Prólogo

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Aquela era uma típica tarde de verão: as cigarras cantavam, o asfalto abaixo dos meus pés fervia, minha pele estava banhada pelo suor, fazendo com que as roupas grudassem em meu corpo - são momentos assim que fazem sentir falta do frio. Aquele ar seco, quente e sem vento, fazia com que tudo aparentasse estar parado e nada mais arriscasse se mover ou, até mesmo, respirar, o que, certamente, premeditava uma tempestade de verão, daquelas que chegam do nada, fazendo com que a temperatura caia alguns graus e você agradeça aos céus por isso, mas que, também, se assuste com a voracidade dos ventos e com os tovejos estrondosos .
Eu só torcia para que quando a chuva começasse eu já estivesse em casa, mas como dizem: "alegria de pobre dura pouco", eu ainda estava cerca de dez quadras da minha casa quando o tempo começou a virar, agora ventava, tanto que uma grande quantidade de poeira era notável, as árvores balançavam seu galhos ferozmente, ao longe se ouvia trovejar, fazendo, assim, com que eu percebesse que, definitivamente, esse não era meu dia de sorte, com os olhos cheios de poeira apressei os passos em direção ao meu lar. Eu já estava relativamente perto de casa, faltavam cerca de cinco ou seis quadras, quando começou a chover, olhei para os céus e o amaldiçoei, custava muito me deixar chegar em casa?
Meus pensamentos foram cortados quando uma senhorinha, com idade aproximada de 80 anos, começou a me chamar:
- Moça! Moça! Você mesma!- gritava para que minha atenção fosse sua - Espere a chuva diminuir aqui na minha varanda, venha, eu posso te emprestar uma toalha seca e te oferecer um bom café ou chá, o que preferir.
Quando eu estava prestes a recusar o convite um raio resolve cair muito perto, me obrigando a repensar sobre a proposta, porém não deu tempo de pensar muito, já que a senhora balançava uma toalha azul royal com um grande sorriso no rosto, as únicas conclusões que pude chegar naquele momento: o mundo precisa de mais pessoas assim e eu, por hora, precisava daquela ajuda. Portanto, acabei acreditando, sem nem ao menos cogitar a ideia de que ela pudesse me fazer algum mal ou que aceitar àquilo mudaria minha vida da água para o vinho.
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Nota da autora: Bem-vindos (as) a essa loucura, ou melhor, a esse surto de criatividade, não tão critiva assim. Odeio essas notas, mas se necessárias serão curtas e breves, espero que aproveitem a história, beijos de luz.

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