DIEGO PÔS SUA OBSERVAÇÃO sobre o fato de nossa amiga, Duny está apaixonada por ele.
— Valen! Eu... Eu não reparei nenhum minuto que Duny estava afim de mim.
— Fala sério, Diego! Duny expôs o tempo todo o interesse em você. Eu percebi isso e perguntei à ela. Foi quando ela me contou.
— O fato agora é que Duny não vai entender que eu quero só amizade.
— Diego! Tenta. Não custa nada.
— Não, Valentina.
— Por quê, não?
— Porque...
Diego suou.
Ele gosta de alguém, mas não quer falar.
— Porra, Diego. Por quê?
— Porque eu gosto de...
Nessa hora, Duny entra surpresa ao ver Diego. Ela dá meia volta, mas chamo antes que vá embora.
— Fica, Duny! Vocês dois precisão conversar.
Duny, ainda calada, se senta desconfortável e, possivelmente com vergonha de ter se declarado para Diego.
Deixo os dois e vou para meu quarto.
Depois de um tempo, volto para sala e encontro Duny chorando desesperadamente.
— O que houve?
— Eu te odeio, Valentina! Você é uma falsa.
— Que?
Duny vai embora e fico sem entender o motivo de tanta raiva.
— O que você falou pra ela, Diego?
— A verdade!
— Que verdade? Porra, Diego. Duny não merecia sofrer.
— Nem eu.
[°°°]
Estou na casa do Sr. Carlos - meu cliente - para falar com seu irmão sobre a decoração do quarto.
Tanto ele como a esposa me tratam bem, me convidando para um cafezinho.
— Estou adorando a decoração, Valentina. – Ele elogia ordenando a empregada a trazer o café.
— Fico feliz. Me empenho o máximo para que tudo saia perfeito.
— Creio que o meu cunhado vai gostar também. Ele é um pouco exigente. Típico de um homem vaidoso. – Comentou Marcela.
— E onde está seu irmão?
— Está pra chegar.
A empregada chega com o café e nos serve.
Não demora muito e o irmão de Carlos chega.Ele, com seu terno verde musgo, retira o óculos fazendo eu abrir levemente a boca.
— Bom dia!
Puta merda!
É o Karter.
— Eu não acredito.
Ele me olha e abre um largo sorriso dando uma piscadela em seguida.
— Valentina!
— Karter.
— Que prazer te rever.
— Vocês já se conhecem? – Sr. Carlos pergunta.
— Claro, irmãozinho. Ela é a mulher que me deu um fora.
A Marcela sorrio e o Sr. Carlos ficou surpreso.
Ele conhece muito bem o irmão pegador. Saber que levou um fora, foi uma surpresa para ele.
— Karter! Essa é a arquiteta. Veio saber sobre a decoração.
— Por favor, Sra. Arquiteta. Vamos para meu quarto.
Karter aponta para o quarto que fica logo a esquerda.
— Sr. Carlos, me acompanhe. – Falei e Karter levou seu dedo indicador para a boca soando um "shii...".
— Vamos só nós dois. Quem vai dormir no quarto sou eu não meu irmão.
Segui ele até ficarmos à sós.
Karter fecha aporta e vira lentamente tirando seu terno.Engulo em seco encarando a parede em branco.
— Como vai querer a decoração?
— Quer mesmo falar sobre isso? – Ele se aproxima mais.
— Claro! É pra isso que vim.
— Bem, eu também vim pra isso, mas, quando vi você...
— Sr. Karter, como vai querer seu escritório?
— Não quero falar da porra da decoração.
— Eu quero falar da porra da decoração.
Ele bufa.
— Está bem. Quero meu quarto com tons cinza e branco. Satisfeita?
— E o escritório?
— Deixo ao seu critério.
Ele tenta me beijar e desvencilho.
— Já falei que não quero ficar com você.
— Por quê? Tem algo de errado comigo?
— Tem! Sua insistência.
— Todas as mulheres querem ficar comigo. Por quê você não quer?
— Porque eu não sou todo mundo. Karter, põem na sua cabeça que eu não sou qualquer mulher. Se eu quiser ficar com você, eu vou lá e fico. Vai ser no meu tempo e do meu jeito.
Ficamos em silêncio.
— Nem um beijinho?
— Não, Karter. Sai!
Vou ao encontro do Sr. Carlos e explico como e o dia da decoração.
— Obrigado, Sr. Carlos. Começarei amanhã mesmo.
— Muito obrigado, Valentina. Peço desculpas pelo meu irmão.
— Tudo bem. Sei lidar com homens desse tipo.
— O tipo gostosão? – Karter entra na conversa.
— Não! Galinha.
Marcela não conseguiu segurar sua risada.
— Quer carona?
— Tenho carro, Sr. Karter.
— Desiste Karter, Valentina não é para seu bico. – Marcela falou.
Lanço uma piscadela para Karter e entro no meu carro.