Nós todos usamos disfarces

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Por Aurora:

Sabe quando você está em um lugar, mas sua mente está completamente vazia? Era assim que eu me sentia, ali sentada a mesa com aquela família, que eu já adorava, com uma certa exceção. A comida estava maravilhosa, aquele gostinho caseiro que só as avós conseguem colocar em seus pratos, que mesmo simples parecem ter sido preparados pir chefs de primeira. O almoço correu de uma maneira fantástica, tirando o rabugento sentado a mesa, Nathan, o garotinho sapeca que em poucos minutos já havia me conquistado, agora me pedia para ficar a tarde com eles, ele queria me mostrar a coleção de carrinhos que ele possuia.
-Desculpa, meu anjo, não sou bem-vinda na sua casa.
-Então vamos assistir filmes aqui na bisa, por favor Aurora. - disse me olhando com aqueles olhinhos de cachorrinho que caiu do caminhão de mudança, então não resisti.
- Okay, mas me promete que o filme não vai ser chato.
-Prometo, então vamos assistir vingadores, papai comprou o DVD ontem, você já assistiu?
-Ainda não, mas estou louca para assistir, mas como ele conseguiu? Lançou faz pouco tempo - perguntei encarando o babaca que estava sentado na minha frente.
-Contatos. - respondeu o ranzinza dando de ombros.
-Mas primeiro: vamos ajudar a sua bisa, lavando a louça? - perguntei pro garotinho animado ao meu lado.
-Meu filho não precisa lavar louça.
-Mas hoje ele vai, porque senão, nada de filmes. - falei colocando a mão na cintura olhando pro garotinho.
-Eu ajudo papai, eu quero.
Então ficamos ali, lavando a louça, como ele era um garotinho pequeno que mais inundava a casa do que ajudava acabamos encharcados, com uma senhorinha que assistia ao nosso "pequeno show" rindo.
-Felipe deixa algumas mudas de roupa dele e do Nath aqui, vocês podem se trocar, pegue uma roupa do Fê, se ele reclamar eu me resolvo.
-Eu preferia não pegar.
-Mas precisa, você não pode ficar molhada assim, até porque blusa branca e água não combinam.
Olhei pra baixo e notei que estava, agora, com uma blusa transparente e sem sutiã, já que ela era tão soltinha que dispensava o uso do mesmo. Eu não tinha escolhas a não ser cobrir meus seios com o braço e seguir até o quarto onde estavam as roupas, nele havia uma cama e um babaca deitado nela.
-O que faz aqui?
-Nos molhamos, papai, vamos trocar de roupa, a bisa emprestou uma sua pra Aurora.
-Não mesmo, por que eu emprestaria?
-Porque tua avó que manda aqui.- respondi me dirigindo a um guarda roupas.
Agora eu procurava primeiro uma roupa pro Nath, o que não foi difícil, já que ali era repleto delas, alcancei para ele, pedindo que se trocasse o quanto antes e oferecendo ajuda, timidamente ele recusou minha oferta e se dirigiu ao banheiro, fiquei surpresa com o quanto uma criança de 5 anos pode ser madura. Continuei parada em frente ao guarda roupas, de costas para o Sr. Arrogância, finalmente tinha achado as roupas dele, eu já pego um abrigo e uma camisa qualquer quando ele me virou com força.
- Já chega de mexer aí, saiba que por mim você podia ficar molhada o tempo que fosse. - então ele baixou o olhar pra minha blusa, que agora descobrida pelos meus braços marcavam muito bem os meus seios e seu rosto foi tomado por um rubor incrivel - Que seja, apenas se vista logo.
Então sem nem ao menos responder, já que a vergonha era maior que a raiva, saí dali e fui direto ao banheiro do andar de baixo, eu tinha que tirar aquela roupa rápido.
Vestida confortavelmente, arrumei o sofá cama da sala para uma bela tarde de filmes com o ser que fez eu me apaixonar em questão de minutos, por ele eu aguentaria quaisquer grosserias. Então quem eu menos esperava se deitou na outra ponta do sofá, deixando um bom espaço no meio.
-O que ta fazendo aí? Aí é o lugar da Dona Gusta.
-Vovó não assiste filmes, idiota, além do mais...
-Papai! O que faz aqui?- interrompeu o garotinho.
-Você disse que assistiria comigo e convidou outra pessoa no meu lugar.
-Não precisa ter ciúmes papai, vamos assistir todos juntos.
-Não é ciúmes...
-Que seja! Vamos assistir. - falei demostrando animação, mas o verdadeiro objetivo era acabar com aquela conversa antes que sobrasse para mim e uma briga sem sentido acabasse com a tarde perfeita do Nath.
E assim foi parte da nossa tarde, os três deitados, assistindo filme, Nath abraçado em mim e Felipe nos encarando, de tempo em tempo, com um olhar que não pude decifrar.

Por Felipe:

Ter aquela mulher ali era estranho, como se ela estivesse fuçando em uma ferida já cicatrizada e aquilo me incomodava. Vê-la tratar meu filho com carinho fazia com que eu a irritação começasse a dar as caras, talvez fosse ciúmes, não sei, sempre tive meu filho só para mim, quando ela até mesmo escolheu as roupas do meu garoto e se ofereceu pra ajudar foi como se tivessem me dado um soco, ela é uma estranha, não tem o direito de ver meu filho nu, por mais que ele tenha apenas 5 anos, quando ele recusou a oferta, um sorriso de alegria tomou conta de mim, parece que ensinei bem o meu bebê, mas eu não ia deixar assim. Vi ela pegar as roupas, minhas roupas, então eu não podia mais esperar pra falar umas coisas pra ela sem interferências, então apenas levantei, fui até ela, a virei e segurei seus braços, para que ela não ficasse metendo o dedo no meu peito a cada palavra dita. Comecei a falar, mas quando fui analisar o estado da roupa e zoa-la vi algo que eu não esperava, naquele momento percebi que ela tinha uma certa beleza, o que não era dirigido apenas aos seus seios. Milhares de pensamentos, inclusive vulgares se passaram na minha cabeça quando ela saiu dali.
Após o incidente anterior decidir assistir filme com eles não foi uma decisão muito difícil, afinal era meu filho e filme sempre cai bem, além disso, agora começo a notar que talvez fingir um pouco caia bem com essa garota, afinal pelo visto ela pode me dar muitos prazeres.

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⏰ Última atualização: Apr 25, 2019 ⏰

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