4º Conto: Quem diria...

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Olá, meu nome é Brenda Kepner, mas todo mundo me chama de pimentinha! Você deve estar se perguntando: porque eles chamam ela assim?

Vou te contar o porquê, no ensino médio pintei meu cabelo de vermelho e também tenho um pouco de humor ácido para não dizer humor negro. Não que realmente eu seja ciníca ou irônica. Ok, sou um pouco, mas adotei isso para mim como uma forma de me proteger das pessoas. Nem sempre fui assim, eu era uma doce garota, sonhadora, sonhava em ser aeromoça, queria voar para o mais longe que eu pudesse ir. Mas tudo mudou no outono de 1998.

Para que você saiba como foi a minha vida até 1998, precisamos voltar 3 anos antes. Eu tinha 17 anos e estava no segundo ano do ensino médio. Eu tinha uma melhor amiga, chamada Stacy. Nós éramos unha e carne, não nos desgrudavamos desde a primeira série, amizade à primeira vista. Stacy era o meu alicerce, meu up, minha fortaleza, ela sempre me carregava para todos os eventos que ocorriam na cidade. Até mesmo, quando eu não estava animada, ela fazia questão de me encher o saco para sair com ela.

Era verão de 1995, nós moravamos na pequena cidade Lily Dale, não tinha muitas coisas para fazer lá - hoje eu moro em Nova York - a cidade tinha um pequeno cinema e aos finais de semana iamos para o píer, - Stacy adorava ficar lá fumando a sua maconha. Então naquele verão, tivemos uma grande surpresa. Pela primeira vez na história da cidade, nós tivemos um circo instalado lá, o Grand Circus La Vida. E foi aí, que minha vida mudou.

Hey, Brendinha! Você está por aí?, foi o sms que Stacy me mandou!

Sim, estou amiga. Tô lendo uns artigos para o trabalho de química do Prof. Ghel, respondi.

Dez minutos depois meu celular tocou, era Stacy me ligando. Ela me convidou para irmos ao circo naquela noite. Inventei alguma desculpa de que precisa estudar para alguma prova, mas não adiantou. Stacy me arrastou para o circo. Chegamos lá por volta das 20 horas, ele estava todo iluminado, cheio de pessoas felizes, pipocas, algodão doce, palhaços, brinquedos para lá e para cá. Demos uma volta por ali, e até fui à montanha-russa com Stacy.

- Stacy, quero ir embora, não estou legal - falei, após certo tempo.

- Ah, pare amiga! Acabamos de chegar - ela disse. Stacy ficava extremamente insuportável, quando estava empolgada com alguma coisa.

- Eu quero ir! Pode ficar, a minha casa não está muito longe. Perdoe-me, estou indo - falei, dando um beijo e um abraço nela.

Quando tava no portão, saindo do terreno que o circo se alojara, eu avistei. Avistei o Trevis Keller. Avistei o cara mais lindo que já vi em minha vida, ele tinha olhos verdes, pele branca, alto, não era muito musculoso, estava usando uma calça jeans preta, coturno marrom e uma camiseta branca e sua cueca estava um pouco visível, usava um boné e tinha uma cara de bad boy. Fiquei tão aturdida com aquela visão, que não percebi um buraco a minha frente, tropecei e caí.

- Moça, você está bem? - ouvi uma voz masculina.

- Sim, estou bem - respondi agradecendo a pessoa que me ajudou a levantar. A pessoa era Trevis.

Quase desmaiei novamente! Risos

Nossa sintonia foi tão forte no primeiro instante, que até esqueci que precisava ir para casa.

- Quer ir beber alguma coisa? - ele perguntou com aquele sorriso maroto dele.

- Cl-Claro - respondi em um gaguejo. Meu Deus, como eu fico levemente timída mediante aos meninos, ainda mais de um deus grego, ok, vamos voltar a minha história.

Nós conversamos muito, muito mesmo, falamos de nossas vidas e por alguns instantes ele não era mais um estranho. Eu senti que eramos tão intimos. E mais uma vez me deixei levar pela emoção. E pela diversão. Nós aproveitamos cada momento juntos, e fomos a vários brinquedos. Quando chegamos a roda gigante, - não sei porque, mas elas insistem em dar uma leve parada, e lá, estavamos nós parados na parte de cima, podíamos ver quase toda a cidade, a noite estrelada e a lua brilhando elegantemente - Trevis em um movimento lento colocou seus braços em meu ombro, puxou-me pelo pescoço e deu um beijo. E aquele momento eternizou-se e meu coração parou.

O circo ficou na cidade por uma semana inteira, e todos os dias Trevis e eu, nos viamos, nos beijavamos, abraçavamos, davamos risadas, comiamos e ele me comia, - desculpa o linguajar, mas é verdade, ele era muito gostoso - éramos perfeitos juntos. Mas Trevis não morava em Lily Dale, ele morava em uma cidade vizinha. Ficava difícil manter o nosso relacionamento, até que um mês depois ele mudou-se para perto do meu bairro. Foi meu sonho de princesa virando realidade. Namoramos por muito tempo, no segundo ano de namoro quase três, Trevis descobriu que estava com câncer. E nosso chão ficou quebrado. Mas mesmo assim lutamos juntos essa batalha.

Ele pegou em minhas mãos esse tempo todo, me mostrou o verdadeiro amor. Amei e fui amada incondicionalmente. E após três anos, eu perdi o amor da minha vida, ele se foi me deixando apenas uma carta e no final dela, estava escrito:

Lembra-se de quando nós erámos tão bobos, tão convencidos, tão legais juntos...

E, eu apenas lembro que ele dizia que nós erámos para sempre... E hoje fico pensando: Quem diria...

Notas do autor:

Conto inspirado na música Who Knew - Pink

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⏰ Última atualização: Oct 06, 2017 ⏰

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