O Confeiteiro

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"Ele a pega e a joga com tudo na enorme mesa da cozinha, entre a farinha que se espalha e todos os talheres que caem está o brigadeiro, que tinha sido usado para decorar um bolo, com a ponta do indicador raspa um pouquinho e coloca em sua boca que...

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"Ele a pega e a joga com tudo na enorme mesa da cozinha, entre a farinha que se espalha e todos os talheres que caem está o brigadeiro, que tinha sido usado para decorar um bolo, com a ponta do indicador raspa um pouquinho e coloca em sua boca que lambe satisfeita. Em contra partida ela pega os morangos jogados pela mesa e esfrega entre os seios deixando ali para que o pegue com sua boca sedenta. Ele ri e traça um caminho com o chantilly lambendo cada canto até abocanhar os morangos e também o bico de um dos seus seios, fazendo com que gemesse em expectativa do que viria."

Assim que meus dedos ansiosos foram para virar a página, senti uma mão enorme pegando livro o tirando da frente do meu rosto para revelar a imagem do demônio em pessoa. Não, não estou exagerando! O chefe Francesco era um demônio! Lindo, mas cruel, talentoso, mas arrogante, sexy, mas com a boca fechada.

- É com isso que gasta o seu horário de descanso? Observou, olhando para o meu romance de banca como se fosse uma anomalia e depois me dirigindo aqueles incríveis olhos negros como se eu fosse um verme.

E o filho da mãe sabia fazer com que me sentisse um verme.

- Serve para relaxar chefe. Comentei em um fio de voz.

- É mesmo.

E para o meu desespero ele foi para a página que estava lendo, pelo menos jamais adivinharia que em meus pensamentos ele era o homem da cena. Pelo menos acreditava nisso, pois muitas vezes tinha a certeza que aquele homem lia mentes.

Quando terminou de ler a página, ergueu a vista em minha direção e tenho certeza que se o chão abrisse naquele momento me enterraria ali, só para não ver a censura que estava em seus olhos.

- Sabe o que leva a esse tipo de leitura? Falta do que fazer, portanto, não vejo problema em fazer umas horas extras hoje, arrumando os armários e todo o freezer.

- Hoje?! Perguntei, vendo que minha noite não podia terminar de forma pior.

- É, hoje. Afirmou gélido.

Com certeza deveria sofrer de alguma dessas síndromes por ainda ter tesão naquele homem. Quando olhei para o relógio já passava da meia-noite, felizmente consegui terminar toda a arrumação dos mantimentos e organizar o que faltava para o cardápio.

Levantei os braços alongando e respirei satisfeita. Sai da dispensa que ficava no fundo da cozinha e me deparei literalmente com a cena do meu livro, esfreguei os olhos achando que estava dormindo, mas não, vi claramente o chefe Francesco jogar a Analia sua assistente encima da mesa e fazê-la provar do brigadeiro.

Estava atrás de um armário de prateleira de ferro, feito para organizar as panelas , um lugar que me deixava ver facilmente a cena e também ser vista.

Fiquei estática até que o vi me olhando. Sua língua lambia o chantilly no corpo de uma Analia em extase, com os olhos devidamente fechados pelo clima do prazer. Enquanto o olhar duro e cruel de Francesco me devorava, senti-me como um coelhinho diante de uma raposa.

Tirei forças não sei de onde para correr dali, quando ouvi a sua risada rouca e a voz de Analia perguntando o que houve e ele lhe respondendo que coelhinhas assustadas não devem ler histórias para leoas.

As lágrimas queimavam em meus olhos, ele me considerava uma coelhinha assustada, enquanto a Analia seria uma leoa. Teria volta, mostraria a coelhinha.


O CONFEITEIRO - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora