Capítulo 1

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Acordei assustada com o despertador, suspirei e levantei da pequena cama, segui em direção ao guarda-roupa, vasculhei e encontrei uma calça jeans preta, peguei uma blusa da Minnie vermelha e meu all-star preto, fui direto para o pequeno banheiro.
Tomei um relaxante banho quente, vesti minha roupa, e desci para tomar café com minha mãe. Fiquei parada observando mamãe organizar a mesa do café. Tadinha era tão nova quando ficou gravida de mim, ela sempre fala que sou o maior presente dela, que não conseguiria viver sem mim. No meu aniversário de 13 anos, eu perguntei pra mamãe se eu poderia conhecer o meu pai, ela disse que isso não seria possível, porque ele era casado. Perguntei á ela o porquê ele ter nos deixado pra poder casar com outra, ela falou que ele já era casado quando a conheceu. Ela não queria se envolver com ele, só que ele a seduziu, eles foram pra cama, coisa de uma noite, mamãe ficou gravida e achou que ele ajudaria só que ele a humilhou falando que nunca largaria a esposa pra ficar com uma pobretona. Mamãe morava com a vovó, só que quando vovó descobriu expulsou mamãe de casa, Charlie ficou sabendo e teve uma conversa com mamãe, falando que ele dava uma casa pra ela morar comigo só que ela tinha que prometer a ele que nunca o procuraria pra pedir dinheiro ou pedir para assumir a paternidade, mamãe achou melhor aceitar, e ai moramos na casa até hoje. Ela cuidou de mim sozinha sem pedir ajuda a ninguém.
Sair dos meus devaneios quando escutei mamãe chamar.
—Bella ,esta tudo bem?
—Está sim mãe, por que a pergunta?
—É porque você ficou parada na porta com um olhar vago filha, achei que estava se sentindo mal.
—Pode ficar tranquila, estou muito bem só estava lembrando umas coisas.
— Então posso saber o que meu bebê estava lembrando? –mamãe disse risonha.
—Pode sim mãe.
—Então o quê é?
—Eu estava lembrando o dia em que a senhora contou sobre você e o papai.
—Bebê eu já disse para você não ficar lembrado disso. Mamãe me olhou com cara de repreensão
—Disse, mas mãe eu não me conformo, ele a usou e te abandonou gravida!
—Filha ele era casado quando nos conhecemos.
—Ele era um safado mãe, como um homem casado faz isso? Seduz uma mulher inocente e depois que a engravida pula fora, não me conformo com isso. Disse um pouco irritada.
—Seu pai errou por ter feito isso, mas eu também fui burra por ter me envolvido com ele querida, mas se eu não tivesse ficado com ele eu não teria você, e olha filha você é o meu tesouro, não me arrependo de ter tido você nunca.
—Às vezes fico me perguntando se a vida da senhora teria sido melhor se não tivesse ficado gravida de mim.
—Isabella nunca mais você repita isso. Nunca me arrependi de ter ficado gravida, foi difícil criar você sozinha, mas eu conseguir. Vamos parar com esse assunto e comer logo, porque se não vamos atrasar.
—Ta Bom mãe, só pra finalizar, eu te amo muito, e obrigada por tudo.
—Também te amo muito minha menina, agora vamos comer-mamãe me deu dois tapinhas no bumbum e sentou se a mesa.
Tomamos café. Quando terminei fui para o banheiro escovar os dentes, terminei peguei a minha mochila e fui até mamãe.
—Mãe estou indo pra escola, bom trabalho e fica com Deus, Te Amo.
—Ta bom filha, vai com Deus, boa aula e te amo muito .
—Sua bença mãe!
—Deus te abençoe filha.
Fiz o caminho da escola com um aperto no coração, era como se algo de ruim fosse acontecer, mas logo ignorei esse sentimento, era só coisa da minha cabeça, nada vai acontecer.

