The Walkers

Família

Eu sei, muitos livros iriam começar com um "era uma vez", o que seria estranho para mim que narra este livro com detalhes de minha vida. Irei me apresentar formidavelmente... Loiro, olhos azuis e um físico não muito relevante. O que vocês irão ler agora, é uma parte de como iniciou a geração Walker, uma família bem feliz, onde o mal não iria existir, a família perfeita... Ou então, isso é mesmo uma família?
Minha vida não começa com meu nascimento, ou algo do gênero. Ela está mais para um acidente, vai por mim, é estranho né? Comecemos pela primeira vítima...
Em um dia chuvoso, Rose Walker, caminhava pelas ruas de New York, uma bela cidade por sinal e favorecia a jovem de apenas 16 anos, que gostava de tecnologia como um fanático adolescente nascido naquela geração. Isso em 2003. Onde às 22:59, virava um beco sem saída, não tinha muito conhecimento pela cidade e isso poderia lhe custar uma parte de sua vida, dois homens estavam perseguindo-a em passos calmos e silenciosos, sua presença era real e o medo se tornou evidente para Rose, que apenas ao se virar, se deparou com os dois sujeitos.

- Parece que pegamos um peixe grande, Big! - Big era o apelido de seu comparsa que vibrava em alegria ao encontrar a vítima. -
- Ela é linda... Sorte nossa, estar sozinha e perdida. - Ele dizia passando a língua entre seus lábios.

Os olhos de minha tia estavam brilhando, era eminente que o medo estava surgindo no corpo dela, a vontade de correr e gritar se tornou uma invalidez quando a cercaram. Sem saída, ela teria de se entregar, em corpo enquanto esperava sua morte interior.

- ... - Rose estava com os olhos marejados, prestes a chorar enquanto seria tocada por aqueles dois sujeitos.
- Meu Deus... Você tem grandes peitos! - Dizia Wilder, que invadia o espaço de seu sutiã, aquilo era mesmo embaraçoso e doloroso mentalmente para Rose.

Por incrível que pareça, neste horário da noite ela tinha saído da universidade e acabado por se resolver sair solitariamente naquela montidão de trevas nos céus. E meu pai, conhecido como Damian Walker estava por aquela área, notando a movimentação estranha do beco enquanto se aproximava.
Ao ver a cena de uma maneira frontal, seus olhos se arregalaram e um sentimento de raiva tomava seu corpo de forma insana! O ódio contra aqueles seres percorria suas veias e era possível que um duplo homicídio ocorresse alí. Não faltou coragem, Damian havia gritado enquanto se aproximava deles.

- Ei! Trouxas! - A sorte de minha tia, veio nesse momento, iria ser penetrada violentamente por ambos os sujeitos e de certa forma, manteve sua pureza intacta. -
- Huh?! - Ambos tinham certeza de que naquele horário, não haveria pessoas pelas ruas. E até se atormentaram, na tentativa de expor sua moral, provocaram Damian. -
- Que estranho... Ouviu algo, Big? - Ironizavam e riam da cara de meu pai. Rose, estava com medo e continuava chorando em silêncio, por enquanto nada a ser tentado. -

