Capítulo 2

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   Mas uma coisa resolveu me distrair hoje, um farfalhar de folhas da árvore misturado com uma discussão de duas pessoas à minha frente, fechei o livro e olhei pra frente.

   Havia um garoto, brigando com outro, o motivo era inevidente. Um deles, era alto, com cabelos negros, o outro era baixo e loiro, aparentemente, o mais alto é quem havia puxado briga, mas o loiro não se intimidava.

   Depois de vários minutos brigando, apenas verbalmente, o alto, rapidamente, passou o braço pelo pescoço do loiro, que, por ser muito claro, ficou vermelho rapidamente pela falta de ar. Achei que ele iria morrer sem oxigênio, mas logo eles se largaram, um ainda empurrando o outro, o loiro sumiu, não vi pra onde foi, mas o garoto que o havia enforcado, se sentou e um banco, a uns cinco metros de onde eu estava.

   Voltei a atenção pro meu livro; era mais interessante que brigas e intrigas de adolescentes imaturos que queriam resolver tudo a base da violência. Porém, minutos depois, me peguei olhando para o garoto briguento, que ainda estava sentado no banco, próximo a mim. Atrás deles, tinha um grupo de garotas, que ficavam rindo e o apontando, aparentemente excêntricas pela beleza dele, sem querer exagerar nem fazer utilidade de hipérbole, mas ele era realmente bonito. 

   Elas estavam daquele jeito, apenas por querer que ele desse atenção a elas, mas o que eu não entendia é, porque elas não criavam atitude e iam falar com ele? Se queriam tanto que ele desse atenção a elas, deveriam agir, certo? 

   Isso é meio estranho, porque estou pensando nisso? Voltei atenção pro meu livro. Mas pela pequena demonstração que ele havia feito, meu cérebro não estava afim de se concentrar no livro, fechei-o, decidida a não voltar a ler, levantei a cabeça, e meu estomago deu um salto, reconheci aquelas garotas, eram da minha aula de matemática, a uns meses atrás, elas roubaram meu caderno de poemas e leram pra escola toda, todos zombaram de mim, o que foi horrível, os poemas que eu escrevo, nunca vão estar prontos o suficiente pra mostrar ao público, todos riram de mim. 

   Resolvi fazer algo estúpido, mas me deixaria acima daquelas garotas fúteis que ria e apontava pro garoto briguento, que ainda estava sentado, e não dava sinais de que iria sair dali, pois olhava fixamente pra mesa em sua frente. Me levantei e fui até ele.

--- Oi -- Falei, assim que me sentei em sua frente, ele levantou o rosto, mas não respondeu --- Não vai me responder?

--- Não estou afim de conversar -- Disse ele.

--- Engraçado, nem eu -- Falei, ele sorriu, sem levantar a cabeça.

--- Então, porque está aqui? -- Indagou ele.

--- Porque, as vezes, sou um pouco orgulhosa e resolvi mostrar para aquelas garotas que sou superior a elas, vindo falar com você, ela parecem que vão desmaiar!

Ele olhou pra trás, fitou as garotas por um minuto, elas pareciam que ia ter um ataque cardíaco, em seguida virou o rosto, com um a expressão triste no rosto, fiquei sem entender.

--- É, como todos, você só se importa consigo mesma, e só fez isso pra se sobre sair, não é mesmo? -- Disse ele, me assustei.

--- Não, quero dizer, talvez sim, mas também quero saber o porque de você ter brigado com aquele garoto -- Respondi, ele me olhou.

--- Nada de mais -- Resmungou.

--- Então posso saber o motivo, se é apenas bobagem, tudo bem eu saber, não é? -- Rebati.

--- Bom, sou meio que novo aqui, na verdade, estudei aqui ano retrasado, mas no meio do ano passado, tive que estudar fora, e agora voltei, acho que por eu ser "novato" -- Gesticulou ele --- Eles pensaram que podiam tirar hora com minha cara, não dei espaço e arrumei briga com o primeiro que veio com graça, que foi aquele loiro -- Disse ele, soltei um "ah", de exclamação, pelo esclarecimento.

--- Eu também sou novata, faz poucos meses que estudo aqui, mas voltando o assunto, quando estudou aqui, na primeira vez, antes de ir estudar fora, teve problemas com zombaria dos alunos? -- Perguntei, curiosa.

--- Sim, por isso fiz aquilo dessa vez -- Respondeu ele.

--- Com o que? -- Questionei.

--- Eu tinha uma namorada, eu gostava muito dela, um dia fui fazer uma surpresa na casa dela, quando entrei no quarto tinha outro garoto, ela já estava semi-nu -- Disse ele, com os olhos tristes.

--- Ah, mas isso não justifica a zombaria dos alunos -- Falei.

--- Não, mas o problema, é que gravaram tudo e mostraram pra escola inteira, fiquei com má fama, daí começaram a e zoar -- Disse ele.

--- Mas quem gravou? -- Indaguei, ele deu de ombros --- Mas, sua ex-namorada, estuda nesse colégio?

--- Sim -- Respondeu, apenas.

--- E não zombaram dela?

--- Sim -- Disse ele --- Mas o pai dela veio aqui no colégio e fez o maior estardalhaço dizendo que quem difamasse a filha dele, ele iria processar, três pessoa já pagaram indenização a ela -- Respondeu ele.

--- Quem tanto?

--- O primeiro foi eu! -- Respondeu ele.

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   Pessoal eu fiz essa nova capa para a história mas quero a opinião de vocês para saber se deixo essa mesmo ou deixo a outra, obrigada.

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