Capítulo 11

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Sai correndo. Fugi, como sempre. E como de costume, a sombra dele não se mexeu. Provavelmente estava tentando processar tudo que acontecera, assim como eu. Senti seus olhos penetrantes nas minhas costas, mas eu não podia ficar lá com ele. As coisas que ele tinha me dito eram verdades, mas mesmo com todos aqueles erros, eu amava, eu amava muito. Todas as minhas ações foram apenas uma tentativa para ele não parar de me amar. Não trocar esse sentimento lindo que compartilhávamos por ódio, mas aconteceu.
Já se sentiu invisível? Era assim que eu me sentia. O pensamento insistente do que fazer preencheu cada centímetro da minha alma, mas não tinha nada. Eu não passava de uma vírgula colocada no lugar errado em um texto imenso. Passava despercebida por todos. No metro, esbarraram em mim mais de uma vez. No sinal fechado o motorista tentou ultrapassar e quase passou por cima de mim. Meu porteiro mal me reconheceu. Mas assim que entrei em casa, fui vista.
"Meu deus! Que cara é essa!! Você tava chorando??!! Amiga senta aqui pelo amor, o que aconteceu?? Você tá machucada??"
"Eu falei com ele amiga. Ele ainda sente minha falta, e eu sinto falta dele. Eu queria saber quem era aquela menina que estava no quarto dele porque estava com ciúmes, mas ele sente a minha falta."
"Ah meu amor, cedo ou tarde vocês iam se encontrar. Você trabalha no ligar que ele está internado sabe?"
"Amiga ele tava tão confuso...."
"Não se diminua, porque você está tanto quanto ele."
"Ele com certeza quer saber o que aconteceu."
"Tenha seu tempo amiga."
"Amiga ele quer saber. E você também."
Suspirei fundo e separei os lencinhos de papel. Agora era hora da verdade e eu tinha certeza que ia chorar.
"Assim..."

Éramos doisOnde histórias criam vida. Descubra agora