[...]
Quando cheguei da escola fui em direção ao meu quarto pra trocar de roupa, vesti um short jeans, uma camiseta preta, calcei meu chinelo havaianas, e fui a cozinha preparar o meu almoço, depois que terminei, almocei e lavei as vasilhas ,fui para o quarto fazer a lição de casa. Quando terminei de fazer tudo, deitei na cama para dormir um pouco, a sensação ruim voltou, suspirei e fechei os olhos e adormeci. Acordei assustada com o telefone tocado, pulei da cama e sai correndo, cheguei à sala peguei o telefone.
—Alo?
—Isabella Dwyer swan?
—Sim, quem gostaria?
—Aqui é José Carlos, e eu estou ligando para falar que Renée Dwyer sofreu um acidente e infelizmente ela não resistiu e veio a falecer.
—Co...co...como?-Cai sentada no sofá com a noticia, lágrimas começaram a molhar meu rosto.
—Sinto muito senhorita!
—Qu...qua...qual é o local?- Perguntei com dificuldade já que os soluços logo tomaram conta de mim.
—Rua xxxxxxxxx.
—Obrigada por avisar, tchau -Não esperei o homem responder e desliguei.
O desespero logo tomou conta, parecia que tinha uma mão esmagando meu coração tamanho à dor que estava sentindo.

[...]
Paguei o taxi e sai correndo, de longe dava pra ver a multidão, cheguei perto e vi mamãe no chão, e ajoelhei ao seu lado e comecei a chorar.
—Mamãe, porque a senhora me deixou? Porque mamãe, não consigo viver sem a senhora, não me deixa aqui sozinha. Coloquei a cabeça dela no meu colo e comecei a passar a mão pelo seu rosto, enquanto lagrimas e soluços tomava conta de mim. Não sei quanto tempo se passou, mas parecia uma eternidade. Não queria saber de mais nada, só queria ficar com ela. Sentir uma mão em meu ombro olhei pra cima e vi um moço, não o conhecia, ele estava com uma cara de culpado.

—Moça?
—Oi? Levantei e sequei o meu rosto.
—Me desculpe se estou incomodando, mas é que preciso falar com você - disse ele.
—Tudo bem pode falar.
—É que fui eu que atropelei a sua mãe, mas moça olha não foi por querer, eu estavam vindo e a sua mãe veio de uma vez, tentei frear mas não conseguir, desculpe, eu até tentei salva-la, mas já era tarde demais- falou ele
—É uma situação muito complicada, entendo que você não teve intenção de fazer isso, mas infelizmente aconteceu e nada vai trazer ela de volta. – minha voz estava fraca então tive que fazer um esforço pra que minha voz saísse alta.
—A polícia já veio aqui, terei que fazer oito meses de serviço comunitário, sei que isso não vai trazer sua mãe de volta, mas vou me sentir melhor.
—Tudo bem, obrigada por você ter tentado. Dei um sorriso fraco pra ele
—Agora tenho que ir, mas se precisar de alguma coisa pode me ligar nesse numero aqui. Ele me passou um cartão escrito seu nome e numero de telefone.Esse era o José Carlos que me ligou.
—Tudo bem.
—Tchau - disse ele indo embora

O Rabecão logo chegou, pegaram minha mãe e a levaram pro IML, eles me pediram uma roupa dela, fui em casa peguei e levei pra eles. Alguns vizinhos e amigos foram para o velório, eu estava arrasada, muita gente me dava abraços e falava que ia ficar tudo bem, mas não havia nada que fizesse com que aquela dor parasse. Quando enterrou ela foi o momento mais difícil, meus olhos estavam muito inchados de tanto que eu chorei, mas infelizmente a vida segue.
Fui para o ponto de taxi, e fiquei esperando, 10 minutos depois o taxi passou. Cheguei em casa, coloquei a chave em cima da mesinha e subi para o quarto, peguei uma roupa e fui para o banheiro, tomei um banho demorado. Enquanto estavam debaixo do chuveiro quente, chorei mais um pouco e minha cabeça logo se bombardeou com perguntas, o que eu vou fazer agora? Como vou fazer para pagar as contas? Comer? Não tenho nenhum parente próximo, eu sou menor de idade! Eram tantas perguntas, minha mãe faz tanta falta, e não faz nem um dia que ela foi enterrada. Sai do chuveiro me enrolei na toalha, fui à cozinha pegar um calmante pra poder conseguir dormir, tomei o remédio fui para o quarto, coloquei um pijama, deitei na cama e adormeci.

(...)
Acordei assustada com a campainha tocando, corri pra atender, abrir a porta e dei de cara com um homem, ele era forte, vestia um terno muito elegante, o cabelo dele era parecido com a cor do meu e os olhos na cor de chocolate igualzinho os meus.
—Posso ajudar?
—Isabella Dwyer Swan ?
—Sou eu, o que deseja?
—Sei que não é o melhor momento pra te dizer isso, mas eu sou Charlie Swan, seu pai.
Minha boca abriu em um O perfeito, não dava pra acreditar que Charlie Swan, meu pai estava na porta da minha humilde casa.

Continua...

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