Capítulo 8 - Final

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Anne se jogou do alto do prédio. Ao bater contra o chão ela sentiu o osso de seu braço quebrar, fechou seus olhos pela dor intensa. Ela imaginou que agora seria o seu fim, mas ela havia se enganado.

Anne ouviu uma voz, só que dessa vez parecia de um demônio menor.

- Você é mesmo louca, doente, está querendo me matar ou está querendo te matar? Eis a questão.

- Quem é você? - disse em um tom frio mas com um certo medo.

- Sou seu amigo que te acompanhará pelo resto dos dias, por muito tempo. Se voce conseguir resistir, eu sei que vai. não te machucarei tanto como fiz com Jack!

O demônio deu risadas irritantes.

A menina cerrou os punhos, se levantou do chão com dificuldade, com câimbras nas pernas.

- No fundo eu não queria que ele estivesse morrido, mas na hora eu não pude me conter e controlar este corpo. algo dentro de mim ordenava que eu fizesse aquilo, e esse alguém foi você. - disse Anne.

- Pois eu acho que ele mereceu.

- Sinto vontade de matar cada um.

- haha , mate com vontade, com a fúria percorrendo nas veias!! - disse dando risos.

- Por quê eu não morri quando me joguei deste prédio?

- Você não morrerá, pode fazer o que quiser mas saiba que só se machucará...como esse teu braço quebrado.

- Eu não irei tentar denovo...

- Se por um acaso sentir vontade de ser um humano qualquer novamente...entao crave uma faca em seu coraçao, bem no coração. Já que agora não existe mais ninguém que você gosta de verdade, estão todos mortos. A última saída então eu não te perturbarei mais!

- Não farei isso, prefiro continuar tendo você como meu aliado.

A criatura gargalhou aos montes. Ela ecoava pela cidade obscura. E logo foi sumindo por um tempo.

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Anne não sabia bem o que fazer, mas iria esquecer que fez uma besteira ao querer se jogar de um prédio e quebrar seu braço, continuaria com demônios a possuíndo ou não. As palavras dele ecoavam em sua mente sobre ferir o próprio coração, porém ela resolveu não fazer tal ato. Talves um dia, pensou consigo. O demônio que a possuía conversava com como um amigo, um cúmplice...Já não era tão maligno assim, as vezes feria sua carne e a alma, mas ela sabia que não era um dos mais terríveis. O mesmo dizia que alguns humanos eram piores no mundo e ela concordou. Uma lágrima de sangue escuro escorreu pela face e a mesma estava sentada em sua cama admirando sua faca ensanguentada, e sorriu.

Jack ainda não tinha ido por completo, pois o fantasma dele ainda fazia questão de visita-la, não exatamente para atormentar, mas sim conversar lado a lado. Se tornaram amigos, não podiam trocar carícias mas ela ouvia a voz dele, que era como um calmante depois de um dia agitado de matanças e destruição.

Alguns anos depois, esse amor voltou a crescer.
Anne nunca amou mais ninguém, apenas Jack - o fantasma.

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- Mamãe? Cadê voce? - disse a menina de cabelos castanhos trêmula ao caminhar.

- Shhh, sua mãe não está aqui , mas eu estou!!

A mesma arregalou os olhos e parou de caminhar. Uma mão por trás cobriu sua boca, ela tentou respirar mas foi em vão.

- Está na hora de você ir dormir, querida - murmurou Anne aos ouvidos da garota.

A menina não resistiu e fechou os olhos. Perdeu suas pequenas forças e sucumbiu.

Ciclo do MauOnde histórias criam vida. Descubra agora