12. Sentimentos Aflorados

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Hesitante a professora esperava que sua ligação fosse atendida, mesmo sentindo-se um pouco envergonhada. Não queria acordar alguém as 10: 51 da noite. Mesmo assim sentia que precisava falar com esse alguém; Talvez fosse um dos únicos que estariam passando pela mesma dor que ela.

Respirou fundo ao dizer:

- Oi. - Sua voz saíra fraca.

Levou uns instantes até que outra voz fosse ouvida.

- Oi Sá. - Disse a pessoa.

Do outro lado da linha, Meriane atendia ao telefone em seu quarto. Mesmo estando prestes a adormecer, gostou daquela ligação. E ela até podia apostar que sabia o motivo dela.

- Desculpe lhe incomodar á esta hora, mas... Precisava falar com alguém que também o conheceu.

- Compreendo. - Fingia uma voz deprimida absurdamente convincente. - Sem problemas. E aí como você está?

- Péssima, quebrada e... Já devo ter acabado com toda a água que existe dentro de mim.

A sádica segurou-se para não rir. Recompôs- se em segundos.

- Imagino. Não fazemos ideia de onde ele está e o que está passando. E é horrível cogitar, talvez até mesmo morto.

- NÃO! - Sarah gritou em desespero. - Não está eu sinto que não está. Sinto que nós ainda voltaremos a nos ver.

Aquilo causou uma raiva feroz a ruiva. Queria dizer algo do tipo " Cale essa sua boca, pateta! Vocês nunca mais vão sequer se olhar outra vez". A raiva pela simples existência daquela mulher fazia com que Meriane quisesse acabar com ela com um picar de olhos.

Mas isso não teria tanta graça quanto ouvir as lamúrias idiotas da pata pelo telefone. Sendo assim "consolou-a".

- É claro devemos manter a esperança. Acredito que onde esteja ele sinta sua falta. - Ela disfarçou a pequenina evidência de enfurecimento que ameaçou aparecer; especialmente por saber que aquela última parte era verdadeira. - O que fez o dia todo? Não me diga que apenas chorou, assim me preocupa.

- Eu e Melanie fomos até a faculdade falar com mais pessoas, tentar achar algo por conta própria.

- Achar o que? O que acha que pode encontrar? - Soltou impacientemente.

Por que aquela pata não aceitava logo que ele havia partido da vida dela? Meriane sabia que não era a única que pensava isso, muitos que ela vira e até em conversas que a própria Sarah a contava ouvia muitos dizerem para ela prosseguir, esquecer, viver.

Então por que ela não seguia esses conselhos patetas?

Diante do tom usado por Meriane, Sarah assustou-se levemente. Tanto que não pode deixar de questionar:

- Disse algo que não devia?

Outro suspiro mental de Meriane.

- É claro que não querida. É que apenas sinto por você ainda se apegar a esperanças. Pode se decepcionar.

- Tenho consciência disso. Mas dói demais imaginar que ele pode ter desaparecido para sempre.

- Sempre é um tempo muito longo. - Falou a ruiva não conseguindo conter a voz desinteressada.

- É talvez seja. Obrigada pelo pequeno diálogo, boa noite.

- Durma bem Sá. - A ruiva despediu-se antes de desligar o celular.

Começou a pensar no que havia ocorrido mais cedo.

Após enxarcar o corpo do prisioneiro com água fervente, ela o retirou de seu quarto violentamente e o levou para sala. Onde deu-o um sonífero.

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