Algumas horas depois veio um médico perguntando quem estava com Mia, e assim como eu e Jack, a mãe de Mia levantou rapidamente a espera de boas notícias:
- Bom, não foi fácil. Mas ela está bem.
- O que houve doutor?- Perguntou mãe de Mia como se estivesse prestes a desabar
- Bom, por conta do carro estar em uma velocidade muito alta, a situação não foi nada boa. Além dela ter quebrado a perna esquerda, sofreu vários machucados ao redor do corpo. Nós já conseguimos conter todos os sangramentos, e fizemos o possível para que as cicatrizes não fiquem marcadas. E eu imagino que não será fácil de ouvir, mas tivemos que fazer o possível e o impossível para sua filha voltar a reagir assim que chegou. Mas ela ficará bem.
- Que horas podemos ir vê-la!? - perguntei apreensivo
- Vou deixá-la de observação para ter uma noção de como será sua recuperação, pois cada corpo reage a sua maneira, mas eu imagino que breve.
Dito isto, o doutor se retirou da sala de espera.
Ficamos esperando ali por mais algumas horas, até que quando mãe de Mia pareceu "por a cabeça no lugar", disse com a voz fraca:
- Qual o seu nome?
- Desculpa, senhora. Falou comigo?
- Sim
- Gustavo.
- De onde conhece Mia?
- Da escola. Ela é amiga do meu primo.
- Você parece gostar dela, percebi pelo seu olhar esperançoso a cada vez que vê um médico.
Fiquei quieto.
- Olha - continuou dizendo - a minha filha é uma adolescente, e adolescentes não conversam com os pais, e você parece ser uma pessoa a quem eu posso confiar a minha filha. Quero que cuide dela se eu não puder cuidar. - assenti (ela entendeu que eu cuidaria)
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JACK NARRANDO:
Eu fiquei ali com o Gustavo e a mãe de Mia o tempo todo, e ainda me perguntava porque Gustavo estava tão comovido quanto a Mia. Pelo que eu sabia, só tinham se visto no dia em que mia foi acertada com uma bola na praça. Mas enfim, eu estava morrendo de fome, então fui até a lanchonete comer algo.
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Mia Narrando:
Me lembro de acordar e não saber o que tinha acontecido. Olhei em volta e me deparei com minha perna esquerda engessada. O que aconteceu? A última coisa em que me lembro foi de ter... Matheus me traiu. Me peguei quase chorando até que uma enfermeira entra no quarto.
- Até que enfim mocinha. Vou chamar o doutor.
...
- Olá Mia. Como se sente. - disse o doutor olhando uma prancheta que estava na mão.
- Confusa. Não me lembro direito do que aconteceu.
- Tudo o que nós sabemos é que você correu desesperada contra um carro em uma rodovia. Sei que é muita informação para digerir. Mas seus familiares e amigos estão aqui. Quero que só pense em se recuperar e logo voltará para casa.
- Mas e a escola? Cadê a minha mãe? - perguntei desesperada
- Vou chamá-la.
- Se a Jack estiver aí, pode chamá-la por favor?
- Tudo bem.
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GUSTAVO NARRANDO:
Estávamos ainda esperando, até que o médico se dirigiu até nós.
- Mia acordou, está bem, aparentemente sem perda de memória. Pediu para que chamasse a mãe e a Jack.
O que? Jack? Desde quando são tão amigas? Pensei que ela só estivesse aqui por causa daquele dia em que Mia se machucou na praça.
- Podem me seguir, por favor?
Dito isto, Jack e mãe de Mia foram até seu quarto...
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JACK NARRANDO:
Quando entrei no quarto tive vontade de chorar. Eu não havia me preparado para ver Mia daquele jeito. Ela era minha única amiga e eu sentia parte da culpa pelo que aconteceu com ela.
- Oi Mia - disse sua mãe já chorando
- Mamãe - disse ainda fraca
- Como se sente!?
- Eu estou bem...
- Porque fez aquilo, Mia?
- Eu não sei, mãe - começa a chorar
- Ei, calma. Não precisamos falar disso agora. Pensa em se recuperar tá bom? - disse ainda chorando
- Posso falar com a Jack a sós?
- Claro que sim.
Então mãe de Mia se retirou, sobrando só eu e Mia na sala.
- Oi amiga - disse lacrimejando
- Oi Jack - Me aproximei e sentei a seu lado - me desculpa - disse mia com a cabeça baixa
- Não tem que se desculpar, sério.
- Tenho sim ... - parecia querer me contar algo, mas resolveu não contar.
- Tudo bem, eu te desculpo. Seja lá pelo o que for. Agora me diga porque eu não tô entendendo mais nada. Desde quando você e Gustavo são tão íntimos?
- Não somos. Porque?
- Mia, pode me contar. Ele foi o primeiro a chegar aqui no hospital quando soube do seu acidente. Tá aqui desde aquele dia e parece estar louco, não fala nada, não come, só olha pra essa porta com a esperança de você acordar.
- Gustavo!?... - perguntou surpresa
- É, Mia.
Até que o doutor entra na sala e diz que Mia tem que descansar.
- Tudo bem. Tchau amiga - dou-lhe um abraço forte, e a mesma tenta retribuir
- Tchau Jack.
- Volto pra te ver tá?
- Ok.
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MIA NARRANDO:
Quando Jack saiu, comecei a sentir muito sono, e acabei dormindo.
Quando acordei, Gustavo estava na porta da sala me observando:
- Gustavo!? - perguntei sem ter certeza, pois as minhas vistas ainda estavam meio embaçadas.
- Oi, Mia. - disse vindo até mim e se sentando do meu lado.
- Não queria que me visse assim - olho para cima tentando não chorar
- Ei, não chora. Esperei três dias para você acordar, e agora vai chorar!? - disse conseguindo me arrancar um sorriso.- isso, melhorou.
- Então é verdade?
- O que!?
- Está aqui desde o acidente esperando eu melhorar?
- Claro que sim
- O Matheus me traiu. - falei repentinamente
- O que? - perguntou como se não quisesse acreditar no que ouviu
- Ele me traiu. Por isso fiz aquilo. Eu acho, estou confusa.
Então Gustavo saiu da sala como se estivesse com raiva, sem dizer mais nada.
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O PRIMO DO MEU MELHOR AMIGO
RomansaA história começa contando sobre a infância de Mia, e que rapidamente passa para sua adolescência. Mia é uma garota de 16 anos que possui uma incrível facilidade de fazer amigos e dos garotos se apaixonarem por ela. Mia não ligava muito para relaci...