Capítulo 3

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Fiquei pensando seriamente em não sair daquele táxi. A lama do meu cabelo e vestido estava seca, sem falar do meu rosto, estava parecendo que eu havia caído em um chiqueiro. Respirei fundo e reuni toda a dignidade que eu já não tinha e fui. Entrei rapidamente pelo hall do hospital despertando muitos olhares. Deviam pensar que eu era uma mendiga. Encarei a recepcionista que me lançava um olhar superior.
—Em que quarto estão Katherine e Nicolas Albuquerque?
— Desculpe Senhorita, somente parentes. — Sorriu sarcástica e me checando de cima abaixo. Essa cobra acha que está falando com quem?
— Eu sou irmã dele, agora faz o seu trabalho e me diz o número do quarto. — Arqueei uma sobrancelha.
— Desculpe, se a senhorita insistir terei de chamar a segurança. — A garota estava me desafiando, era isso mesmo produção? Será que essa noite tinha como piorar? Inferno. Ah, mas isso não vai ficar assim.
Procurei meu celular na bolsa, e para minha total decepção o maldito estava sem bateria. Olhei para o alto pedindo paciência, porque se Deus me desse força eu matava um.
— Algum problema? — Ela perguntou e eu senti o deboche em sua voz.
— Nenhum! — Ah, eu ia reclamar disso para o supervisor dela. Olhei para trás e vi um acúmulo de pessoas me encarando.
— O QUE ESTÃO OLHANDO? VÃO ARRUMAR O QUE FAZER! — Sim, eu falei alto, mas eu já estava saturada de tudo que estava me acontecendo hoje.
Vi dois homens de terno se aproximando de mim. Não acredito que a vaca chamou a segurança. Olhei e a maldita estava se divertindo as minhas custas. Saí correndo pelo hospital e acabei chegando na lanchonete, com os dois brutamontes no meu encalço. Eu achava que pelo tamanho não pudessem correr. Iludida. Os dois me seguraram e eu só sabia gritar para que me soltassem.
— Bianca? — Parei imediatamente de me debater e olhei na direção da voz. Avistei meu irmão na fila da cantina do hospital me encarando sem entender nada. Não sei se eu ficava aliviada em vê-lo ou se aproveitava a ocasião para afoga-lo no vaso sanitário. Bianca, respira, ele vai ser pai, lembre-se disso.
— O que aconteceu? — Ele largou a comida e se aproximou. — Soltem-na. — Ao menos para isso ele serve. Nicolas os mandou embora e me puxou para um canto.
— De-sem-bu-cha Bianca.
— Foi tudo culpa sua Nick. Se o esperto não tivesse mexido nos documentos do meu carro nada disso estaria acontecendo. — Cruzei os braços.
—Tenho certeza que não te dei um banho de lama maninha. — Ele estava rindo, inacreditável.
— Vou te dar um resumo da obra: Fui parada pela polícia, multada, detida, meu carro apreendido, levei um banho de lama do taxista e a mulher da recepção achou que eu fosse uma mendiga. — Disse tudo num só fôlego e acrescentei. — Se você ousar rir, eu não respondo por mim. — Vi ele reprimir um sorriso.
— Você é um cretino Nicolas, não sei como a Kate teve coragem de casar com você. Por falar nela, e o bebê? já nasceu?
— Ainda não, estou uma pilha de nervos, ela está em trabalho de parto a horas.
— Quero vê-la. — Ele ergueu uma sobrancelha.
— Nesse estado? Acho difícil. Olha, pega essa chave, é do meu apartamento aqui perto. Toma um banho, troca de roupa e volta, porque você está fedendo maninha. — Sorriu.
— Com um irmão desses para que inimigos, não é mesmo? — Peguei as chaves e saí sem ligar para os olhares curiosos.

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