Capítulo 1: O Primeiro Encontro

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EU SEI QUE NÃO SOU A pessoa certa para falar de traição - até porque eu nunca fui traída. Não é pra me gabar mas, eu só tenho 17 anos e nunca namorei na vida. Sim! Tive paqueras, namoradinhos na escola mas, nunca tive namoro sério no qual eu apresente para os pais.

Estou no último ano do ensino médio. E, por incrível que pareça, eu só tenho dois amigos; Diego e Laura. Estou há três anos na escola mas, só fiz amizade com eles. Até porque é difícil conseguir se enturmar numa escola que só tem populares, ou como são chamados: Os narcisista. São chamado assim por ser populares na maldade. Principalmente com os novatos.

Também por eu ser gorda, sempre tive dificuldade de conseguir me relacionar com as pessoas. Os olhares delas são de pena. Isso me deixa frustada, triste por elas pensar que; para ser feliz, seu corpo deve ser magro.

Enfim... A questão da traição...

— Sério, Diego! Por que você fez isso? – Ele me olha com seus olhos arregalados.

— O quê? Não me olha assim, não Valentina. Te fiz um favor.

— Favor? Diego, você é muito cara de pau. Não era pra contar para Aquiles que sou afim dele, seu idiota. Isso é traição.

Ele se afasta formando um "X" com os braços em forma de defesa.

— Em vez de você ficar me xingando, por que não vai escolher uma roupa para seu encontro...

— Eu te odeio. Vou ser motivo de piada na esco... Encontro? – Pisco várias vezes para compreender o que ele disse.

— Sim! Conseguir um encontro seu com o Aquiles.

Meu coração chega dá um pulo de alegria e ansiedade.

— Diego! Eu-te-amo! – O abraço com toda a força, sufocando o pobre menino.

— Chega, Valentina! Já entendi que está feliz.

— Meu Deus! O que eu vou vestir? Não tenho roupa.

— Tá de sacanagem, Valen! Seu guarda-roupa esta cheio de roupa.

— Diego! Se uma mulher te falar que não tem roupa, é porque ela NÃO TEM! Entendeu?

— Vocês mulheres são difíceis de entender. – Ele revira os olhos.

Expulso Diego do quarto e procuro uma roupa para essa noite.
Vou ter um encontro com o Aquiles... Vou ter um encontro com um gato...

                     {°°°}

Saio as pressas descendo as escadas e sou parada pelo meu irmão, Roberto.

— Pra onde vai com essa pressa?

— Não te interessa!

— Mas me interessa. – A não. Minha mãe vai me encher de perguntas.

— Dona Helô. Posso explicar pra você quando eu voltar?

— Não, Valentina! Ou me fala para onde vai ou...

— Eu sei... "Vai ficar em casa". Mãe! Muda de repertório.

— Valentina! Não testa minha paciência.

— Eu vou sair com Diego e Laura. Satisfeita?

— Desse jeito? – Roberto me analisa.

— Qual o problema?

— Tá muito arrumada para quem vai sair com os dois nerds.

— Cala a boca.

— Para vocês dois. Valentina! Antes das 22h!

— Sim! Dona Helô. Eu sei.

Corro em direção a porta com a ansiedade da porra.
Tem que dá tudo certo nesse encontro.

Ao chegar no local que Diego me instruiu, encontro Aquiles sentado olhando para o celular.
Minhas mãos soa de nervoso. O cara com quem sou afim, esta a um passo.

Me aproximo da mesa e, ele levanta a cabeça para me olhar. Seus olhos percorre todo meu corpo.

— Valentina!

— Aquiles.

— Senta aí.

Ele aponta para a cadeira com a cabeça. Me sento toda atrapalhada. Acho que estou demonstrando de mais meu nervosismo.

— Eai, tudo bem? – Ele começa.

— Tudo! E você?

— Bem!

Um silêncio constrangedor se tornar.

— Gosto do seu cabelo.

Acho que corei.

— É?

— Ele é rosa. Isso diz que você tem personalidade e ousadia.

— Meu cabelo diz tudo isso?

Ele sorrir.

— Sim!

Começa a tocar uma música romântica na lanchonete e, tinha que ser ele: Ed Sheeran - Dive.

Você é ousada mas não tanto.
Poderia você mesmo ter me convidado pra sair, não mandado seu amigo.

— Estava ocupada.

— Entendo... – Ele sorrir. Você de perto até que parece ser bonita.

Eu adoro seu sorriso.
Quis dizer, mas não tenho coragem.

Conversamos sobre música, filmes e soubemos que nós dois tínhamos gostos diferente.
Kali, uma japonesa amiga de Sabrine, se aproxima dando um beijo no pescoço de Aquiles.

— Kali?

— Eai, gato. – Ela se junta na mesa sem ser convidada.

Seu olhar foi direto para mim. Me olhava com pena, e eu odiava esse olhar.

— Peppa? O que faz aqui?

Eu odeio esse apelido.

— Meu nome é Valentina!

— Que seja.

— Kali! Não chame ela assim. – Aquiles protestou.

— Não é minha culpa. Sua irmã que pois o apelido.

Aquiles e Sabrine são irmãos e estudam na mesma escola.
Caso, futuramente eu venha a ser namorada de Aquiles, vou ter uma cunhada vadia da Sabrine. Era a pior parte.

— Então, gato. Me conta as novidades?

Os dois ficara de conversinha ignorando totalmente minha presença.
Seus toques carinhosos fazia meu peito entristecer.

Eu gosto de Aquiles. Sou apaixonada por ele. Essa foi a única oportunidade que tivemos para esta juntos e, uma magrela estraga tudo com seu peitão quase amostra, dando em cima do cara mais lindo da escola.

Eles já tivera um lance no passado, mas não levaram a diante. Pois Aquiles, sempre tem as mulheres aos seus pés.

Me levanto com raiva deixando as lágrimas escorrerem sem protesto. Dando uma última olhada para a lanchonete e me arrependendo em seguida, vendo Aquiles e a japonesa aos beijos. Isso me doeu tanto que, queria ir até lá e meter a mão na vaca peituda.
A única coisa que eu fiz foi sair de lá e me afundar no travesseiro borrando o rímel no tecido branco.

— Eu vou mudar. Vou ser magra e gostosa.

Gostosa demais para usar 38! Onde histórias criam vida. Descubra agora