Foi nesse momento, que o que fizeram com minha tia despertou a fera de meu pai, ao penetra-la e ouvir como ela gritava de dor, aquela imagem e áudio repetia de forma contínua na mente de Damian, ardendo em ódio, partiu para cima de ambos, o sangue escorria sobre o membro de Big, que achava graça da situação. Portanto, estava de costas e mal pôde ver a pancada que receberia nas costas. Um único soco o fez gritar de dor e rapidamente sair daquela situação que estava, virando-se para meu pai enquanto seu amigo tentava se aproveitar da situação para continuar fodendo Rose. Assim que Big virou seu rosto por completo, recebeu um chute na lateral facial, potente e rápido, meu pai treinava Jeet Kune Do, como um Dragão, não parava com sua sequência de ataques, queria ver aquele homem sangrar pela boca, pelo nariz e observar seus olhos incharem.
Seu comparsa, ao ver em qual merda haviam se metido, parou com os movimentos bruscos em Rose, ajeitou a calça e acertou um soco no rosto de Damian, que estava tão puto quanto um touro atrás do pano vermelho. Após tal soco, Big caía no chão, respirando de forma ofegante e com as mãos no rosto. Wilder, se distraiu e esse foi seu erro, acabou pagando o preço com socos rápidos em lugares inusitados, quando algo fatal veio a ocorrer, um chute no esterno de Wilder acabou fazendo com que seus pulmões fossem perfurados pelos ossos da costela, ele morreria na hora se não chamassem a ambulância em menos de 3 minutos ou muito menos.
Rose, continuava chorando, ao ver aquela cena de seu irmão espancando os dois autores daquele crime, espantou-se sobre o quão violento era a maneira de como a situação estava acabando, um ferido de forma média e outro estava gravemente atingido. Era uma vingança por meio de terceiros e na verdade, uma vontade enorme de levar os dois para a cova em questão de segundos... A coitada, tremia de medo enquanto meu pai se aproximava dela, tentando consolar a vítima que foi de algo terrível, a primeira vez era algo especial para ela e teve que acabar assim?

[ Três dias depois. ]

Depois desses ocorridos, meu pai tomou total cuidado e se tornou responsável com todos os membros da família, os pais deles estavam mortos e ele era o mais velho, com 21 anos. Cuidava da casa junto das irmãs e guardava para si, aquele maldito dia, Big acabou preso e Wilder teria acabado de conhecer o inferno que vivera para sempre.
Rose, não saía de seu quarto nesse terceiro dia, algo de errado ocorria naquela casa e chamava a atenção de meu pai.

- Rose?! - Ele exclamava na sala, na cozinha. Com esperanças de vê-la. -

Nem sussurros, nem nada... Ele subia as escadas daquela casa, avistando a porta do quarto aberta, minha outra tia continuava a dormir como uma anjinha, em outro quarto, junto de Damian. Meu pai adentrou naquele quarto, observando que a bagunça que Rose teria feito, outra vez, ele exclamou.

- Rose! Onde estás?! - A preocupação era eminente, bem expressa pela sua face.

Quando então, apenas podia-se ouvir soluços e gotinhas de água batendo no chão. O que vocês estão imaginando? Suicídio? É... E isso foi um choque para ele, que tanto amava sua irmã como um verdadeiro pai. O sangue dela estava pelo chão, escorrendo pelo ralo do chuveiro e seu corpo pendurado no teto, com uma corda no pescoço enquanto sua estrutura corporal estava úmida.
Meu pai, caiu no chão, gritando firmemente, o que acordou Jéssica. Que naquele ano tinha seus 14 anos, chegando na localidade, colocou a mão na boca, desesperada.

- Damian! Tira ela! Tira ela! Damian!FAÇA ALGO! NÃO DEIXE-A MORRER! - Aquele pedido... O último pedido antes de Rose ser retirada da casa e ser enterrada de modo privado, onde apenas Damian e Jéssica podiam sentir a dor.

A partir daquele dia, meu pai deixou de ser alegre, animado, feliz e até mesmo namorador. Virou uma pessoa de poucos sentimentos, tendo apenas Jéssica como família... Precisava ter o dobro de atenção, esse era o preço a se pagar. Ambos andavam pela rua Timesquare, em um céu nublado e chuvoso, de roupas pretas, o luto era eterno e muitos apenas julgavam eles como góticos e que a perca passaria tão rápido que iriam esquecer... Mal sabiam eles, que diante daquilo tudo, um ódio permaneceu, e quem saberia se nos outros dias, corpos seriam encontrados e postados em jornais com a seguinte pergunta:

Justiceiro local?!