Capítulo Um

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( *São os loucos que fazem a vida valer a pena*)

Laviny

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- Dra. Copillan, o senhor Stroy pediu que a senhorita passasse na sala dele assim que chegasse. - Disse uma senhora de meia idade, quando sai do elevador .

- Sabe o quê ele quer senhora ... - olhei em seu crachá. - ... Maya ?.

- Não doutora - Maya disse, e logo em seguida sumiu em um corredor lotado de médicos e enfermeiros.

Caminhei então até a sala do senhor Stroy, ou melhor, o diretor de uma das maiores clínicas de pessoas com crimes ultra-graves, loucos e psicopatas em série, o Hisland Privé.

O que será que aconteceu?.

O chefe quase nunca chama alguém em sua sala, e quando chama é porque a coisa é seria .

O que fiz de errado?

Virando a esquerda do corredor 7 e último do imenso prédio, vejo a porta marron com a placa " Dr. Stroy", bem grande em negrito e letras maiúsculas. Lembrarei de dar a ele a ideia de colocar neòs também.
Balancei a cabeça em negativo e respirei fundo, dei três batidinhas de leve. Abri a porta assim que tive minha entrada liberada.

- A senhora Maya disse que o senhor queria falar comigo com urgência. Aconteceu algo? - Disse entrando e ficando em sua frente.

Ele apontou para um papel em sua mesa cor de jambo e gesticulou que eu pegasse. Olhei para ele confusa, pegando o mesmo.

-Trata-se de um milionário. -Limpou a garganta e sorriu. - Do filho de um milionário na verdade. Assassinou a namorada grávida de 8 meses a paulada. - Falou com naturalidade, olhou passivo para mim e concluiu. - É todo seu. Sabe o que fazer. Não é a toa que lhe dei o cargo de chefe de psicólogos. - Falou e bateu palmas animado. - Confio em você. É a melhor daqui . Lhe dê a recuperação, refaça seu cérebro e veremos milhões e milhões nos caixas da clinica. Sabe como sou generoso, e a clínica não será a única a ter milhões na conta .....

      ....

- Tira essa coisa nojenta de cima de mim! - Disse Apollo, deitado do outro lado da cama de casal em que durmiamos, me olhando com cara de nojo. - Agora Vaca! - Falou gritando.
Olhei pra ele ainda sonolenta.

Apollo, ou melhor dizendo Apy, como ele gosta de ser chamado, é o meu melhor amigo. Ele é gay, magro e com cabelos curtos, lisos platinado. Com olhos pequenos e verdes. Particulamente, acho ele bonito. Tem 23 anos, órfão e filho único, perdeu os pais aos 9 anos de idade, e eu estando com 7, passou a morar com a minha família, já que nossos pais eram grandes amigos. Então pra mim, conheço ele a vida toda.

- Criatura! - Gritou novamente, dessa vez mais alto me empurrando e me derrubando da cama no chão.

- Ai! Nossa! Que modo carinhoso de acordar sua melhor amiga. - Disse eu me sentando e alisando minha testa que bateu na queda. Olhei pra ele de cara feia.

- Quem manda invadir o meu espaço da cama com esse monstro que você chama de coxa, baby?. - Falou e também se sentou no chão, na minha frente.

- Espaço? - Olhei para ele e sorri. Apy balançou a cabeça dizendo que sim . - Bota parede separando e não terá minha linda coxa em cima de você. - Falei levantando do chão. Ele me deu língua e fez cara feia. - Mas garanto que sentirá muita falta dela - Olhei com cara de safada pra ele.

- Não comece com seus assédios logo cedo, por favor Viny. - Disse Apy e revirou os olhos.

- Deveria te dar um beijo de língua por ter me acordado de um sonho maravilhoso!. - Falei me jogando na cama, ficando deitada com o corpo um pouco levantado, apoiada com os cotovelos no colchão e alisando seu ombro com meu pé. Ele deu um tapa no mesmo, e levantou do chão limpando o lugar onde eu alisava, como se eu estivesse sujado seu ombro.

- Credo! - Disse e Rimos. - Já sei... - Falou levando o dedo indicador no queixo, como se pensasse em algo. - ... Estava sonhando de novo na clínica da cidade?. - Disse e me puxou da cama me pondo de pé para arruma-lá .

- Sendo chefe de departamento dos psicólogos dessa vez. - Falei sorrindo sonhadora, olhando para parede totalmente se descascando e um pouco rachada.

Apy terminando de dobrar os lençóis, falou me olhando com ternura.

- Como você sabe que no Hisland existe esse negócio, se nunca matou ninguém pra poder entrar lá? - Guardou os lençóis, andou até mim, pegou no meu queixo com carinho, e piscou o olho esquerdo divertido. - Hum?.

- Não sei. Só sei que sonho sempre sendo assim. - Falei tirando sua mão do meu rosto e pegando minha toalha na cabeceira da cama.

Indo em direção ao banheiro, parei na porta do quarto e disse com cara de tédio olhando pra biba parada, com a mão na cintura me olhando com cara de paisagem.

- E quando eu for entrar no Hisland, será como psicóloga e não uma paciente. - Disse e o viado gargalhou. - Mas talvez não tenha outra saída, e terei de matar alguém sem dó nem piedade. - Disse com convicção, tentando passar certeza . - Até sei quem . - E pisquei de volta pra ele.
Apy fez cara de assustado pondo as mãos na boca.

Nos encaramos e rimos feito hienas. Apy, especificamente.


*
Continua . . .

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