Capítulo VI

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Anastásia Steele 

Rolo na cama, com uma vontade absurda de pegar o celular e jogar longe. Faz só algumas horas que estou longe do hospital, e hoje é domingo, mas Kate já me ligou cinco vezes, e Mia umas dez. Elas diziam a mesma coisa; 'Ana, Christian está surtando gritando por você'. Deixa ele surtar só por mais algumas horas.

Fecho meus olhos quando o barulho cessa, mas é só eu ameaçar sorrir para a porta do meu quarto se abrir e uma Kate bem brava entrar.

—Ana, ninguém aguente mais! —Kate grita e eu sento na cama soltando um grito que a assusta.

—Eu vou chamar minha mãe. —Digo fazendo beicinho e Kate gargalha.

—A Moly acordou...

—E como foi? —Pergunto despertando de qualquer resquício de sono.

—Foi tão lindo, quando ela viu a Rosita. —Os olhos de Kate marejam e eu sorrio com a mesma emoção. —Elas perguntaram por você, e depois quiseram ver o Christian.

—Você deixou? —Pergunto preocupada.

—Não, só você pode permitir isso, por isso você precisa ir.

—Certo. Eu vou me arrumar. —Murmuro levantando-me. —Mais um dia no paraíso.

Ando pelos corredores do hospital, torcendo para o meu turno começar bem, mas dou de cara com Grace já me chamando para conversar. Ah, Deus. Que ótima maneira de começar o dia. Sigo minha chefe até a sua sala e ela me manda sentar, mas eu prefiro ficar em pé, é mais fácil para correr.

—Eu conversei com o Christian hoje. —Ela murmura calmamente. —Ele me contou que você esclareceu as coisas.

—Foi você que pediu. —Digo cruzando os braços. —Sabe, eu acho que vou precisar de você.

—No que? —Grace pergunta confusa.

—Ele acha que nós temos uma casinha no campo, com mil e uma flores no jardim. Eu não tenho nem ideia de como você vai fazer isso acontecer, mas eu não vou. O filho é seu. Você deu a ideia.

—Você é muito abusada, não é mesmo?

—Eu não. É isso ou contar toda a verdade para ele.

—Certo, Anastásia. Eu vou providenciar isso. —Grace murmura frustrada. —Agora me diga sobre Moly e Rosita.

—O que você quer saber? —Solto um longo suspiro e encaro Grace.

—Eu fiquei sabendo de tudo que você fez por elas...

—Olha, Grace, se você acha que foi errado, tudo bem, mas eu...

—Não. —Ela me interrompe. —Eu faria o mesmo.

Encaro-a boquiaberta enquanto ela continua falando.

—Você fez certo, elas são apenas crianças. Eu só quero saber o que você fará com elas daqui para frente.

—Eu não vou levá-las para casa, se você está pensando nisso. —Digo perdendo a paciência. —Elliot me disse que arrumará um bom orfanato, e esse é o melhor para elas.

—É o que você acha? Por que você não fica com elas? O Christian gosta delas. —Grace diz como se fosse óbvio.

—Olha só, Dra. Trevelyan. Elas são duas crianças. Eu envolvo elas nessa merda toda, e depois? Quando o Christian recuperar a memória? Quando ele lembrar de todo o passado dele, como vai ser?

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