Capítulo 6

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A Sioux Falls dos anos 80 era idêntica à atual, com exceção das roupas, os automóveis e as tecnologias. Felizmente lembramos de não usar nada que não fosse parecido com a época, então nos misturamos bem.

_Por onde vamos?_ Castiel para à minha frente e olha em volta.

_Não sei._ confesso._ Que tal dar um olhada no Bobby e segui-lo por ai? Ele não fala muito sobre onde exatamente me encontrou.

_Anne..._ ele começa.

_Juro que eu não estou fazendo isso só para ter a chance de vê-lo._ minto, pois uma parte de mim quer correr para os braços dele.

_Lembre-se que ele não te conhece.

Engulo em seco enquanto seguimos para a casa de Bobby. Só de pensar que tenho uma oportunidade de vê-lo outra vez me estremeço dos pés à cabeça, mas não deixo Castiel notar essa inquietação em mim.

Estamos passando por uma lanchonete que não lembro de ter atualmente na cidade e olho pelo vidro. Vejo uma garçonete com o cabelo castanho claro preso no topo da cabeça atender os clientes que comentam algo sobre sua barriga enquanto ela passa a mão de forma carinhosa. Não entendo muito de gravidez, mas acredito que ela vá ganhar o bebê em breve.

Castiel só notou que eu havia ficado para trás depois de atravessa a rua. Seus olhos seguem para o mesmo lugar dos meus e então ouço eu maxilar estralar.

_O que foi?_ pergunto.

_Você não consegue sentir?_ ele me olha._ Notei que você sentiu que eu não era humano na delegacia.

_Sim._ franzo a testa e olho para a mulher._ Mas eu não sinto nada vindo dela.

_É o bebê._ ele explica.

Quando me concentro melhor na barriga na mulher compreendo o que ele está dizendo. O bebê emana algo muito forte mesmo de dentro da barriga da mãe e eu me pergunto como ela está aguentando aquilo. Deve estar sugando toda a energia dela.

_Eu nunca vi esse tipo de coisa antes._ ele comenta._ Só uma vez que eu fui à cada de Bobby e você estava lá.

_O que...?_ tomo fôlego._ O que está querendo dizer?

_Qual a possibilidade de ser você ali dentro?

Antes que eu possa responder a porta da lanchonete se abre e a garçonete caminha em nossa direção. Então ela pega minha mão e eu me assusto.

_Você!_ ele está eufórica._ Você é idêntica à ele!

_Senhora, eu não...

_Ele tinha os olhos negros._ ela não me deixa falar._ Negros como a noite. Eu disse para papai que eu não me lembrava do que aconteceu, mas ele dizia que eu era louca.

A porta se abre e um senhor aparece, pegando a mulher pelos ombros.

_Me desculpem por isso._ ele fala para a gente._ Vá para dentro agora, Anne.

Estremeço com a menção do nome e olho para Castiel que parece mais confuso que eu.

_Minha filha não tem estado muito bem._ o senhor se aproxima de nós._ Desde que engravidou ela tem andado com a cabeça fraca. Acho que o cara a ter deixado fez com que ela ficasse falando coisas estranhas.

_O que ela tem falado?_ pergunto automaticamente.

_Disse que foi possuída por um anjo e que um demônio a violou._ ele riu de nervoso._ Não me entendam mal, mas eu só não acredito nesse tipo de coisa.

Balanço a cabeça em afirmativa, perdida com aquilo que ele havia falado.

_Você não parecem ser da cidade._ ele observa._ Deixem-me pagar o almoço de você para compensar o incomodo.

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