficava na minha cabeça, e eu gostava...

- Tá pensando em que? - sinto a voz de Austin bem perto do meu ouvido, pois a música estava alta

- Em nada - sorrio disfarçando e me viro pra ele, na verdade eu tava olhando um garoto, em meio à tantos outros, me chamava atenção - vou pegar mais um copo, vai querer?

- Só quero - ri e fui

Ser esmagada entre essa gente era legal, ou era assim que eu pensava antes de ser não só esmagada, mas ter ganhado um banho de bebida.

- Caralho, qual teu problema, moleque?! - meio possuída, já me viro pra pessoa que fez a desgraça e dou de cara com a garoto...aquele justo garoto que me chamou atenção.

- É só bebida - diz sem se importar e rindo

- Enfia essa bebida no cú

- Tá, ta, calma, vamo ali pra eu te ajudar à limpar

- Não precisa, sai - empurrei ele, por mais que seja bonitinho e tenha chamado minha atenção, ainda sim me deu um banho de álcool, não sou obrigada a ser educada.

- Vamo logo e para de cú doce - vou fingir que ele é normal

Descemos uma escada e era bem escuro, mas logo ele acendeu a luz, era o porão, onde ficam guardadas adegas de vinho, whisky, vários tipos de bebidas em várias prateleiras diferentes, enfim, o cômodo é gigantesco e é só pra guardar bebida, esse porão inteiro dá a minha casa, fazer o que, o dono dessa casa é rico e eu sou pobre. Fomos andando à uma parte mais escura do lugar, onde tinha um armário.

- Eu não vou ficar aqui com você

- Se eu fosse te sequestrar ou te estrupar, já teria feito faz tempo

- Grosso

- Medrosa

- Escroto

- Gostosa

- Tchau - fui saindo, mas ele me puxou

- Tá, ta, vou parar, mas fazer o que, quer que eu minta?

- Você vai pegar alguma coisa pra eu me limpar ou não?

- Tá, toma - abriu uma das portas do armário e tinha exatamente o que eu precisava - satisfação, Dylan - me olhou

- Prazer, Allison

- Só na cama

De repente, alguém abre a porta e grita da escada

- Dylan, tão te chamando pra beber, bora logo moleque - ele não respondeu - Ô CUZÃO

- Porra, já tô indo!...toma, pega meu número, qualquer coisa, já sabe...agora me dá o teu

- Não

- Para de marra

- Eu já tenho o seu, "qualquer coisa" eu te ligo. Agora vai lá logo, eu limpo e apago a luz quando sair

- Tá, mas não deixa ninguém te sujar de novo, só eu posso - e saiu, ouvi ele e o garoto que veio chama-lo cochichando, "quem é essa?" só ouvi isso mesmo rs.

Acabei de me limpar, apaguei as luzes e subi de volta pra festa, fui pro lado de fora da casa, onde fica a piscina, que por sinal estava cheio de copos vermelhos jogados, boias gigantes, pessoas dentro bêbadas...enfim, achei os lixos que são meu amigos todos juntos rindo, formando uma rodinha, abraçando e comprimentando alguém. Fui até lá. Fiquei parada ao lado deles, todos abraçando Jack, por incrível que pareça, nesse momento não faltava ninguém, Jack estava lá, sendo abraçado por todos, rindo como sempre fazia antes. Mas chegou a minha vez de abraçar ele e dizer um "bem-vindo de volta Jack, estávamos com saudade", mas eu não conseguia, não conseguia olhar pra ele e não pensar no que o olhar dele triste fez eu sentir no dia em que foi embora. Todos já tinham falado com ele e agora estavam conversando entre si, mas Jack não, ele estava à minha frente, me olhando como se estivesse esperando eu falar com ele, eu até poderia, se Dylan não me puxasse de repente pra me abraçar. Depois de ter a cara amaçada pelos braços enormes do garoto que eu conheci hoje, Dylan continuou abraçado comigo.