Decisão

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[ Dois anos depois. ]

        Estamos agora, em 2011, meu pai iria se casar com Evellyn e minha tia, Jéssica não iria comparecer a esse compromisso e por algum motivo, ela nunca gostou de Evellyn. Fato que se torna relevante desde o dia em que partiu para o Japão com as intenções de estudo e avanço de pesquisa para a universidade que estudava. A ocasião era uma finura, claro que foi tudo parte do pai da noiva, Bruce Hopkins que não demonstrava estar contente com a união de ambos, sempre que meu pai chegava para conversar com o sogro ele ignorava-o e tratava como um plebeu no meio dos ricaços da cidade. A festa do casamento foi na casa dos Hopkins, já que Damian não tinha mais família em NY, tudo estava do jeito que sempre foi, até que...

   Campainha tocando

   - Quem será? -- Dizia Damian abrindo a porta e não encontrando ninguém. Uma interrogação estava na mente dele. -- Que estranho...
        - Amor? Quem era?
        - Ninguém... Deve ter tocado por engano.
        - Essas crianças... -- Evellyn suspirou. -- Quer sair um pouco desse clima de festa?
        - Por mim, tudo bem. -- Damian pegou na mão de sua noiva e juntos, resolveram caminhar pelo jardim da mansão, que se estendia até uma floresta ao lado. E era para lá que ambos iriam.

       Os passos deles se tornavam mais seguros e na mente de cada só havia uma coisa que poderiam pensar e que naquele belo clima do ar puro, há uma incidência... O cheiro do prazer, que infiltrava e fazia a cabeça de Damian e de Evellyn. Mas, esse cheiro tomou outra coisa, quando um estrondo semelhante à uma explosão surgiu nas costas dos dois, que assustados se jogaram no chão olhando para trás, era a mansão dos Hopkins pegando fogo, os convidados da festa, todos, sem exceção estariam mortos, se bem que depois de dois anos algo trágico não ocorrer era um novo recorde para o Walker.

        - Nããão! -- Gritava Evellyn, que ao se erguer corria para a residência em chamas. Porém, era interceptada por Damian.
        - Calma! Não vá pra lá, você vai morrer! -- Damian olhava aquele fogo, ele refletia até nos pesadelos dele, segurava sua noiva que estava em prantos, o choro dela borrava sua maquiagem, esse era o dia traumatizante na vida dos dois, uma ferida que nunca iria cicatrizar.

   [ Cinco anos depois... Na data do casamento de Damian e Evellyn. ]

        Era 5:00 da manhã, o telefone de Damian tocava, ano de 2016, o relacionamento dele com Evellyn não estava em boas condições, mas, uma boa notícia surgiu...

        - Damian? -- Evellyn do outro lado da linha.
        - O que foi?
        - Eu... Tenho uma notícia para te contar.
        - Ela é boa?
        - Depende do seu desejo...
        - Do meu desejo?
        - Sim... Sabe, aquele dia que fiz exame de mamografia?
        - Sim, sim.
        - É... Eu aproveitei para fazer outro.
        - Outro? Qual?
        - De gravidez... E o resultado deu positivo.
        - Eu vou ter um filho?!
        - Sim! Não é ótimo? -- Damian se calou perante ao telefone, pegou a mulher na mentira. Pois em 2015 ela apresentava sintomas de gravidez e somente agora, em 2016, ela veio dar o notícia sem ao menos estar "buchuda". Neste momento, ele desligou o telefone e sentou na mesa da casa em que moravam.
        - Como eu pude acreditar nisso? -- Os olhos de Damian estavam cheios de lágrimas, queria acreditar que teria um filho, pelo menos, com a mulher que amava até aquele momento.

        Ele tentava contatar a irmã, precisava desabafar e pedir conselhos, ele tinha duas coisas nas mãos... Jéssica só veio responder suas mensagens ás 8:00, momento em que Evellyn estava chegando. Respirou fundo, contou até três e trocava mensagens o mais que podia. Até que Jéssica lhe ofereceu duas soluções: Ele poderia acreditar dessa vez em Evellyn ou... Pedir divórcio e se mudar para o Japão. Damian, era cego no amor e resolveu aceitar a primeira "solução", pelo jeito da escrita de Jéssica, não ficou tão contente com a forma de como ele lidou com a situação. Evellyn estava na porta de casa, sorridente como sempre, mas na cabeça dela, só tinha uma coisa a se fazer...

        - Bom dia, papai. -- Andava até Damian para dar-lhe um selinho, ele virou o rosto na hora.
        - Bom dia. -- Soltou um suspiro, viu ela se afastar, com outro semblante.
        - Você não me deu outra escolha, meu querido Damian. -- Uma figura surgia atrás dele, e uma pancada o fez desmaiar.

        O meu querido pai, estava perdidos, pego de surpresa, sem chance de defesa. Odeio tentar contar isso, mas aquela mulher que um dia caí na ilusão de chama-la de mãe, traiu o meu pai, em todos os sentidos.
        Damian acordou em uma sala escura com uma única luz que estava em seu rosto, ele não sabia o que estava por vir e começou a ficar em desespero por dentro.

        - Mas o quê... -- Tentou usar os braços para afastar aquela luz, quando percebeu que estava acorrentado numa cadeira de madeira. -- O que é isso?! Como eu vim parar aqui?
        - Você fez bobagem, Damian. -- Evellyn estava toda de preto, de luto, por ter que fazer isso, com o marido. -- Mas, logo logo eu vou te consertar, tá bom?
        - Sua... Vadia! Me solte!
        - Não é assim que se consegue liberdade, prefere do jeito fácil ou difícil?
        - Apenas quero que me solte... Sua... -- Ele recebeu um tapa de Evellyn, forte por sinal. Ela o olhou com desprezo e outra vez, Damian recebeu uma pancada na cabeça por trás.

        Essa foi uma fase difícil para ele... Ser traído pela mulher que amava e quando soube que iria ter um filho, desacreditar e fingir estar tudo bem para ele. Ele dizia que se arrependia de tudo, talvez a sua história sirva para muitos como um espelho de horror e a forma de dizer que os monstros somos nós mesmos. Tudo isso, se resumiu à um fato: Decisão.

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⏰ Última atualização: Oct 16, 2017 ⏰

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