Me virei e dei de cara com um Liam, frio e indescritível, abri a boca, pra falar, mas não saiu som nenhum, ele ergue as sobrancelhas.
--- E então?
--- É, eu estava esperando você. Igor me chamou pra sair, mas antes disso, a gente não tinha nada -- Falei.
--- Ah, e foi só eu perguntar sobre ele, que o cara te chama pra sair?
--- Não, na verdade, eu já sabia que ele queria me chamar, mas não sei se vou aceitar, o StarBucks ainda está de pé? -- Perguntei.
--- Claro, vamos -- Disse ele num sorriso.
Nos dirigimos pra fora da escola, Liam destravou seu carro, olhei em volta, não tinha muita gente ali.
--- Preciso avisar meus pais -- Falei.
--- Não precisa, está comigo, está com Deus -- Disse ele, abrindo a porta do carro pra mim entrar, entrei e me sentei.
O caminho pro StarBucks foi silencioso, nem Liam nem eu falamos nada, o que me deixou apreensiva, geralmente era difícil ele calar a boca, o silencio sele é anormal, me senti estranha com isso.
Saímos do carro e entramos no café, pouco movimentado, estranhei aquilo, geralmente era bem cheio, nos sentamos em uma mesa. Não demorou muito pra uma garçonete vir ver o que queríamos.
--- O que acha que eu devo dizer? -- Perguntei pro Liam, depois de a garçonete ter saído.
--- Desculpe? -- Disse ele, confuso.
--- Sobre o convite do Igor, o que acha que eu devo dizer? -- Indaguei.
--- Não sei, faz o que te der na telha -- Disse ele dando de ombros.
--- Acho que vou recusar. Ele me abandonou quando eu mais precisava!
--- É, isso é verdade.
--- Mas e se ele mudou? Devo dar uma chance à ele?
--- Não sei, ele convidou você, não eu! -- Resmungou Liam, olhei pra ele indignada.
--- Como meu amigo você deveria me ajudar, não acha?
--- Te disse que você faz o que te der na telha! Já é uma ajuda.
--- E se ele me usar e me abandonar de novo?
--- Você corre esse risco.
--- Não iria ser bom, não de novo.
--- Tem razão -- Murmurou ele.
--- Acho que vou aceitar -- Falei.
--- Você quem sabe!
--- Talvez ele tenha mudado e...
--- Para de falar do Igor! Que coisa, odeio ele, não quero saber da vida desse idiota e muito menos do que ele com você! -- Disse Liam, visivelmente bravo. Me assustei.
--- Tudo bem, eu paro -- Falei, disse um "Obrigado" pra garçonete que nos entregou nosso café --- Não precisa ficar bravo tá legal!
--- Hillary, desde que chegamos você só falou dele -- Disse Liam, olhando pela janela.
--- É, eu sei disso, percebi -- Resmunguei.
Comecei a tomar meu café, fiz isso sem tirar os olhos de Liam, que olhava, perdidamente e distraidamente pela janela, ao lado da nossa mesa, ele não voltou a me olhar, aparentemente ficou muito nervoso, pela minha falação do Igor.
--- Liam! -- Chamei.
--- Que é? -- Respondeu ele.
--- Não ficou bravo, não é? -- Perguntei. Ele fez que não com a cabeça e se virou pra mim.
--- Como posso ficar bravo com você? -- Disse ele com um sorriso.
--- Não sei -- Falei dando de ombros.
--- Na sexta, vou na sua casa, mas quero ler seus poemas -- Disse ele.
--- Sem chance, nem morta -- Respondi.
--- Porque?
--- Eles não estão bons o suficiente pra te mostrar, já disse. Quando escrever um satisfatoriamente bom, deixo você ler -- Respondi.
--- Não, eu vou ler sexta, e não tente me impedir -- Falou ele.
--- Não, não, não, você ficou louco? Não vai ler, não quero que leia!
--- Você não quer, mas eu quero, e vou!
--- Vai ter que passar por cima de mim antes! -- Falei.
--- Tudo bem, você não é muito alta e nem muito forte, vai ser simples -- Disse ele rindo.
--- Engraçadinho! -- Respondi.
Depois disso, foi risos, conversamos tão animadamente que meu café ficou gelado, e Liam riu da careta que eu fiz quando tentei tomar ele. Foi como da primeira vez que nos falamos, conversamos como se o assunto Igor, não tivesse sido falado.
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Noites De Sábado
Roman d'amourApenas mais uma história, feita por mim, pedindo para que vocês leitores sejam diferentes, assim como Hillary e Liam, se encontrem em uma outra realidade, mostre ao mundo que a loucura é o antídoto para a destruição da sanidade.