Anastásia Steele
Caminho calmamente – ou tentando ter calma – até a sala de Grace. Um dos funcionários acabou de me avisar que ela quer falar comigo, e eu confesso que estou um pouquinho nervosa. Bato na porta e ouço um entre, então fico mais nervosa ao me deparar com Grace e o Senhor Grey.
—Dra. Steele, entre, por favor. —Grace pede e eu entro fechando a porta atrás de mim.
—Dra. Trevelyan, Sr. Grey. No que eu posso ajudar? —Pergunto colocando as mãos atrás das costas.
—Querida, eu acho que não tive a oportunidade de conhecer a mulher que salvou meu filho. —Sr. Grey pontua. Ele se levanta e caminha até parar na minha frente, então num gesto calmo, me estende sua mão.
—Sr. Grey. É um prazer. —Digo com a voz firme.
—Eu realmente não sei como agradecer tudo que fez pelo Christian naquela sala, os enfermeiros nos contaram como foi ruim. Sete paradas?
—Sim. —Sussurro e só de lembrar o pavor me toma. —Mas ele está bem agora. É isso que importa.
—Sim. E é sobre isso que queremos falar. —Grace diz finalmente. —Dra. Steele, eu quero que o Christian seja seu paciente principal. Você sabe o que isso significa?
—Acho que não...
—Seu salário aumentará, e você terá que ficar à disposição dele durante 24 horas. Não importa se tenha outro paciente sendo atendido, se o Christian precisar você deverá atender de imediato.
—Dra. Trevelyan, eu não acho que isso seja necessário. —Murmuro calmamente. —Você não precisa aumentar meu salário, nem coisa alguma. Já se passou cinco meses, e o quadro dele continua estável. Ele tem ótimos sinais, e eu sou a única que o atende, se ele precisar, eu vou estar lá, porque é o meu papel, entende?
—Olha Dra. Steele, eu estou achando que...
—Que está ótimo. —O Sr. Grey diz interrompendo Grace. —Você está fazendo um bom trabalho.
—Obrigada, Sr. Grey, com licença.
Sr. Grey me dá um balançar de cabeça e eu saio da sala rapidamente, antes que Grace me mate com seu olhar mortal. Recosto-me a parede ao lado da porta e suspiro com as pernas bambas. Grace só pode estar de brincadeira achando que eu iria ficar à disposição de Christian, isso é ridículo.
Respiro fundo e sorrio para a enfermeira passando, então decido ir ver Moly. Eu estou tão preocupada. Hoje à noite será a sua cirurgia, e eu orei tanto para que não fosse necessário; foi horrível contar que eu teria que raspar seus cabelos, ela chorou durante horas.
Ontem um Assistente Social esteve aqui também, dizendo que há pessoas querendo adotar Moly, mesmo na situação que ela está, e eu acho que isso me deixa feliz. Eu só quero que essa pequena garotinha seja feliz. Ela merece.
Bato na porta e ouço um pequeno 'entre'. Os grandes olhos de Moly me encaram por alguns segundos antes de se direcionarem para o Sr. Cenouras. Sinto um aperto no coração ao ver sua cabeça sem seus lindos cabelos dourados.
—Como você está, baixinha? —Pergunto me aproximando.
—Careca. —Ela diz chateada.
—Ei, não fale assim!
Sento-me na pontinha da cama e ela me encara. Seus olhinhos vermelhos prestes a deixar todas as lágrimas caírem.
—Por isso tinha que acontecer? —Moly pergunta chorosa. —Primeiro foi a mamãe, ela morreu, e agora eu vou morrer, e a Rosita vai estar sozinha. Eu nem sequer sei onde ela está.
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Invisível
FanficAté que ponto você iria para estar com a pessoa que você ama? O quanto você suportaria para que, mesmo que por alguns meses, ser feliz? Anastásia Steele sempre sentiu uma forte atração por Christian Grey; irmão de uma das suas melhores amigas, porém...