Capítulo 3 - Sentimentos confusos. Atitudes confusas.

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Okay, okay, só para dizer que esse é provavelmente o maior capítulo que eu já escrevi em qualquer fanfic, mas eu realmente não consegui pensar em uma forma de dividi-lo, então que fique grande! ~~Só para lembrar, Sweeney Todd não é uma história minha, sadly, porque se fosse no final a Nellie ficaria viva e certamente ela quem teria matado a Lucy :D

***

Furioso. É, Sweeney Todd estava furioso quando saiu chutando o chão da loja e retornou à barbearia. Bufou pela enésima vez naquele curto período de tempo, as mãos voando inconscientemente para o lugar em seu cinto em que guardava uma das navalhas, pegando na prata como se ela valesse sua vida. Os olhos encarando o brilho metálico com tanta intensidade, como se esperasse que ele fosse conseguir apagar de sua mente a cena que ficava sendo repetida e repetida como um filme travado.

                Sentou na cadeira.

                Bufou.

                Encarou sua lâmina.

                Levantou e pôs-se a andar para lá e para cá.

                Desistiu e parou em frente à janela.

                Encarou a suja Londres.

                Respirou fundo.

                Ia matar aquele homem, não importava como.

                Parou.

                No que ele estava pensando?

                Balançou a cabeça tentando clarear a mente. Tudo o que ele via era vermelho, mas já não sabia se era uma manifestação de seu ódio, ou eram os pensamentos sórdidos sobre a padeira que vinha tendo e...

                Não, não. Tinha que parar com isso. ‘’Pense em Lucy! Pense em Lucy!’’ Pensava obrigando-se a não notar em quão bela era a mulher que vivia debaixo de sua loja. Nas curvas dela. Nos decotes sempre fornecedores de lenha para a imaginação. Nos olhos castanhos que tanto imploravam por atenção. Nos lábios em que ele queria se perder. No andar libidinoso que lhe incitava tanto desejo. Na voz melodiosa que cantarolava todas as músicas possíveis e impossíveis. Em todas as conversas – para não dizer monólogos – intermináveis que ela insistia em ter. Em todas as vezes em que ela insistia em tocá-lo, mesmo sem esperar qualquer ação em retorno. Na esperança. Na persistência. Na espera. No amor que ele sabia a mulher nutria. No amor que ele julgou jamais ser capaz de retribuir. No amor que Sweeney prometeu a si nunca retribuir.

                No amor que lentamente ele parecia estar começando a sentir. Será mesmo?

                Bufou mais uma vez.

                Por que ele tinha descido mesmo? Se não fosse por isso não teria presenciado aquela cena grotesca.

                Sweeney Todd não conseguia lidar com a ideia de que a sua padeira tivesse direcionado a outro homem o mesmo olhar que era reservado somente a ele. Era quase que uma traição aquele comportamento dela.

                Não! Não era não! Eles não tinham nada. Ela era uma mulher livre e desimpedida. Além disso, Mr. Todd de nada se importava com quem ela se envolvia ou não. Era a vida dela e ela nada tinha a ver com isso.

                Para o barbeiro sua vida se resumia apenas à vingança. Matar o juiz era o que o movia, era seu objetivo supremo. E em sua mente, além desse tópico, somente suas amigas e sua adorada Lucy poderiam prevalecer.

What Doesn't Cut The Flesh Can Do Pretty Bad Things On The InsideOnde histórias criam vida. Descubra agora